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Ataques no dia de Natal na Nigéria deixam ao menos 32 mortos

Grupo islâmico reinvidica autoria dos ataques contra cristãos que atingiram igrejas do país nos últimos dias

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2011 às 13h32.

São Paulo - Ataques a bomba contra igrejas durante as celebrações de Natal, entre os quais um fora da capital, mataram pelo menos 32 pessoas na Nigéria, em meio à crescente violência, reivindicada por um grupo islâmico.

A seita islamita Boko Haram, da Nigéria, reivindicou a autoria do atentado contra uma igreja de Madalla, perto da capital, Abuja, que matou 27 pessoas, enquanto três novas explosões foram registradas em igrejas do país, uma delas na igreja evangélica da cidade de Jos (centro), na qual morreu um policial que vigiava o templo, e no templo de Damaturu, onde quatro pessoas morreram.

"Somos responsáveis por todos os ataques dos últimos dias, inclusive a bomba na igreja de Madalla", disse à AFP, em declarações por telefone, um porta-voz da Boko Haram, Abul Qaqa.

"Continuaremos lançando ataques como estes no norte do país nos próximos dias", advertiu a fonte.

"Os responsáveis que fizeram a contagem me disseram que 27 pessoas morreram" na igreja de Madalla, declarou à AFP o padre Christopher Bard, informando que a explosão aconteceu ao final da missa de Natal, revisando para cima o número de 15 mortos, registrado inicialmente pelos serviços de primeiros socorros.

Na quinta e na sexta-feiras, confrontos entre o grupo, que promove a criação de um Estado islâmico na Nigéria, e forças de ordem no nordeste do país deixaram 100 mortos.


Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o ataque foi fruto de um "ódio cego e absurdo".

"O atentado contra a igreja na Nigéria, precisamente no dia de Natal, manifesta infelizmente mais uma vez um ódio cego e absurdo que não tem nenhum respeito pela vida humana", disse Lombardi, em declarações à imprensa, na Santa Sé.

Segundo Lombardi, o atentado contra uma igreja católica em Madalla "busca suscitar e alimentar ainda mais o ódio e a confusão".

As declarações do porta-voz foram feitas antes de novos ataques na Nigéria: um em Jos (epicentro dos enfrentamentos intercomunitários, no centro do país), dois em Damaturu, na noite de sábado, e um terceiro em Gadaka, segundo várias testemunhas.

Em um dos ataques a Damaturu, quatro pessoas morreram, três agentes de segurança e um camicase, informaram os serviços secretos da polícia nigeriana (SSS) em nota.

Em Gadaka, "fiéis cristãos foram atacados em uma igreja da cidade", afirmou um morador da cidade.

"Uma bomba explodiu na igreja Mountain of Fire. Um policial que vigiava a igreja morreu e um muro da igreja foi destruído", disse à AFP o porta-voz do governo do estado de Plateau, do qual Jos é a capital.

Segundo o porta-voz, o policial morreu ao ser alvo de disparos durante troca de tiros com os atacantes.


De acordo com uma testemunha chamada Jude, os atacantes lançaram um explosivo contra a igreja evangélica da cidade.

"O alvo deles era a igreja, mas um dos policiais que patrulhava a área os viu e atirou contra eles", contou a testemunha à AFP, acrescentando que os atacantes estavam armados e dispararam várias vezes antes de fugir.

As forças de ordem teriam conseguido deter um dos terroristas.

Os três atentados ocorreram no estado de Yobe, alvo no fim de semana de uma onda de ataques praticados pela seita Boko Haram.

O ministro nigeriano encarregado da polícia, Caleb Olubolade, disse que em Madalla ocorria uma "guerra".

"É como se tivesse sido iniciada uma guerra civil no país. Devemos estar à altura e enfrentar a situação", afirmou Olubolade.

O aumento das tensões interreligiosas na Nigéria, sexto país do mundo em número de cristãos, inquieta o Vaticano.

Em novembro passado, durante sua visita a Benin, o papa Bento XVI insistiu na tradição tolerante do Islã na África e na coexistência pacífica entre muçulmanos e cristãos.

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