Casa Branca reage a comentários de Romney
O porta-voz Jay Carney indicou que Barack Obama se considera "o presidente de todos" os americanos, em reação às polêmicas afirmações de Romney
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 18h03.
Washington - A Casa Branca reagiu nesta terça-feira às declarações feitas pelo candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney , durante uma reunião privada para arrecadar fundos captada por uma câmera escondida.
O porta-voz Jay Carney indicou que Barack Obama se considera "o presidente de todos" os americanos, em reação às polêmicas afirmações de Romney sobre a mentalidade de "vítimas" de 47% de seus compatriotas.
"Quando você é presidente dos Estados Unidos, você é o presidente de todos os americanos, não apenas daqueles que votaram por um ou por outro", afirmou Carney durante uma entrevista coletiva à imprensa.
"Vocês ouviram o presidente dizer em diversas ocasiões, porque ele acredita sinceramente, que estamos todos no mesmo barco". Desde o começo de sua carreira nacional, em 2004, "sua mensagem é que o que nos une como americanos é mais forte do que o que nos divide", acrescentou Carney.
Quando Obama "tomou a decisão, contra a opinião de muitos, de salvar o setor automotivo, não se perguntou se os 1,1 milhão de empregos que seriam mantidos correspondiam a pessoas que votaram a seu favor ou contra", ressaltou o porta-voz.
As declarações do porta-voz são uma reação à divulgação de um vídeo, gravado por uma câmera escondida em maio, no qual o candidato republicano Mitt Romney aparece afirmando que "47% (dos americanos) votarão no presidente aconteça o que acontecer".
Essas pessoas, acrescentou, se sentem "vítimas" e acreditam que o governo "deve se ocupar delas, que têm o direito de ter assistência de saúde, alimentação, casa, tudo aquilo que quiserem (...). São pessoas que não pagam impostos".
Reagindo a um segundo trecho das mesmas gravações em que Romney aparece afirmando que "os palestinos não têm interesse algum" pela paz com Israel, Carney disse que a intenção do candidato republicano de não intervir nos esforços pela paz entre palestinos e israelenses, caso seja eleito, mostra uma falta de liderança.
O porta-voz de Obama disse que admitir a derrota no processo de paz não faz parte dos interesses dos Estados Unidos.
"É simplesmente a abordagem incorreta (para o assunto) dizer que não podemos fazer nada a respeito. Isso não é liderança, isso é o oposto de liderança", disse Carney.
O porta-voz indicou que os antecessores imediatos de Obama, o democrata Bill Clinton (1993-2001) e o republicano George W. Bush (2001-2009), também acreditaram que era do interesse dos Estados Unidos se envolver no processo de paz no Oriente Médio.
"Uma paz negociada que forneça segurança a Israel e um Estado para os palestinos faz parte dos interesses dos israelenses e dos palestinos, e dos interesses dos Estados Unidos", disse.
"O presidente continuará perseguindo este objetivo", afirmou.
As tentativas de Obama para obter um progresso nas negociaçõess ficaram estagnadas devido à construção de assentamentos israelenses em territórios que os palestinos veem como parte de seu futuro Estado e a uma profunda desconfiança entre ambas as partes.