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Berlusconi subornou testemunhas, concluem juízes

Tribunal de Milão afirmou que o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi teria subornado meninas que testemunharam no caso Ruby


	Silvio Berlusconi: ele teria subornado meninas que testemunharam no caso "Ruby", processo em que foi condenado por prostituição de menores e abuso de poder
 (Getty Images)

Silvio Berlusconi: ele teria subornado meninas que testemunharam no caso "Ruby", processo em que foi condenado por prostituição de menores e abuso de poder (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 08h17.

Roma - O Tribunal de Milão afirmou nesta sexta-feira (29) que o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi deve ser investigado por corrupção em atos judiciários. Segundo o tribunal, ele teria subornado meninas que testemunharam no caso "Ruby", processo em que foi condenado por prostituição de menores e abuso de poder. A declaração do tribunal consta nos documentos apresentados hoje como explicação das penas impostas em julho a outros réus do processo, como os italianos Emilio Fede, Nicole Minetti e Lele Mora.

De acordo com o texto, "há fortes suspeitas" de que Berlusconi e seus advogados Niccolò Ghedini e Piero Longo "concediam grandes somas de dinheiro" a meninas usadas como testemunhas. Os juízes do Tribunal de Milão ressaltaram, particularmente, a concessão de suborno durante uma reunião ocorrida na mansão de Berlusconi em Arcore no dia 15 de janeiro de 2011. "Todas as pessoas que participaram daquela reunião, inclusive as meninas, são gravemente suspeitas", afirma o documento. Berlusconi foi condenado em junho a sete anos de prisão e ao afastamento de cargos públicos no caso "Ruby", no qual foi acusado de pagar, em ao menos 10 ocasiões, para manter relações sexuais com a marroquina Karima El Mahroug quando esta tinha menos de 18 anos. Durante as investigações, a Justiça descobriu um esquema de festas e prostituição em sua casa em Arcore. O ex-premier, por sua parte, nega todas as acusações.

Dentre os outros réus, Fede (jornalista que atua no ramo televisivo) e Mora (agente de celebridades) foram condenados a sete anos de prisão e receberam interdição perpétua para o exercício de cargos públicos. Ex-conselheira regional do partido Povo da Liberdade (PDL), Minetti, por sua vez, foi condenada a cinco anos. Segundo a Justiça, os três eram responsáveis por organizar as festas que ocorriam na mansão de Berlusconi em Arcore, perto de Milão, com prostitutas e menores de idade.

O anúncio do Tribunal de que Berlusconi deve ser investigado por suborno em atos judiciários ocorre dois dias depois do ex-premier ter seu mandato de senador cassado devido a outro processo em que foi condenado, o "Mediaset". Nesse caso, Berlusconi foi condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal na compra e venda de direitos televisivos. 

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