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Trump deve anunciar revisão da política militar no Afeganistão

A nova estratégia deve incluir um aumento de tropas para ampliar a luta contra o Estado Islâmico

Ghouta: região da Síria que foi alvo de armas químicas, há exatos quatro anos, segue marcada pela guerra civil (Bassam Khabieh/Reuters)

Ghouta: região da Síria que foi alvo de armas químicas, há exatos quatro anos, segue marcada pela guerra civil (Bassam Khabieh/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 06h14.

Última atualização em 21 de agosto de 2017 às 07h34.

Há cinco anos, em agosto de 2012, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a “linha vermelha” para intervir militarmente na Síria seria o uso de armas químicas. O país do Oriente Médio já estava em guerra civil há um ano, e o presidente Bashar al-Assad não demorou a cruzar a tal linha. Em dezembro daquele ano, bombas tóxicas atingiram civis que estavam na fila para assar seus pães na cidade de Homs. O governo americano, como se sabe, não reagiu.

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Depois, em 21 de agosto de 2013, há exatos quatro anos, que o regime sírio cavou seu maior escândalo humanitário: centenas de pessoas foram mortas — e até hoje não se sabe precisar quantas vítimas houve — com um ataque realizado com gás sarin sobre o distrito de Ghouta, na periferia da capital, Damasco. Três hospitais geridos pela organização Médicos Sem Fronteiras receberam cerca de 3.600 civis intoxicados. Os Estados Unidos ameaçaram enviar tropas para o país, mas desistiram depois que Bashar al-Assad se comprometeu a destruir suas reservas de armas químicas.

A linha vermelha traçada por Obama permaneceu como uma linha turva e maleável, e o governo sírio continuou a fazer uso de armas químicas, sem houvesse intervenções consistentes. Em abril deste ano, um novo ataque ocorreu, deixando mais de 80 mortos. Desta vez, o atual presidente americano, Donald Trump, decidiu retaliar o governo sírio bombardeando uma de suas bases áreas, afirmando que, sob seu comando, cruzar a tal linha vermelha não seria tolerado. O ato terminou se mostrando mais simbólico do que estratégico, e a guerra civil na Síria permanece.

No início de agosto, a advogada da comissão de inquérito da ONU para a Síria, Carla Del Ponte, pediu demissão do cargo, ao afirmar que não havia atrocidade que mobilizasse os membros do Conselho de Segurança a promover qualquer tipo de justiça em relação aos sírios. Nesta segunda-feira, Trump deve anunciar uma revisão da política militar americana no Afeganistão, com uma nova estratégia que deve incluir um aumento de tropas para ampliar a luta contra o Estado Islâmico. Também há soldados americanos na Síria com o mesmo propósito, mas já ficou claro que não é uma linha vermelha que fará os Estados Unidos lançarem mão de um plano de atuação — seja ele diplomático, militar ou humanitário.

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