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Amorim: EUA tem de transferir tecnologia na área de defesa

Para o secretário norte-americano, os Estados Unidos reconhecem a importância da transferência de tecnologias para o Brasil

O assunto foi discutido hoje (24) durante reunião entre o ministro brasileiro e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta (Karen Bleier/AFP)

O assunto foi discutido hoje (24) durante reunião entre o ministro brasileiro e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2012 às 19h44.

Brasília – O aprofundamento das relações na área de defesa entre o Brasil e os Estados Unidos deve ir além do comércio, segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim. Para ele, é necessário que o país norte-americano transfira tecnologia e contribua na capacitação de profissionais. O assunto foi discutido hoje (24) durante reunião entre o ministro brasileiro e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta.

“Se os Estados Unidos têm o interesse de aprofundar as relações com o Brasil, é importante que não seja apenas em relação à compra e venda, mas na capacidade de desenvolver parcerias. O Brasil importa muitas coisas dos Estados Unidos, mas, às vezes, precisa de sistemas mais amplos”, disse Amorim.

Para o secretário norte-americano, os Estados Unidos reconhecem a importância da transferência de tecnologias para o Brasil. “Aprovamos quase 4 mil licenças de exportação entre 2010 e 2011. Na legislação americana, há requisitos que exigem que nós observemos alguns pontos em relação a essas tecnologias [antes de transferi-las]”.

O governo norte-americano cancelou a compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer, em fevereiro. Apesar disso, o Brasil continua comprando equipamentos dos Estados Unidos. De acordo com Amorim, três helicópteros, comprados pelo Brasil, chegaram hoje. "Manifestei [ao secretário Panetta] a nossa decepção com o fato dos aviões da Embraer não terem sido comprados. Temos muita certeza da nossa capacidade de competição”.

O impasse em relação à compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) também foi discutido entre os ministros. Três empresas – uma sueca, uma francesa e uma norte-americana – disputam a preferência do governo brasileiro, que pretende adquirir 36 aeronaves. Segundo Amorim, a decisão será tomada pela presidenta Dilma. “Não temos um prazo. Compreendo que todos aqueles que apresentaram ofertas estejam ansiosos, é natural, mas a decisão tem de ser tomada de forma segura, coerente com as nossas necessidades e possibilidades econômicas”.

A reunião bilateral inaugurou o chamado Diálogo de Cooperação em Defesa, firmado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo presidente Barack Obama. Além da expansão do comércio na área de tecnologia de defesa, foram discutidas questões logísticas, de assistência humanitária e resposta a desastres, cooperação em apoio a nações africanas e segurança cibernética.

Segundo Panetta, o governo norte-americano está desenvolvendo uma estratégia de defesa e um elemento crucial para que isso ocorra é o desenvolvimento de parcerias inovadoras. “Um país como o Brasil, que representa uma força muito importante para a estabilidade na região, é um parceiro importante”.

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