O ex-primeiro-ministro e líder da direita italiana Silvio Berlusconi (Alberto Lingria/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2013 às 15h22.
Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, sobre o qual pesa desde quinta-feira uma sentença de quatro anos de prisão por um delito de fraude fiscal, afirmou neste domingo que 'é inocente' e que 'não se rende'.
'Se um domingo, 4 de agosto, com 40 graus na sombra e o asfalto que queima e após horas de viagem, uma maré de gente veio para demonstrar afeto, eu me sinto no dever de manter meu compromisso e seguir aditente com ainda mais estusiasmo e paixão', afirmou o ex-mandatário.
Berlusconi se dirigiu assim às centenas de pessoas que participaram da manifestação organizada pelos membros de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), perante sua residência em Roma para demonstrar solidariedade após a condenação ditada pela Suprema Corte e que pôs fim a um processo de sete anos pelo chamado caso Mediaset.
Berlusconi também reiterou o apoio de seu partido ao Governo de coalizão que preside Enrico Letta e da qual fazem parte membros do PDL, assegurando que o Executivo deve seguir adiante e aprovar as medidas econômicas propostas.
Em um momento no qual a estabilidade e a continuidade do Executivo foi posto em dúvida, com o aumento das tensões no já delicado equilíbrio entre o PDL e o Partido Democrata (PD) de Letta, o ex-primeiro-ministro reivindicou o 'senso de responsabilidade' de sua formação.
'O interesse da Itália está acima de tudo', afirmou Berlusconi, que, visivelmente emocionado, assegurou que passou 'jornadas de angústia' e os dias 'mais dolorosos' de sua vida.
'Repassei o que fiz como filho, como pai, como empresário, como cidadão e servidor do Estado. Quando leio o que se escreve sobre mim nos jornais, me vejo como em um espelho com minha imagem deformada. Uma imagem que não é Silvio Berlusconi', dissew, entre os aplausos de seus seguidores.
Berlusconi, que além disso enfrenta a uma condenação de inabilitação para o exercício de cargos públicos cuja duração ainda está pendente de ser definida, criticou de novo a magistratura e acusou os juízes de estarem politizados e de atuarem em favor dos interesses da esquerda, ao afirmar que a 'Mediaset' nunca emitiu faturas falsas e que nos anos nos quais é acusado de ter idealizado essa trama de fraude, ele era primeiro-ministro e se ocupava de política.
'A magistratura quis me deixar fora (da política) durante 20 anos, agora alcançaram seu objetivo', afirmou Berlusconi, que, no entanto, assegurou que não se rende.