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Ataque com carro na Austrália deixa 4 mortos e 15 feridos

Segundo o chefe de polícia, o incidente não esteve vinculado a uma motivação terrorista

Equipes atendem ferido após carro avançar sobre pedestres e, Melbourne, na Austrália, em 20/01/2017 (AAP/Luke Costin/Reuters)
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AFP

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 08h40.

Última atualização em 20 de janeiro de 2017 às 11h03.

Um carro atingiu pedestres em um popular centro comercial a céu aberto no coração da segunda maior cidade da Austrália nesta sexta-feira, matando quatro pessoas, incluindo uma criança, e ferindo outras 15.

A polícia informou que não considerava este incidente um ato de terrorismo.

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Testemunhas afirmaram que "corpos voavam pelos ares" e pessoas tentavam escapar do avanço do veículo, que circulava em alta velocidade e invadiu uma rua fechada à circulação de carros na região central de Melbourne.

Momentos antes, os pedestres acompanharam atônitos enquanto o motorista gesticulava pela janela e andava em círculos com o carro em um importante cruzamento, bloqueando o trânsito.

Este episódio de violência ocorreu a apenas um quilômetro do Melbourne Park, onde os principais astros do mundo do tênis disputam o primeiro Grand Slam do ano em uma cidade repleta de turistas.

A polícia atirou no motorista de 26 anos - que tem um histórico de problemas com violência doméstica, saúde mental e drogas - no braço e o prendeu.

"Este indivíduo não tem relação com nenhuma atividade de contra-terrorismo ou de terrorismo", disse Graham Ashton, delegado-chefe do estado de Victoria.

"Ele não está em nossos registros como tendo qualquer conexão com o terrorismo e não estamos considerando isso como um incidente relacionado ao terrorismo", explicou.

"O que sabemos sobre esta pessoa é que tem um histórico extenso de violência familiar".

Três pessoas foram mortas em diferentes pontos da rua Bourke, um homem e uma mulher de cerca de 30 anos e uma criança cuja idade não foi divulgada por questões de privacidade, informou Ashton.

A morte da quarta pessoa foi confirmada pela polícia nesta sexta-feira, mas sua idade e sexo não foram divulgados.

Outras quinze pessoas ficaram feridas. Cinco estavam em estado crítico, incluindo uma criança, acrescentou.

O Royal Children's Hospital informou que estava tratando três crianças de três meses, dois anos e nove anos. Uma quarta criança de 13 anos foi medicada e recebeu alta.

"As orações e a sincera simpatia de todos os australianos estão com as vítimas e as famílias das vítimas deste crime chocante ocorrido em Melbourne hoje", declarou o primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, em um comunicado.

"Histórico de violência"

O motorista supostamente esfaqueou seu irmão no subúrbio de Windsor, seis quilômetros ao sul da rua Bourke, no início da sexta-feira, disse Ashton.

A polícia tentou interceptar seu carro antes que entrasse na cidade, por volta das 13h45 locais (00h45 de Brasília), e o homem foi visto dirigindo erraticamente perto da principal estação ferroviária de Melbourne durante a tarde.

Imagens divulgadas no YouTube mostravam o motorista andando em círculos em um cruzamento e gesticulando para os pedestres.

Uma testemunha, Kylie Clark, declarou ao Herald Sun de Melbourne que viu "corpos voando pelos ares".

Outra testemunha contou ao jornal que "ele não estava parando e as pessoas que caminhavam tentaram fugir, e ele simplesmente continuava avançando e atingindo as pessoas".

Uma testemunha que pediu para não ser identificada disse à AFP que "foi um banho de sangue na calçada".

Forças de segurança fortemente armadas foram enviadas ao local do incidente, e imagens de televisão mostraram o carro com a carroceria amassada, as portas abertas e o para-brisas quebrado.

Um homem algemado vestido apenas com roupas íntimas foi visto deitado no chão cercado por policiais.

Outras imagens mostravam um carrinho de bebê virado. A criança no carrinho era uma das feridas em estado crítico, disse Aston.

O suspeito foi acusado na semana passada pela polícia, acrescentou o delegado, sem dar mais detalhes.

"Ele chamou a nossa atenção em muitas ocasiões no passado. Há questões de saúde mental e relacionadas ao uso de drogas no passado desta pessoa", explicou.

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