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Árabes podem ficar fora do Parlamento israelense

A medida do Parlamento quer elevar de 2% para 4% a porcentagem mínima de votos para um partido ter representação na câmara

Parlamento israelense: a iniciativa foi apresentada como emenda à Lei Básica, de modo que a Suprema Corte não poderia derrubá-la. (GettyImages)

Parlamento israelense: a iniciativa foi apresentada como emenda à Lei Básica, de modo que a Suprema Corte não poderia derrubá-la. (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 12h03.

Jerusalém - O Parlamento de Israel aprovou nesta quinta-feira em primeira leitura elevar de 2% para 4% a porcentagem mínima de votos para um partido ter representação na câmara, o que poderia deixar de fora os partidos árabes, que representam um quinto da população do país.

A proposta, que obteve 64 votos a favor e 49 contra, precisa ainda passar por uma análise de um comitê parlamentar e uma segunda e terceira leituras.

A polêmica medida foi promovida conjuntamente pelo partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, liderada pelo ex-ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, e o centrista Yesh Atid, de Yair Lapid, como uma forma de reduzir a elevada fragmentação da Knesset, que obriga a formação de amplas e muitas vezes várias coalizões de governo.

Os dois partidos árabes (Balad e Ra'am-Ta'al ) e o judeu-árabe (Hadash), que nas eleições de fevereiro obtiveram cada um menos de 4% dos votos, afirmam que a lei é um abuso da maioria parlamentar para os excluir da câmara como representantes da minoria palestina com cidadania israelense, que representa um quinto da população do país.

A iniciativa foi apresentada como emenda à Lei Básica, de modo que a Suprema Corte não poderia derrubá-la.

O debate parlamentar, que transcorreu até a madrugada, teve momentos emotivos, como as lágrimas do líder do partido de esquerda Meretz ao anunciar que manteria silêncio em solidariedade aos partidos árabes, que escolheram esta forma de protesto.

Os deputado árabes, os partidos de esquerda de maioria judaica e a formação ultra-ortodoxa asquenazi Judaísmo Unido da Torá demonstraram sua rejeição em pé e em silêncio, diante da recriminação e piadas do restante dos congressistas.

Um dos legisladores árabes chegou a tapar a boca com esparadrapo e outro deu às costas ao plenário da câmara. 

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