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Ação rápida é necessária para reduzir diferença em emissões

O Banco Mundial advertiu esta semana que o mundo provavelmente vai aquecer de 3 a 4 graus até o final do século


	Poluição em Beijing: "Se nenhuma ação rápida for tomada pelas nações, as emissões deverão estar em 58 gigatoneladas dentro de oito anos", apontou
 (Getty Images)

Poluição em Beijing: "Se nenhuma ação rápida for tomada pelas nações, as emissões deverão estar em 58 gigatoneladas dentro de oito anos", apontou (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 14h34.

Londres - As emissões de gases de efeito estufa em 2020 poderão estar entre 8 bilhões e 13 bilhões de toneladas acima do que é necessário para limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius, mostrou um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nesta quarta-feira.

O relatório anual, elaborado pelo PNUMA e pela European Climate Foundation, estudou uma série de estimativas para avaliar se as promessas atuais para cortes de emissões são suficientes para limitar os piores efeitos da mudança climática.

Foi constatado que a diferença entre as promessas de corte de emissões dos países e o que é necessário para ficar abaixo do que os cientistas dizem ser o limite para evitar os efeitos devastadores do aquecimento global tem aumentado desde a estimativa do ano passado de 6 a 11 bilhões de toneladas, devido ao crescimento econômico e outros novos dados.

O Banco Mundial advertiu esta semana que o mundo provavelmente vai aquecer de 3 a 4 graus até o final do século e o clima extremo vai se tornar o "novo normal", afetando todas as regiões do mundo.

Cientistas dizem que as emissões atingirão o pico antes de 2020 e cairão para cerca de 44 bilhões de toneladas (gigatoneladas) até 2020 para ter uma boa chance de limitar o aumento da temperatura a menos de dois graus.

Com base em dados de 2010, as emissões globais estão estimadas em torno de 50 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) -- 20 por cento mais elevados do que as emissões de 2000 e 14 por cento acima do nível necessário em 2020 para ficar abaixo de dois graus, disse o PNUMA.


"Se nenhuma ação rápida for tomada pelas nações, as emissões deverão estar em 58 gigatoneladas dentro de oito anos", apontou o relatório.

"Mesmo se o nível mais ambicioso de promessas e compromissos for implantado por todos os países e dentro do mais estrito conjunto de regras, haverá agora uma diferença de 8 bilhões de toneladas de CO2e até 2020", acrescentou o relatório.

TECNICAMENTE VIÁVEL Em 2010, os países concordaram em limitar o aumento da temperatura a dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, mas muitos países não conseguiram aprovar cortes de emissões para cumprir suas promessas.

Cenários da ONU indicam que cortes de 25 a 40 por cento são necessários para limitar o aumento de temperatura.

Delegados de mais de 190 países vão se reunir em Doha, no Catar, na próxima semana para uma conferência da ONU para trabalhar no corte de emissões sob um novo pacto climático que só entrará em vigor em 2020.

Se as promessas atuais de emissões forem aumentadas, cortes mais ambiciosos forem apresentados e regras mais estritas forem adotadas, ainda é tecnicamente viável eliminar a diferença de emissões, mas uma ação rápida é necessária, afirma o PNUMA.

As emissões poderiam ser reduzidas em cerca de 17 bilhões de toneladas dos setores de geração de energia, construção e transportes até 2020.

Em resposta ao relatório, a chefe para o clima da ONU Christiana Figueres disse que, embora o tempo estivesse acabando, ferramentas técnicas e de política ainda estavam disponíveis para permitir que o mundo fique abaixo dos 2 graus.

O relatório envolveu 55 cientistas de 22 países.

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