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Brexit: Parlamento britânico apoia extensão do prazo para deixar a UE

Extensão no prazo de saída do Reino Unido ainda precisa ser apreciada pelos membros da União Europeia

A primeira-ministra britânica, Theresa May (UK Parliament/Mark Duffy/Reuters)

A primeira-ministra britânica, Theresa May (UK Parliament/Mark Duffy/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 14 de março de 2019 às 15h24.

Última atualização em 14 de março de 2019 às 15h30.

São Paulo – O Parlamento britânico concordou em pedir à União Europeia (UE) a extensão do Artigo 50, o dispositivo do Tratado de Lisboa que regula a saída de um país-membro do bloco europeu. Com isso, o governo da primeira-ministra, Theresa May, abre caminho para que o Brexit seja postergado em até três meses, deixando de acontecer no dia 29 de março de 2019.

Foram 412 votos a favor do pedido de extensão e 202 votos contra.

A extensão aprovada pelos parlamentares, no entanto, não é automática e depende agora da vontade unânime dos 27 membros remanescentes da UE. A expectativa é a de que o tema seja apreciado no dia 21 de março, quando líderes do bloco se encontram em Bruxelas (Bélgica), pouquíssimos dias antes da data oficial de saída.

Embora não exista um indicativo sobre a possibilidade de os europeus aceitarem ou rejeitarem a extensão que será solicitada pelo governo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, se mostrou favorável ao pedido britânico. No Twitter, Tusk disse mais cedo que apelaria aos líderes do bloco para que aceitem a extensão, caso “o Reino Unido considere necessário repensar a estratégia para o Brexit e construir um consenso em torno disso”.

Debates e votações intensas

A decisão dos parlamentares nesta quinta-feira vem após dias de intensos debates e extensas votações. Ainda na sessão de hoje, o Parlamento colocou em apreciação quatro emendas à moção da extensão proposta pelo governo e que poderiam trazer derrotas ainda mais amargas para May e colocar a sua liderança em risco. Todas, no entanto, foram rejeitadas, mostrando que a primeira-ministra ainda tem algum vigor.

A primeira abriria caminho para um novo referendo sobre o Brexit e um que contemplasse a opção de permanência na União Europeia. A segunda, previa que os membros da casa arrancassem o controle do divórcio do bloco das mãos do governo e que também foi rechaçada, embora por um placar apertado de 314 votos contra e 312 a favor. De raspão, para dizer o mínimo.

A terceira, proposta pelo líder trabalhista, Jeremy Corbyn, desejava usar a extensão para que o Parlamento buscasse alternativas ao Brexit. A quarta moção acabou sendo retirada do plenário e tinha como objetivo bloquear a primeira-ministra de buscar uma terceira votação para o seu acordo.

Nos dias anteriores, o clima também foi de tensão entre parlamentares e o governo. Na terça, 12, May, viu seu acordo do Brexit ser derrotado pela segunda vez. Na quarta, 13, uma segunda votação aconteceu sobre a possibilidade de a saída acontecer sem acordo de transição, numa moção que também acabou descartada.

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