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Atentado do EI provoca 75 mortes no leste da Síria

Organização extremista sunita mantém a capacidade de executar atentados violentos, contra civis ou combatentes inimigos.

Bandeira do Estado Islâmico: na província de Deir Ezzor, os jihadistas do EI enfrentam duas ofensivas (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Bandeira do Estado Islâmico: na província de Deir Ezzor, os jihadistas do EI enfrentam duas ofensivas (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 12h47.

Ao menos 75 civis morreram em um atentado com carro-bomba executado no sábado pelo grupo Estado Islâmico (EI) na província síria de Deir Ezzor, onde os extremistas, entrincheirados, tentam defender seus últimos redutos.

Apesar da queda do "califado" autoproclamado pelo EI no Iraque e na Síria, a organização extremista sunita mantém a capacidade de executar atentados violentos, contra civis ou combatentes inimigos.

O atentado de sábado teve como alvo uma concentração de deslocados em uma zona desértica controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), aliança curdo-árabe apoiada pelos Estados Unidos e que luta contra os jihadistas.

"Além dos 75 mortos, que incluem crianças, há 140 feridos", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG que tem uma ampla rede de fontes no país em guerra.

No sábado, o OSDH anunciou um balanço inicial de "dezenas de mortos", que foi atualizado neste domingo.

Rahman explicou que as vítimas eram pessoas que tentavam fugir das diferentes ofensivas contra o EI nesta província do leste da Síria.

Na província de Deir Ezzor, os jihadistas do EI enfrentam duas ofensivas: uma liderada pelas FDS e outra pelas forças do regime sírio, que contam com o apoio da Rússia.

Na quinta-feira, o exército sirio e seus aliados (Rússia e Irã) expulsaram os últimos combatentes do EI da cidade de Deir Ezzor. Os jihadistas perderam assim a última grande cidade do "califado" que haviam proclamado em 2014 em uma ampla região entre a Síria e o Iraque.

Os combates prosseguem no restante da província fronteiriça com o Iraque, onde o EI está encurralado no vale do Eufrates. Há três anos, os extremistas chegaram a controlar, entre os dois países, um território equivalente à superfície da Itália.

Com o aumento da violência, muitos civis tentam fugir das últimas zonas controladas pelos jihadistas.

"Estão perdidos, principalmente nas zonas desérticas, onde as comunicações são inexistentes", afirmou Rami Abdel Rahman no sábado.

"Nas últimas semanas, quase 350.000 pessoas, das quais 175.000 eram crianças, arriscaram suas vidas para encontrar refúgio e escapar da escalada (da violência) em Deir Ezzor", afirmou a ONG Save the Children.

Aproveitando o caos provocado pela guerra na Síria, o EI assumiu em 2014 o controle de quase toda a província de Deir Ezzor, rica em petróleo.

Na quinta-feira, o exército sírio, depois da retomada da cidade de mesmo nome, intensificou a campanha para reconquistar a cidade de Abu Kamal, também na província de Deir Ezzor.

A guerra na Síria, que começou com manifestações pacíficas contra o regime, violentamente reprimidas, provocou uma forte divisão no país, onde combatem diferentes beligerantes, muitos deles procedentes do exterior.

Desde 2011, o conflito deixou mais de 330.000 mortos e forçou a fuga de milhões de sírios para o exterior.

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