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Biden inclui mulheres e imigrante em equipe de política externa dos EUA

Todos os integrantes da equipe de política externa de Biden são defensores do multilateralismo e devem priorizar as questões ambientais

(Brian Snyder/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 07h37.

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden , anunciou na segunda-feira, 23, sua equipe de política externa e a estratégia de segurança nacional de seu governo. O democrata privilegiou a diversidade e incluiu duas mulheres e um imigrante no time, todos com experiência e defensores do multilateralismo, sinalizando uma importância especial para as questões ambientais. O posto de chefe da diplomacia - secretário de Estado - ficou com Antony Blinken.

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Ex-conselheiro de Segurança Nacional de Biden, quando ele era vice de Obama, Blinken trabalhou com o democrata também no Comitê de Relações Exteriores no Senado. Ele chegou a ser número dois do Departamento de Estado então chefiado por John Kerry, que também está de volta.

Kerry, um dos nomes mais conhecidos da política externa americana, terá um cargo novo, de "czar do clima", responsável no Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) pelas discussões ambientais - uma prioridade do novo governo americano. É a primeira vez que um nome dedicado ao tema terá assento no NSC.

Biden e Kerry são amigos de longa data e ex-colegas de Senado. O ex-chanceler foi um dos principais entusiastas da candidatura do democrata à presidência e, durante a campanha, trabalhou nas políticas ambientais de Biden com o time de assessores do senador Bernie Sanders. No segundo mandato de Obama, como chefe da diplomacia dos EUA, Kerry negociou o Acordo de Paris - ao qual Biden prometeu retornar no primeiro dia de mandato.

Biden definiu o grupo como "experiente e testado em crises". "Eles reunirão o mundo para enfrentar desafios inéditos, que nenhum país pode enfrentar sozinho. É tempo de restaurar a liderança americana. Eu confio nesse grupo para fazer isso", disse.

O presidente eleito promete recolocar os EUA nos principais fóruns globais e se afastar do isolacionismo de Donald Trump. A previsibilidade nas nomeações e a escolha de velhos conhecidos marca a diferença com o governo atual, conhecido pela impulsividade na escolha de nomes.

Blinken é um exemplo disso, um diplomata que defende o multilateralismo, a cooperação internacional e alianças sólidas. O futuro secretário de Estado, porém, traz na bagagem a defesa de intervenções militares desastrosas, como a guerra no Iraque. Foi ele quem fez as honras da casa quando a então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, visitou o Departamento de Estado, em 2015.

Ao fazer o discurso de abertura de um almoço em homenagem a Dilma, Blinken lamentou a morte do compositor Fernando Brant e citou a música Canção da América e o cantor Milton Nascimento para falar da amizade entre EUA e Brasil. Além de Kerry e Blinken, Biden anunciou mais quatro nomes que confirmam o compromisso com a diversidade: duas mulheres, sendo uma delas negra, um latino e um jovem democrata.

Alejandro Mayorkas será o primeiro latino a chefiar o Departamento de Segurança Interna, responsável pelas políticas de imigração. Mayorkas nasceu em Cuba e foi procurador da Califórnia, antes de atuar como diretor de cidadania e serviços imigratórios no governo Obama.

Em sua primeira mensagem após a escolha, Mayorkas lembrou que sua família buscou refúgio nos EUA e afirmou que supervisionará a segurança de todos os americanos "e daqueles que fogem de perseguição em busca de uma vida melhor".

Os anúncios incluíram ainda a primeira mulher a chefiar a Diretoria de Inteligência Nacional, Avril Haines, e o mais jovem Conselheiro de Segurança Nacional da história recente, Jake Sullivan, além da diplomata Linda Thomas-Greenfield, uma negra, como embaixadora dos EUA na ONU.

 

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