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Armas químicas do regime sírio são um arsenal misterioso

Arsenal químico sírio é considerado um dos maiores do Oriente Médio, mas informações públicas a respeito são quase inexistentes

Voluntários ajudam vítimas em hospital na Síria: país é um dos poucos a não ter assinado a Convenção sobre a Interdição de Armas Químicas (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 12h08.

Beirute - O arsenal químico sírio, que existe há décadas, é considerado um dos maiores do Oriente Médio , mas continua a ser alvo de especulações, já que as informações públicas são quase inexistentes.

A oposição síria acusa o regime de Damasco recorrer às armas químicas e exige uma posição da comunidade internacional, enquanto que as autoridades e o Exército sírio negam categoricamente esse tipo de acusação.

O Reino Unido, a França e os Estados Unidos acusam o Exército sírio de ter recorrido em várias ocasiões às armas químicas contra a oposição. Por sua vez, a Rússia, aliada de Damasco, afirma ter provas de que os rebeldes utilizaram gás sarin em março perto de Alepo (norte).

O regime sírio reconheceu pela primeira vez em 23 de julho de 2012 possuir armas químicas e ameaçou utilizá-las em caso de intervenção militar ocidental, mas nunca contra a sua própria população.

Em março, governo e rebelião se acusaram mutuamente de ter feito uso de armas químicas no conflito.

A Síria é um dos poucos países a não ter assinado a Convenção sobre a Interdição de Armas Químicas e não é membro da Organização encarregada de controlar a sua aplicação, a OIAC.

O programa químico sírio iniciou nos anos 1970, com a ajuda do Egito e, em seguida, da ex-URSS. A Rússia nos anos 1990 e o Irã a partir de 2005 também forneceram apoio ao país, segundo a Nuclear Threat Initiative, uma organização independente que coleta informações sobre as armas de destruição em massa.


De acordo com uma especialista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, trata-se do "maior programa de armas químicas no Oriente Médio, criado com o objetivo de contrabalancear o programa nuclear de Israel".

Importantes informações sobre este programa foram coletadas junto a oficiais que desertaram, mas elas estão "longe de serem completas", indica esta especialista.

Segundo um especialista do centro de estudos sobre a não-proliferação de armas do Instituto Monterey (Estados Unidos), os estoques sírios contam com "centenas de toneladas" de agentes químicos diversos.

"Sua variedade de agentes químicos é bastante robusta", concorda um especialista francês da Fundação para a Pesquisa Estratégica.

"Os sírios conseguiram dominar a síntese de compostos organofosforados: a última geração, mais eficaz e mais tóxica, de armas químicas. Nesta família, há sarin e VX, assim como agentes muito mais velhos como o gás mostarda", declarou um ano atrás.

Em 30 de janeiro, aviões israelenses bombardearam perto de Damasco um galpão de mísseis terra-ar e um complexo militar adjacente suspeito de abrigar produtos químicos. Israel teme a transferência de armas para o Hezbollah, de acordo com uma autoridade americana.

De acordo com o New York Times, o ataque poderia ter danificado o principal centro de pesquisa sobre armas químicas e biológicas no país.

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Beirute - O arsenal químico sírio, que existe há décadas, é considerado um dos maiores do Oriente Médio , mas continua a ser alvo de especulações, já que as informações públicas são quase inexistentes.

A oposição síria acusa o regime de Damasco recorrer às armas químicas e exige uma posição da comunidade internacional, enquanto que as autoridades e o Exército sírio negam categoricamente esse tipo de acusação.

O Reino Unido, a França e os Estados Unidos acusam o Exército sírio de ter recorrido em várias ocasiões às armas químicas contra a oposição. Por sua vez, a Rússia, aliada de Damasco, afirma ter provas de que os rebeldes utilizaram gás sarin em março perto de Alepo (norte).

O regime sírio reconheceu pela primeira vez em 23 de julho de 2012 possuir armas químicas e ameaçou utilizá-las em caso de intervenção militar ocidental, mas nunca contra a sua própria população.

Em março, governo e rebelião se acusaram mutuamente de ter feito uso de armas químicas no conflito.

A Síria é um dos poucos países a não ter assinado a Convenção sobre a Interdição de Armas Químicas e não é membro da Organização encarregada de controlar a sua aplicação, a OIAC.

O programa químico sírio iniciou nos anos 1970, com a ajuda do Egito e, em seguida, da ex-URSS. A Rússia nos anos 1990 e o Irã a partir de 2005 também forneceram apoio ao país, segundo a Nuclear Threat Initiative, uma organização independente que coleta informações sobre as armas de destruição em massa.


De acordo com uma especialista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, trata-se do "maior programa de armas químicas no Oriente Médio, criado com o objetivo de contrabalancear o programa nuclear de Israel".

Importantes informações sobre este programa foram coletadas junto a oficiais que desertaram, mas elas estão "longe de serem completas", indica esta especialista.

Segundo um especialista do centro de estudos sobre a não-proliferação de armas do Instituto Monterey (Estados Unidos), os estoques sírios contam com "centenas de toneladas" de agentes químicos diversos.

"Sua variedade de agentes químicos é bastante robusta", concorda um especialista francês da Fundação para a Pesquisa Estratégica.

"Os sírios conseguiram dominar a síntese de compostos organofosforados: a última geração, mais eficaz e mais tóxica, de armas químicas. Nesta família, há sarin e VX, assim como agentes muito mais velhos como o gás mostarda", declarou um ano atrás.

Em 30 de janeiro, aviões israelenses bombardearam perto de Damasco um galpão de mísseis terra-ar e um complexo militar adjacente suspeito de abrigar produtos químicos. Israel teme a transferência de armas para o Hezbollah, de acordo com uma autoridade americana.

De acordo com o New York Times, o ataque poderia ter danificado o principal centro de pesquisa sobre armas químicas e biológicas no país.

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