Vídeo divulgado pelo Estado Islâmico: EI e Al Qaeda se uniram em sua inimizade com a Arábia Saudita (REUTERS/Social Media)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 10h39.
Riad - O Estado Islâmico ameaçou destruir prisões na Arábia Saudita em que jihadistas estão detidos depois de Riad ter executado 47 pessoas, incluindo 43 indivíduos condenados por serem militantes da Al Qaeda.
O grupo militante, que tem assumido a responsabilidade por ataques no reino e intensificado suas operações no vizinho Iêmen, destacou entre as prisões que podem ser atacadas as de Al Ha’ir e Tarfiya, onde muitos apoiadores da Al Qaeda e do Estado Islâmico encontram-se detidos.
“O Estado Islâmico sempre busca libertar prisioneiros, mas calculamos que o fim das questões com os prisioneiros não vai acontecer a não ser com a erradicação do mando de tiranos, e depois com a destruição de suas prisões e sua demolição”, disse o grupo jihadista em um artigo publicado na Internet na terça.
Em julho, um apoiador do Estado Islâmico explodiu a si mesmo dentro de um carro-bomba em um posto de controle em frente à prisão Ha’ir, perto de Riad.
Apesar do Estado Islâmico e da Al Qaeda serem rivais que se condenaram ideologicamente no passado, ambos se uniram em sua inimizade com a Arábia Saudita, que os classificou como grupos terroristas e prendeu milhares de seus apoiadores.
Entre as dezenas de pessoas executadas por Riad no sábado, encontravam-se muçulmanos xiitas, incluindo o proeminente clérigo Nimr al-Nimr, o que agravou as tensões com o Irã, uma potência xiita.
Apesar disso, analistas disseram que as execuções tiveram como objetivo servir sobretudo como um alerta aos militantes sunitas.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por uma série de ataques a tiros e bombas na Arábia Saudita desde novembro de 2014, nos quais mais de 50 pessoas morreram, a maioria xiitas, embora mais de 15 membros das forças de segurança também terem sido mortos.
Autoridades de segurança sauditas afirmam que os apoiadores do grupo dentro da Arábia Saudita agem sobretudo de modo livre, dependendo do Estado Islâmico somente para pouca ajuda logística e assessoramento, o que os torna mais difíceis de detectar, embora também menos capazes de ataques contra alvos bem protegidos.