Mundo

Brasileiro denuncia extorsão da polícia em Punta del Este

Ele revelou que existe uma "indústria da extorsão", depois que a polícia o deteve após um acidente de trânsito e o obrigou a pagar US$ 20 mil para ser liberado


	Bandeira de Uruguai: o turista disse que denunciará formalmente o caso perante ao Itamaraty e à Ordem dos Advogados do Brasil
 (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

Bandeira de Uruguai: o turista disse que denunciará formalmente o caso perante ao Itamaraty e à Ordem dos Advogados do Brasil (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2013 às 10h38.

Montevidéu - Um turista brasileiro denunciou que em Punta del Este (Uruguai) existe uma "indústria da extorsão", depois que a polícia o deteve após um acidente de trânsito e o obrigou a pagar US$ 20 mil para ser liberado, informa neste sábado a imprensa local.

Segundo reportagem do jornal "El País", o advogado Sergio Veronese denunciou às autoridades do Consulado Geral do Uruguai, em Florianópolis (SC) o "inferno" vivido pelo turista brasileiro e sua família em Punta del Este, onde foi "massacrado, roubado, extorquido e destruído psicologicamente".

A história do turista, que segundo o cônsul uruguaio em Florianópolis Gerardo Vibrante tem "tom de seriedade", começou em 18 de dezembro, quando o carro que Veronese dirigia bateu em uma moto em uma estrada em Maldonado, o departamento uruguaio onde fica Punta del Este.

Segundo o boletim policial, o motorista da moto ficou gravemente ferido.

Em um primeiro momento, o turista denunciou que a polícia, apesar de a moto estar "sem luzes", o orientou a assumir a culpa do acidente porque seu carro possuía seguro e, segundo disseram, isso o "livraria rapidamente do problema".

Veronese aceitou e foi até a delegacia mais próxima apresentar seus documentos.

Lá, o brasileiro descobriu que não poderia sair do lugar até que a justiça deliberasse sobre a vítima e que precisaria esperar para ver "se alguém apresentava uma denúncia policial".

Aparentemente, um "suposto familiar" da vítima apresentou a denúncia contra ele e lhe informou que precisaria esperar um dia até que tivesse uma audiência com o juiz e que por isso ficaria detido e incomunicável para que não pudesse escapar do país.

"Não é necessário ser um gênio para imaginar o terror a que fui submetido. Durante a noite, o único contato que tive foi com policiais que me entregavam números de telefones de advogados no caso de eu precisar", relatou o brasileiro em sua denúncia.


No dia seguinte foi, Veronese foi levado até o juiz e lhe ofereceram um defensor público que, segundo ele, nunca apareceu.

No entanto, se apresentou um advogado que disse ter sido contratado por sua família e que lhe disse que a única solução era chegar a um acordo com a família da vítima ou ficar preso por tempo indeterminado até que um juiz tomasse uma decisão.

Esse advogado, além disso, entrou em contato com a família do turista para lhes dizer que tinha sido contratado por ele para negociar em seu nome com todos os poderes.

Assim, uma das condições apresentadas foi pagar US$ 10 mil à família da vítima do acidente e outros 10 mil para o suposto advogado.

Como não tinham o dinheiro, o brasileiro propôs deixar seu carro como garantia após uma longa negociação em um escritório judicial.

Finalmente, a polícia aceitou o trato e, após assinar um acordo, o turista foi liberado.

Ao chegar a seu hotel, Veronese se descobriu que sua mulher nunca havia entrado em contato com qualquer advogado uruguaio.

O turista disse que denunciará formalmente o caso perante ao Itamaraty e à Ordem dos Advogados do Brasil. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrimePoliciaisUruguai

Mais de Mundo

Exército de Israel inicia invasão por terra contra Hezbollah no sul do Líbano

Três brasileiros são presos sob suspeita de assassinato de francês em Bruxelas

Tentativa de assassinato de Donald Trump: acusado nega crimes

Le Pen e seu partido vão a julgamento na França sob acusação de desvio fundos da União Europeia