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Após se explicar no Congresso, Bezerra se diz "animado"

Fernando Bezerra, deixou o Senado nesta quinta-feira se dizendo "animado" e com a "confiança e carinho" da presidente Dilma Rousseff

Bezerra, Ministro da Integração (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 21h16.

São Paulo - Depois de mais de cinco horas em que rebateu no Congresso Nacional acusações de direcionamento de verbas de sua pasta, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deixou o Senado nesta quinta-feira se dizendo "animado" e com a "confiança e carinho" da presidente Dilma Rousseff.

Em uma reunião extraordinária da Comissão Representativa do Congresso dominada por aliados do governo e do ministro, Bezerra se defendeu das acusações de que teria usado recursos da pasta destinados à prevenção de desastres naturais para beneficiar seu filho, que é deputado, e seu Estado, Pernambuco.

"Quem fortalece o ministro ou não é a confiança da presidente. Eu sinto que tenho a confiança da presidente, o apoio dela, o carinho, nas ações que estamos desenvolvendo e continuo animado", afirmou Bezerra ao final.

Ele anunciou medidas para reforçar a área da Defesa Civil e viagens pelo país já a partir de sexta-feira para visitar áreas atingidas pelas chuvas e estiagens que afetam diferentes regiões do Brasil.

Em sua defesa, o ministro apresentou números de execução orçamentária do ministério. Ele também deu explicações sobre acusações de nepotismo em órgãos ligados à pasta.


A oposição tentou pressionar o ministro, mas não apresentou fatos novos além dos divulgados pela imprensa nos últimos dias.

Já os aliados, incluindo PT e PMDB, alegaram "preconceito" contra o Nordeste. Até mesmo a destinação de 6 bilhões de reais feita pela presidente Dilma ao Estado de São Paulo, governado pelo PSDB, foi utilizado nos discursos como sinal de que o governo federal não privilegia apenas aliados.

Pelos números apresentados por Bezerra, foram empenhados 2,2 bilhões de reais em 2011 para prevenção de catástrofes naturais. Desses recursos, 56 por cento foram destinados a Estados no Sudeste, outros 24 por cento para a região Nordeste e 11 por cento para os Estados do Sul.

"Essa foi a realidade da seleção política de projetos e do empenhamento dos recursos federais", disse o ministro para os parlamentares da Comissão Representativa do Congresso Nacional, que funciona durante o recesso parlamentar.

O ministro admitiu, no entanto, que dos 490 milhões de reais para recuperação de áreas destruídas por catástrofes naturais e para ajuda às famílias atingidas, Pernambuco foi o Estado que mais se beneficiou.

Dos recursos geridos pela sua pasta nessa área, 44 por cento -98 milhões de reais- foram destinados a obras no Estado.

Após a publicação das denúncias pela imprensa, a oposição pediu investigação à Procuradoria-Geral da República e que a presidente Dilma Rousseff afastasse o ministro.


O autor do requerimento para que o ministro prestasse explicações ao Congresso, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), disse que as explicações não convenceram a sociedade e reafirmou durante seus questionamentos que o ministro adotou critérios políticos para liberar recursos.

"O objetivo da oposição é repercutir os fatos... para que a sociedade possa saber onde está sendo aplicado o imposto pago com tanto sacrifício", disse.

Bezerra argumentou ainda que, na área de prevenção de catástrofes naturais, sua pasta administra apenas 12 por cento dos recursos e que, portanto, não está no comando das ações.

O ministro rebateu novamente a acusação de que teria beneficiado seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), na liberação de emendas parlamentares.

"Não é correto dizer que apenas um (deputado) teve 100 por cento (de emendas) empenhado, 54 parlamentares conseguiram empenhar 100 por cento de suas emendas", argumentou, acrescentando que os empenhos seguiram orientações técnicas que apenas projetos que estavam de acordo com a legislação receberam empenho.

Bezerra voltou a negar as acusações de nepotismo. Segundo ele, seu irmão, Clementino Coelho, só comandou a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) porque a presidência do órgão estava vaga e, por norma estatutária, o diretor mais antigo assume interinamente seu comando. "Ele está na Codevasf desde 2003", explicou Bezerra.

A sessão da Comissão Representativa conta com a presença de aproximadamente 50 parlamentares, número bem superior ao total de parlamentares convocados oficialmente -16 deputados e oito senadores.

