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Batalha contra tuberculose ainda não foi vencida, alerta OMS

De acordo com relatório da OMS, a batalha contra a tuberculose fez importantes avanços, mas a guerra ainda não foi vencida


	Raio X mostra pulmão atacado por tuberculose: 37 milhões de vidas foram salvas entre 2000 e 2013
 (Spencer Platt/Getty Images)

Raio X mostra pulmão atacado por tuberculose: 37 milhões de vidas foram salvas entre 2000 e 2013 (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 12h26.

Paris - A batalha contra a tuberculose fez importantes avanços, que permitiram salvar 37 milhões de vidas entre 2000 e 2013, mas a guerra ainda não foi vencida, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta quarta-feira.

Mais de 20 anos após ter declarado a tuberculose uma "urgência de saúde pública mundial", a OMS ressalta em seu relatório anual "progressos importantes realizados" nos últimos anos no mundo relativos às morte relacionadas com a doença.

Contudo, a tuberculose continua a ser a segunda doença infecciosa mais mortal no mundo, atrás apenas da Aids.

Em 2013, 9 milhões de novos casos de tuberculose e 1,5 milhão de mortos foram registrados, contra 1,6 milhão de vítimas mortais ligadas à Aids em 2012.

Os números de 2013 são ligeiramente mais elevados do que em 2012 (8,6 milhões de novos casos e 1,2 milhões de mortes), devido à inclusão dos primeiros números detalhados da Nigéria, o país mais populoso da África.

"Uma vez que a maioria das mortes por tuberculose é evitável, o número de vítimas ainda é inaceitavelmente alto", observa a OMS, que insiste na necessidade de acelerar os esforços para alcançar os objetivos do seu plano "Fim da tuberculose" 2006-2015.

A OMS estabeleceu uma meta de reduzir pela metade a taxa de mortalidade da tuberculose (o número de mortes por 100 mil habitantes) e a taxa de prevalência da doença (o número de pessoas que sofrem da doença em um determinado momento por 100.000 pessoas) em 2015.

No final de 2013, a taxa de mortalidade caiu globalmente cerca de 45% desde 1990, enquanto a taxa de prevalência baixou de 41%, segundo o relatório.

Disparidades regionais

Mas existem diferenças importantes entre as regiões. O continente americano e o Pacífico Ocidental já alcançaram a meta, em contraste com a África, a região do mediterrânea e partes da Europa, onde a tuberculose "não diminuiu rápido o suficiente para atingir os objetivos".

Os homens também são mais frequentemente e mais severamente afetados do que as mulheres, com cerca de dois terços das mortes por tuberculose em 2013, enquanto 80 mil mortes foram contabilizadas em crianças.

Mais da metade (56%) de novos casos de tuberculose foram notificados no ano passado no sudeste asiático e na região do Pacífico, as duas regiões mais populosas do mundo, mas é na África que as taxas de casos de tuberculose e de mortes em relação à população doente continuam a ser as mais altas.

Do 1,5 milhão de mortes por tuberculose em 2013, 360 mil pessoas também estavam infectadas com HIV (o vírus da Aids).

Entre os fatores de otimismo, a OMS cita a estabilização em 3,5% dos casos de tuberculose multirresistente - que não respondem aos antibióticos de primeira linha - e o surgimento de testes rápidos para diagnosticar a doença.

O relatório também observa que, "pela primeira vez em 40 anos, os novos tratamentos contra a tuberculose estão começando a surgir", incluindo tratamentos combinados com novas moléculas que são alvos de testes clínicos.

As pesquisas também continuam para o desenvolvimento de novas vacinas, mesmo que "ainda não exista uma vacina eficaz na prevenção da tuberculose em adultos".

A única vacina existente é a BCG (desenvolvida em 1921 e preparado a partir do Bacillus Calmette Guerin).

Ela é recomendada pela OMS em crianças, uma vez que protege contra as formas graves extra-pulmonares da tuberculose em crianças. No entanto, segundo a OMS, ela "não protege de forma confiável" contra a tuberculose pulmonar, "que representa o maior número de casos no mundo."

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