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Blinken visita Israel em meio a temores de uma escalada regional no Oriente Médio

Viagem ocorre após explosões mortais no Irã e o assassinato de um líder do Hamas no Líbano

Benjamin Netanyahu, presidente de Israel, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken (AFP/AFP)

Benjamin Netanyahu, presidente de Israel, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 12h08.

Última atualização em 4 de janeiro de 2024 às 12h33.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viaja nesta quinta-feira, 4, para o Oriente Médio, em meio a temores de que a guerra de Israel em Gaza se estenda à região, após explosões mortais no Irã e o assassinato de um líder do Hamas no Líbano.

Um funcionário americano, sob anonimato, confirmou a viagem, que será a quarta de Blinken à região desde o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Recusou-se a dar detalhes sobre o itinerário, mas disse que inclui uma visita a Israel.

Em viagens anteriores, Blinken também visitou países árabes.

Leia também: Ataque no Irã aumenta temor de que guerra entre Israel e Hamas se espalhe pelo Oriente Médio

Na quarta-feira, 3, pelo menos 84 pessoas morreram, e mais de 200 ficaram feridas no Irã após duas explosões perto do túmulo de um general dos Guardiões da Revolução, pelo qual Teerã, aliado do Hamas, culpou rapidamente Estados Unidos e Israel.

Washington rejeitou qualquer insinuação de envolvimento dos dois países nos ataques. Um funcionário americano declarou à AFP, no entanto, que um ataque não reivindicado na noite anterior, que tirou a vida do número 2 do Hamas na periferia de Beirute, foi obra de Israel.

Antes do anúncio da visita de Blinken, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, levantou temores sobre a possível ampliação da guerra entre Israel e Hamas à região.

"Não é do interesse de ninguém, nem do interesse de nenhum país na região, ou do mundo, ver este conflito aumentar", disse Miller.

Inimigos acirrados

No Irã, cujos líderes religiosos apoiam o Hamas, duas explosões na quarta-feira mataram ao menos 84 pessoas que homenageavam o general dos Guardiões da Revolução, Qassem Soleimani, morto quatro anos antes em um ataque americano ordenado pelo republicano Donald Trump, antecessor de Biden.

Os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento, e um alto funcionário do governo Biden afirmou que o "ataque terrorista" é semelhante aos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que se opõe veementemente ao Irã.

Israel e Irã são inimigos acirrados há muito tempo e, desde o começo da guerra em Gaza, a violência tem aumentado entre grupos apoiados pelo Irã no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen.

Teerã também culpa Israel por um ataque em dezembro na Síria que matou Razi Musavi, alto comandante da Força Quds, mesmo braço dos Guardiões da Revolução que Soleimani liderou.

O governo Biden tem fornecido armas a Israel, além de apoio público e diplomático. Também manifestou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sua insatisfação com o número de vítimas civis na Faixa de Gaza e declarações de seu governo.

O ataque do Hamas em 7 de outubro deixou cerca de 1.140 mortos em Israel, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Os combatentes do movimento islamista palestino também fizeram cerca de 250 reféns, dos quais 129 continuam em Gaza, segundo autoridades israelenses.

Após o ataque, Israel lançou uma onda de bombardeios e uma ofensiva terrestre que deixou ao menos 22.313 mortos, em sua maioria mulheres e menores, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.

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