Apoio da esquerda poderá decidir segundo turno na Colômbia
O apoio da esquerda será decisivo para que Juan Manuel Santos consiga ser reeleito
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 06h28.
Bogotá - Embora o candidato Óscar Zuluaga, do Centro Democrático, e o presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição, sejam considerados representantes da direita, a esquerda colombiana poderá definir o cenário no segundo turno, previsto para o próximo dia 15 de junho.
Analistas consultados pela Agência Brasil mostraram que o apoio da esquerda será decisivo para que Santos consiga ser reeleito.
A manutenção da agenda do processo de paz entre as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia ( Farc ) e o governo terá um peso importante na decisão a ser tomada pelos partidos de esquerda.
Juntos, os candidatos de esquerda, Clara López, do Polo Democrático Alternativo, e Enrique Peñalosa, da Aliança Verde, conseguiram 23,51% dos votos. A candidata Marta Ramírez, terceira colocada, obteve 15,52%.
As definições dos partidos e coalizões derrotados deverão ser anunciadas hoje (26) ou amanhã, mas a cúpula política de Santos já trabalha para conseguir o apoio de Clara López e Peñalosa.
A expectativa no país é de que os votos de Marta Ramírez sejam transferidos para Zuluaga e de que as duas forças mais à esquerda se unam em torno da candidatura de Santos.
“A esquerda se uniria a Santos, primeiro para derrotar Zuluaga e a força que está por trás dele: Álvaro Uribe [ex-presidente e senador eleito]”, disse Jorge Restrepo, cientista político do Centro de Recursos para Análise do Conflito,
“Ontem, Zuluaga disse que quer a paz, mas estabeleceu muitas condições e fez críticas pesadas às Farc", acrescentou.
Embora o processo de paz tenha sido o principal eixo de sustentação da campanha de Santos, alguns analistas mostram outras diferenças entre ele e Zuluaga que poderiam “convencer” a esquerda.
O economista Carlos Martínez comentou que ainda que os dois candidatos defendam o mesmo modelo econômico de crescimento, eles têm diferenças no viés de pensamento no campo social.
“Santos cometeu erros. Fez muitas promessas de melhoria social e isso não ocorreu na proporção necessária. Mas ele sabe que não há como fazer um governo sem inclusão social na Colômbia e sem políticas de transferência de renda”, disse Martínez.
Apesar de ser considerado de direita, pelas alianças que fez, Santos gosta de ser chamado de "centro-direita" e é partidário da terceira via, corrente social democrata do liberalismo que tenta conciliar uma política econômica liberal com uma política social progressista.
No campo econômico, defende o livre mercado, e no campo social, a distribuição de renda. Em várias ocasiões, referiu-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um modelo importante na América Latina e ao Programa Fome Zero como um projeto inspirador.
Juan Manuel Santos é economista. Participou de quatro governos de diferentes partidos. Foi ministro da Defesa do ex-presidente Álvaro Uribe e, com o seu apoio, chegou ao poder em 2010.
Rompeu relações com Uribe, após divergências na condução da política de guerra e depois com a implantação do processo de paz com as Farc.
Óscar Zuluaga também é economista, foi prefeito da Cidade de Pensilvânia, departamento de Caldas, região cafeeira, e depois ministro da Fazenda durante o governo de Álvaro Uribe.
Outra diferença entre os dois candidatos é o reconhecimento dos direitos das minorias e a abordagem sobre o tema das drogas. Santos é favorável ao casamento gay. No ultimo debate, Zuluaga disse que só “homens e mulheres podem se casar”.
O atual presidente também defende um debate global sobre a descriminalização das drogas. Em algumas ocasiões, defendeu abertamente a despenalização do consumo de maconha. O oposicionista é contra propostas nesse sentido.
Bogotá - Embora o candidato Óscar Zuluaga, do Centro Democrático, e o presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição, sejam considerados representantes da direita, a esquerda colombiana poderá definir o cenário no segundo turno, previsto para o próximo dia 15 de junho.
Analistas consultados pela Agência Brasil mostraram que o apoio da esquerda será decisivo para que Santos consiga ser reeleito.
A manutenção da agenda do processo de paz entre as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia ( Farc ) e o governo terá um peso importante na decisão a ser tomada pelos partidos de esquerda.
Juntos, os candidatos de esquerda, Clara López, do Polo Democrático Alternativo, e Enrique Peñalosa, da Aliança Verde, conseguiram 23,51% dos votos. A candidata Marta Ramírez, terceira colocada, obteve 15,52%.
As definições dos partidos e coalizões derrotados deverão ser anunciadas hoje (26) ou amanhã, mas a cúpula política de Santos já trabalha para conseguir o apoio de Clara López e Peñalosa.
A expectativa no país é de que os votos de Marta Ramírez sejam transferidos para Zuluaga e de que as duas forças mais à esquerda se unam em torno da candidatura de Santos.
“A esquerda se uniria a Santos, primeiro para derrotar Zuluaga e a força que está por trás dele: Álvaro Uribe [ex-presidente e senador eleito]”, disse Jorge Restrepo, cientista político do Centro de Recursos para Análise do Conflito,
“Ontem, Zuluaga disse que quer a paz, mas estabeleceu muitas condições e fez críticas pesadas às Farc", acrescentou.
Embora o processo de paz tenha sido o principal eixo de sustentação da campanha de Santos, alguns analistas mostram outras diferenças entre ele e Zuluaga que poderiam “convencer” a esquerda.
O economista Carlos Martínez comentou que ainda que os dois candidatos defendam o mesmo modelo econômico de crescimento, eles têm diferenças no viés de pensamento no campo social.
“Santos cometeu erros. Fez muitas promessas de melhoria social e isso não ocorreu na proporção necessária. Mas ele sabe que não há como fazer um governo sem inclusão social na Colômbia e sem políticas de transferência de renda”, disse Martínez.
Apesar de ser considerado de direita, pelas alianças que fez, Santos gosta de ser chamado de "centro-direita" e é partidário da terceira via, corrente social democrata do liberalismo que tenta conciliar uma política econômica liberal com uma política social progressista.
No campo econômico, defende o livre mercado, e no campo social, a distribuição de renda. Em várias ocasiões, referiu-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um modelo importante na América Latina e ao Programa Fome Zero como um projeto inspirador.
Juan Manuel Santos é economista. Participou de quatro governos de diferentes partidos. Foi ministro da Defesa do ex-presidente Álvaro Uribe e, com o seu apoio, chegou ao poder em 2010.
Rompeu relações com Uribe, após divergências na condução da política de guerra e depois com a implantação do processo de paz com as Farc.
Óscar Zuluaga também é economista, foi prefeito da Cidade de Pensilvânia, departamento de Caldas, região cafeeira, e depois ministro da Fazenda durante o governo de Álvaro Uribe.
Outra diferença entre os dois candidatos é o reconhecimento dos direitos das minorias e a abordagem sobre o tema das drogas. Santos é favorável ao casamento gay. No ultimo debate, Zuluaga disse que só “homens e mulheres podem se casar”.
O atual presidente também defende um debate global sobre a descriminalização das drogas. Em algumas ocasiões, defendeu abertamente a despenalização do consumo de maconha. O oposicionista é contra propostas nesse sentido.