Submarino: Fatores como a profundidade que o submarino pode estar, a falta de luz a noite e o estado do mar dificultam a operação de resgate (Ocean Gate / Handout/Anadolu Agency/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de junho de 2023 às 06h20.
Última atualização em 22 de junho de 2023 às 13h25.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG, em inglês) corre contra o tempo nas buscas pelo submarino desaparecido no Oceano Atlântico quando estava em uma viagem para observar os destroços do "Titanic". Segundo estimativas da USCG, o ar respirável da embarcação acabou na manhã desta quinta-feira, 22.
O submarino tinha 96 horas de oxigênio, de acordo com informações da empresa OceanGate, dona do veículo aquático. No último domingo, 18, o Titan perdeu contato com a equipe da empresa responsável pela expedição, cerca de 1 hora e 45 minutos após iniciar a descida de quase 4 mil metros de profundidade no oceano. Além da USCG, autoridades do Canadá e da França reforçaram a busca.
No inicio da tarde desta quinta-feira, a USCG informou que encontrou destroços dentro da área de busca pelo submarino. Ainda não é possível saber se os destroços pertencem ao submersível. Especialistas irão analisar o material.
Em coletiva de imprensa, o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA, afirmou que as equipes já vasculharam mais de 26 mil km² de mar aberto, aproximadamente o tamanho do estado de Alagoas.
Aviões e barcos realizam as busca na superfície, caso o submarino tenha emergido, mas perdido a comunicação. Boias de sonar foram lançadas no mar para tentar localizar o submarino submerso. Um robô submarino francês capaz de mergulhos em águas profundas também participa da busca.
A USCG também tem a disposição um sistema especializado capaz de içar objetos grandes, volumosos e pesados, como submarinos. Novos equipamentos devem ser incorporados na busca nesta quinta-feira.
Ontem, sinais subaquáticos foram captados por um avião canadense. O anúncio da detecção de ruídos foi o sinal mais esperançoso da possibilidade de resgate das cinco pessoas a bordo do submersível Titan.
Segundo o capitão Frederick, as equipes ainda não sabem o que são os sons, mas as operações foram direcionadas para a região onde os ruídos foram captados.
Fatores como a profundidade que o submarino pode estar, a falta de luz a noite e o estado do mar dificultam a operação de resgate. A Guarda Costeira dos EUA explicou que as operações de busca são complexas. "É um desafio realizar uma busca nessa área remota, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo", afirmou na segunda-feira o contra-almirante John Mauger. O capitão Frederick afirmou ontem que a busca segue "complexa" e que as equipes estão "trabalhando sem parar".
No Titan viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho, Suleman, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista nos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.
Todos estavam cientes dos perigos da expedição, disse Reiss à BBC. "Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes".
O custo da excursão é US$ 250.000 (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro. O pacote também pode incluir um mergulho de oito horas até os destroços da embarcação inglesa.
Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submarino 'Titan' que desapareceu no domingo após iniciar uma expedição rumo aos destroços do Titanic, afirmou em um podcast que "em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício". O empresário é um dos tripulantes que estão dentro do submersível perdido no Oceano Atlântico.
O Titanic zarpou do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912 para sua viagem inaugural rumo a Nova York, mas afundou depois de colidir com um iceberg cinco dias depois. Dos 2.224 passageiros e tripulantes, morreram quase 1.500.
Os destroços do transatlântico foram descobertos em 1985 a 650 quilômetros da costa canadense, a 4.000 metros de profundidade, em águas internacionais do Oceano Atlântico. Desde então, a área é visitada por caçadores de tesouros e turistas.
Embora o submarino ainda possa estar intacto durante o mergulho, "são poucas as embarcações" capazes de ir até a profundidade em que o Titan pode ter viajado.