Explosão de depósito de nitrato de amônia destruiu boa parte da capital libanesa (Mohamed Azakir/Reuters)
Carla Aranha
Publicado em 5 de agosto de 2020 às 19h30.
Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 21h30.
O governo brasileiro se prepara para enviar um avião com alimentos não perecíveis, insumos médico-hospitalares e material de construção para o Líbano nos próximos dias, segundo Rubens Hannun, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. A operação deverá ser coordenada pelo governo brasileiro. "Esse tipo de ajuda é essencial para o atendimento aos feridos na tragédia que aconteceu em Beirute e na reconstrução das estruturas danificadas", diz Hannun.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira também está organizando uma campanha para doações de pessoas físicas. Os detalhes devem ser anunciados em breve.
Nesta terça-feira, 4, duas explosões em um depósito de nitrato de amônia em Beirute devastaram quase metade da cidade. O material é utilizado para a fabricação de bombas e fertilizantes. Os feridos já passam de 5.000 e há pelo menos 135 mortos. Familiares de pessoas que desapareceram após as explosões procuram seus parentes em meio aos escombros.
A França enviou nesta quarta-feira, 5, um avião com ajuda humanitária e profissionais de saúde para coloborar com o atendimento aos milhares de feridos da explosão. Três hospitais foram completamente destruídos e outros dois sofreram danos.
O Líbano passa pela pior crise econômica de sua história, com uma inflação de 30% ao mês, 30% de taxa de desemprego e quase metade da população vivendo abaixo da linha de pobreza. O descontrole orçamentário elevou o déficit público a 170% do PIB. "Sem a ajuda humanitária de outros países, dificilmente será possível reconstruir Beirute", diz Hannun.