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Ataques de tubarões preocupam autoridades na Austrália

''Os cinco ataques mortais (em dez meses) não têm precedentes, mas causam um enorme alarme na sociedade'', disse o ministro de Pesca

Tubarões: As autoridades da Austrália Ocidental autorizaram o sacrifício de qualquer tubarão que medir mais de quatro metros (James Watt/AFP)

Tubarões: As autoridades da Austrália Ocidental autorizaram o sacrifício de qualquer tubarão que medir mais de quatro metros (James Watt/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2012 às 22h05.

Sydney - O alarmante aumento dos ataques de tubarão branco no litoral da Austrália levou às autoridades locais a planejar uma revisão do status de proteção deste grande predador dos oceanos.

''Os cinco ataques mortais (em dez meses) não têm precedentes, mas causam um enorme alarme na sociedade'', disse o ministro de Pesca do estado da Austrália Ocidental, Norman Moore, em comunicado à imprensa.

A última vítima destes ataques foi o australiano Ben Linden, de 24 anos, que praticava surfe no último sábado próximo a ilha Wedge, situada a cerca de 180 quilômetros ao norte de Perth, capital da Austrália Ocidental.

O serviço da guarda-costeira australiana ainda busca o corpo do jovem surfista, enquanto a perseguição ao ''brutus'', como o tubarão branco de mais de cinco metros foi chamado na imprensa, foi suspensa 24 horas depois do ataque. Uns dias antes, pescadores da região já haviam avistado o animal.

Além de ''novas medidas preventivas'', Moore afirmou que precisa ''esclarecer urgentemente'' o status de proteção do tubarão branco, já que, segundo Moore, sua população aumentou após ser declarada uma espécie vulnerável há quase duas décadas. Moore também ressaltou que os ataques na Austrália subiram muito mais do que em outras partes do mundo.

Por enquanto, as autoridades da Austrália Ocidental autorizaram o sacrifício de qualquer tubarão que medir mais de quatro metros de comprimento e também fecharam as praias próximas ao ataque para os banhistas.


A representante da Sociedade de Vida Selvagem da Austrália Ocidental, Janita Enevoldsen, afirmou que a exclusão do grande tubarão branco da lista de espécies protegidas não é uma solução adequada para esta onda de ataques.

Marin Garwood, especialista do aquário de Sydney, também questionou essa decisão ao colocar em dúvida a existência de uma relação direta entre o aumento do número de tubarões e um ''incomum'' aumento de ataques, já que não existem estatísticas confiáveis que possam provar essa ligação.

Segundo Garwood, os últimos ataques põem em evidência a maior presença de seres humanos em novas zonas marinhas. Neste aspecto, o especialista do aquário de Sydney apontou que na última década a prática de esportes de aventura, como o surfe, foi popularizada em lugares desconhecidos e pouco povoados.

O Ministério do Ambiente da Austrália calculou que havia menos de 10 mil tubarões brancos em 1990, ano em que o animal foi incorporado na lista de espécies protegidas, embora seja impossível fazer uma avaliação exata desta população.

De acordo com a Sociedade de Conservação da Austrália, o primeiro ataque mortal de um grande tubarão branco no país oceânico ocorreu em 1791 e, desde então, 689 casos já foram registrados, sendo 200 mortais.


O tubarão branco, que chega a medir até 5,5 metros de comprimento, adquiriu uma fama de assassino na década de 70 com o clássico filme ''Tubarão'', dirigida por Steven Spielberg.

No entanto, ao contrário do que se imagina, este animal aquático se alimenta de peixes e outras espécies, como raias, crustáceos, mamíferos e aves marinhas.

O oceanógrafo francês Jacques Cousteau também já teve um encontro com um grande tubarão branco enquanto mergulhava com um amigo próximo das ilhas de Cabo Verde. Nesta ocasião, ambos os mergulhadores tiveram sorte, já que, apesar de se aproximar, o animal não tentou atacar os mergulhadores.

Nesta ocasião, Cousteau declarou que se surpreendeu com o ''grande abismo'' que divide a percepção das pessoas e o real perigo oferecido por estes animais.

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