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Biden tenta reviver o 'Quad', aliança com Índia, Japão e Austrália

Depois de uma cúpula virtual em março, Biden volta a reuni-lo de forma presencial e em alto nível

Joe Biden: previsão é que o "Quad" insista nesta sexta sobretudo em projetos econômicos, ambientais e no combate à pandemia (Drew Angerer/Getty Images)

Joe Biden: previsão é que o "Quad" insista nesta sexta sobretudo em projetos econômicos, ambientais e no combate à pandemia (Drew Angerer/Getty Images)

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AFP

Publicado em 24 de setembro de 2021 às 19h17.

Última atualização em 4 de outubro de 2021 às 14h29.

O presidente americano, Joe Biden, continua mexendo as fichas na região do Indo-Pacífico ao receber nesta sexta-feira, 24, os primeiros-ministros de Índia, Japão e Austrália, após anunciar na semana passada uma espetacular aliança militar entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido.

Biden, que quer conter a influência crescente da China, pretende reviver o "Diálogo de Segurança Quadrilateral".

O também chamado "Quad" foi esboçado depois do tsunami devastador de 2004 e formalizado em 2007, mas está inativo há muito tempo.

Depois de uma cúpula virtual em março, Biden volta a reuni-lo de forma presencial e em alto nível.

Os convidados são Scott Morrison (Austrália), com quem Biden já tinha se reunido presencialmente nesta semana, Narendra Modi (Índia) e Yoshihide Suga (Japão), com os quais também mantém diálogos bilaterais nesta sexta.

Juntamente com o primeiro-ministro indiano, no Salão Oval, Biden descreveu o programa do dia: "Hoje vamos falar sobre o que mais podemos fazer para combater a covid-19, enfrentar os desafios climáticos e garantir a estabilidade da região do Indo-Pacífico".

"Guinada para a Ásia"

Ao reativar o "Quad", Biden está de alguma forma buscando a "guinada para a Ásia" da política externa americana, um objetivo acalentado pelo ex-presidente Barack Obama (2009-2017).

Mas depois do anúncio do Aukus, como é conhecido o acordo com o Reino Unido e a Austrália — e do seu contrato de submarinos de propulsão nuclear que enfureceu a França —, Washington quer apresentar o "Quad" sob uma luz de consenso.

É um cenáculo "informal" e "íntimo", destinado a "desenvolver melhores canais de comunicação", disseram altos funcionários da Casa Branca a jornalistas.

Não há um objetivo "militar", insistiram, assegurando que o "Quad" seria "complementar" a outras iniciativas regionais, em resposta a uma pergunta sobre sua articulação com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Alguns membros desta organização, integrado por Malásia, Indonésia, Brunei, Vietnã, Camboja, Laos, Mianmar, Singapura, Tailândia e Filipinas, temem que a ofensiva americana na região leve a uma escalada com a China.

Semicondutores, vacinas e clima

Segundo altos funcionários, a previsão é que o "Quad" insista nesta sexta sobretudo em projetos econômicos, ambientais e no combate à pandemia.

Os quatro sócios querem lançar uma iniciativa para proteger o abastecimento de semicondutores, componentes eletrônicos indispensáveis tanto para máquinas de lavar quanto para aviões ou smartphones, e que indústrias de todo o mundo têm enfrentado dificuldades para conseguir.

Também preveem falar sobre a tecnologia 5G, cibersegurança, intercâmbios universitários, projetos espaciais, pesca e vacinas.

"Para Washington, o desafio é superar o paradigma da segurança e melhorar a posição econômica dos Estados Unidos no sudeste da Ásia", disse Jonathan Stromseth, especialista na região, em nota publicada pelo centro de pesquisas Brookings Institution.

Stromseth avaliou que o esforço para reanimar o "Quad" é "emblemático" da "abordagem da administração Biden frente à China, apresentada como competitiva quando for preciso, cooperativa quando possível e de confronto quando necessário".

O presidente democrata mantém perante a China uma linha mais dura, mais ou menos como a de seu antecessor, o republicano Donald Trump, mas lida com o enfrentamento com Pequim de outra forma.

Biden, que tenta superar o confronto cara a cara entre as duas superpotências, espera reativar o jogo de alianças e incentivar os parceiros tradicionais dos Estados Unidos a tomar posições francas frente à China.

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