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António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

secretário-geral da ONU diz que a resolução do Knesset "nos afasta ainda mais da solução de dois Estados"

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 19 de julho de 2024 às 08h32.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, comentou nesta quinta-feira, 18, que ficou "decepcionado" com a decisão do Knesset (parlamento israelense) de votar contra o estabelecimento de um Estado palestino "por princípios".

A votação parlamentar "é claramente contraditória com as resoluções da ONU e com o direito internacional", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em entrevista coletiva.

A resolução do Knesset "nos afasta ainda mais da solução de dois Estados", insistiu, lembrando que, seja qual for o fim da guerra na Faixa de Gaza, "as partes terão que voltar à mesa de negociações".

Dujarric lembrou a posição da ONU sobre a necessidade de dois Estados, na qual o Estado palestino é definido como "um Estado independente, democrático, contíguo (sem cortes territoriais), viável e soberano", dentro das fronteiras de 1967 e com Jerusalém como capital compartilhada.

A resolução votada na madrugada desta quinta-feira, que nega a possibilidade de um Estado palestino, foi copatrocinada por partidos da coalizão de direita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e outros partidos da mesma tendência na oposição, e foi aprovada com 68 votos a favor e nove contra.

Os únicos partidos que se posicionaram a favor de um Estado palestino foram o Partido Trabalhista e os grupos árabes Raam e Hadash-Taal.

A iniciativa foi levada adiante poucos dias antes da visita planejada de Netanyahu aos Estados Unidos para discursar em uma sessão conjunta do Congresso em 22 de julho e também se reunir com o presidente Joe Biden, uma reunião que pode ser afetada já que o líder americano testou positivo para covid-19 na quarta-feira.

Em fevereiro, o Parlamento israelense já havia aprovado uma resolução, proposta pelo próprio Netanyahu, rejeitando o estabelecimento de um Estado palestino, mas essa moção tratava especificamente do estabelecimento unilateral de tal Estado em face das declarações de vários países consideravam reconhecer um Estado palestino na ausência de um acordo de paz com Israel.

Oito países reconheceram unilateralmente um Estado palestino em 2024, motivados pela falta de uma solução diplomática para a guerra na Faixa de Gaza: Barbados, Jamaica, Trinidad e Tobago, Bahamas, Espanha, Irlanda, Noruega, Eslovênia e Armênia.

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