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Brics terão reunião paralela no G-20

Intenção oficial do encontro é “trocar ideias” sobre as propostas que serão levadas às mesas de trabalho até o sábado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, representa o Brasil no G20 ministerial (Elza Fiuza/ABr)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, representa o Brasil no G20 ministerial (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 19h48.

São Paulo - Ministros de Economia do Brasil, Rússia, Índia e China - os países Bric -, além de África do Sul, realizarão na sexta-feira, em Paris, uma reunião paralela à agenda do G-20 ministerial, promovida pelo governo francês.

A intenção oficial do encontro é “trocar ideias” sobre as propostas que serão levadas às mesas de trabalho até o sábado, mas na prática o grupo discutirá restrições à questão cambial e aos indicadores de desequilíbrios impostas pela China, e à regulação do mercado de matérias-primas (commodities), que desagradam ao Brasil.

O encontro dos Brics em Paris, que acontecerá em alto nível, com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do assessor Internacional do ministério, embaixador Carlos Cozendey, sintetiza o estado atual das negociações no interior do G-20: a divisão clara entre países desenvolvidos e emergentes antes mesmo do início da chegada das autoridades a Paris.

Nos bastidores, os negociadores da França se mostram preocupados com a oposição dos interesses entre os dois grupos. As divergências começam pelo ponto mais urgente da reunião de sábado do G-20: a definição dos indicadores de desequilíbrio macroeconômico.

Pela vontade do governo francês, um acordo seria selado ainda em Paris, permitindo que as demais reuniões intermediárias até o G-20 de Cannes, em novembro, tivessem outros temas. Pela proposta francesa, chamada de “linhas diretivas”, além do comércio exterior, a dívida pública e o desequilíbrio das contas correntes seriam critérios a serem incluídos nos indicadores. Tudo para reequilibrar o balanço dos modelos macroeconômicos adotados por ricos e emergentes.

Os apelos por mais equilíbrio não estão sensibilizando China e Índia, cujos negociadores consideram as propostas como intrusão em suas políticas econômicas. Os dois países não aceitam que seu modelo - baseado no câmbio favorável e nas exportações crescentes - seja posto em questão.

Já o Brasil, com apoio da Argentina, não aceita interferências no mercado de matérias-primas. Ontem, em Brasília, Guido Mantega voltou a descartar qualquer possibilidade de acordo sobre a proposta francesa, que projeta regulação dos derivados de matérias-primas nos mercados financeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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