Os principais líderes de partidos aliados compareceram à audiência para defender o ministro da Integração Nacional, que é ligado ao presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, importante aliado na eleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado.

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São Paulo - Depois de mais de cinco horas em que rebateu no Congresso Nacional acusações de direcionamento de verbas de sua pasta, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deixou o Senado nesta quinta-feira se dizendo "animado" e com a "confiança e carinho" da presidente Dilma Rousseff.

Em uma reunião extraordinária da Comissão Representativa do Congresso dominada por aliados do governo e do ministro, Bezerra se defendeu das acusações de que teria usado recursos da pasta destinados à prevenção de desastres naturais para beneficiar seu filho, que é deputado, e seu Estado, Pernambuco.

"Quem fortalece o ministro ou não é a confiança da presidente. Eu sinto que tenho a confiança da presidente, o apoio dela, o carinho, nas ações que estamos desenvolvendo e continuo animado", afirmou Bezerra ao final.

Ele anunciou medidas para reforçar a área da Defesa Civil e viagens pelo país já a partir de sexta-feira para visitar áreas atingidas pelas chuvas e estiagens que afetam diferentes regiões do Brasil.

Em sua defesa, o ministro apresentou números de execução orçamentária do ministério. Ele também deu explicações sobre acusações de nepotismo em órgãos ligados à pasta.


A oposição tentou pressionar o ministro, mas não apresentou fatos novos além dos divulgados pela imprensa nos últimos dias.

Já os aliados, incluindo PT e PMDB, alegaram "preconceito" contra o Nordeste. Até mesmo a destinação de 6 bilhões de reais feita pela presidente Dilma ao Estado de São Paulo, governado pelo PSDB, foi utilizado nos discursos como sinal de que o governo federal não privilegia apenas aliados.

Pelos números apresentados por Bezerra, foram empenhados 2,2 bilhões de reais em 2011 para prevenção de catástrofes naturais. Desses recursos, 56 por cento foram destinados a Estados no Sudeste, outros 24 por cento para a região Nordeste e 11 por cento para os Estados do Sul.

"Essa foi a realidade da seleção política de projetos e do empenhamento dos recursos federais", disse o ministro para os parlamentares da Comissão Representativa do Congresso Nacional, que funciona durante o recesso parlamentar.

O ministro admitiu, no entanto, que dos 490 milhões de reais para recuperação de áreas destruídas por catástrofes naturais e para ajuda às famílias atingidas, Pernambuco foi o Estado que mais se beneficiou.

Dos recursos geridos pela sua pasta nessa área, 44 por cento -98 milhões de reais- foram destinados a obras no Estado.

Após a publicação das denúncias pela imprensa, a oposição pediu investigação à Procuradoria-Geral da República e que a presidente Dilma Rousseff afastasse o ministro.


O autor do requerimento para que o ministro prestasse explicações ao Congresso, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), disse que as explicações não convenceram a sociedade e reafirmou durante seus questionamentos que o ministro adotou critérios políticos para liberar recursos.

"O objetivo da oposição é repercutir os fatos... para que a sociedade possa saber onde está sendo aplicado o imposto pago com tanto sacrifício", disse.

Bezerra argumentou ainda que, na área de prevenção de catástrofes naturais, sua pasta administra apenas 12 por cento dos recursos e que, portanto, não está no comando das ações.

O ministro rebateu novamente a acusação de que teria beneficiado seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), na liberação de emendas parlamentares.

"Não é correto dizer que apenas um (deputado) teve 100 por cento (de emendas) empenhado, 54 parlamentares conseguiram empenhar 100 por cento de suas emendas", argumentou, acrescentando que os empenhos seguiram orientações técnicas que apenas projetos que estavam de acordo com a legislação receberam empenho.

Bezerra voltou a negar as acusações de nepotismo. Segundo ele, seu irmão, Clementino Coelho, só comandou a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) porque a presidência do órgão estava vaga e, por norma estatutária, o diretor mais antigo assume interinamente seu comando. "Ele está na Codevasf desde 2003", explicou Bezerra.

A sessão da Comissão Representativa conta com a presença de aproximadamente 50 parlamentares, número bem superior ao total de parlamentares convocados oficialmente -16 deputados e oito senadores.

Os principais líderes de partidos aliados compareceram à audiência para defender o ministro da Integração Nacional, que é ligado ao presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, importante aliado na eleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado.

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