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'Casa da Rússia' em Davos é substituída por 'Casa dos Crimes russos'

A tradicional "Russia House" não abriu as portas esse ano por causa do boicote do Fórum Econômico Mundial. No lugar dela, uma exposição sobre os crimes de guerra na Ucrânia.

'A "Casa dos Crimes de Guerra da Rússia" em Davos (Carlo Cauti/Exame)

'A "Casa dos Crimes de Guerra da Rússia" em Davos (Carlo Cauti/Exame)

Uma das atrações da semana do Fórum Econômico Mundial de Davos são as "casas dos países".

Estandes onde vários países do mundo se apresentam para potenciais investidores, banqueiros e executivos que participam do Fórum de Davos.

Nessas "casas" é oferecida comida tradicional do país patrocinador, além de bebidas quentes. Fundamentais para aguentar o frio clima da cidade suíça em janeiro, período de realização normal do Fórum.

Toda a principal avenida da cidade, a Promenade, é tradicionalmente repleta dessas "casas", que ocupam espaços normalmente utilizados por lojas ou restaurantes.

Uma das maiores - e mais opulentas - casas sempre foi a "Russia House", sempre localizada no endereço da Promenade nº 68.

Localizada basicamente em frente a "Ukraine House", a casa da Ucrânia, que fica na mesma rua, no número 63.

"Casa da Ucrânia" em Davos

"Casa da Ucrânia" em Davos (Carlo Cauti/Exame)

Entretanto, esse ano nenhum executivo, banqueiro, político (ou oligarca) russo foi convidado no Fórum Econômico Mundial de Davos.

A primeira vez que o evento não terá a participação de nenhum russo, desde o colapso da União Soviética, em 1989.

E a "Russia House" foi substituída por uma "Russia War Crimes House". Uma casa dos crimes de guerra da Rússia.

No local, financiado pela "Fundação Victor Pinchuck" e pela governo ucraniano, são expostas fotos de mortos, feridos e mutilados ucranianos.

Em um telão gigante aparece constantemente um vídeo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que acusa a Rússia de crimes de guerra.

Em uma outra sala, um mapa gigante da Ucrânia traz os números de vítimas em cada província do país.

Já no dia antes do começo oficial do evento, o local é protegido por dois seguranças particulares, que estacionam em frente da entrada da "casa".

Rússia longe de Davos

A exclusão da Rússia do Fórum Econômico Mundial de Davos ocorre por causa da invasão da Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro.

Em 2020, ano da última edição do Fórum antes da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), os russos foram a terceira nacionalidade por número de bilionários que participaram do evento.

Um deles, o oligarca russo Oleg Deripaska, é famoso por suas opulentas festas durante a semana do evento.

Hoje ele está sob sanções internacionais decretadas pelos governos dos EUA, Reino Unido e União Europeia (UE).

"Não estamos nos envolvendo com nenhum indivíduo sancionado e congelamos todas as relações com entidades russas", declarou a porta-voz do Fórum, Amanda Russo, no começo de março, logo depois da invasão.

Por sua vez, o presidente ucraniano Zelenskyy vai discursar no Fórum nesta segunda-feira, 23.

O fundador e presidente do Fórum de Davos, Klaus Schwab, chegou a declarar nas semanas que seguiram a invasão russa, que “a agressão da Rússia será lembrada nos livros de história como o colapso da ordem nascida após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria”.

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