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ABBA pede a Trump que pare de usar suas músicas em eventos de campanha

Banda sueca se junta a uma lista crescente de artistas que protestaram contra o uso de suas canções por Trump em comícios políticos

Uma série de bandas pediu para que Trump não utilizasse mais suas canções na campanha presidencial. (JEFF KOWALSKY /AFP)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 10h03.

O lendário grupo pop sueco ABBA pediu ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pare de utilizar suas músicas em eventos de campanha, após a descoberta de que uma de suas canções foi tocada em um comício recente. A solicitação foi feita na última quinta-feira, 29, após o grupo tomar conhecimento, por meio de vídeos divulgados online, de que suas músicas estavam sendo usadas sem autorização em um evento de Trump. A reportagem é do The Washington Post.

Segundo um representante da banda, a utilização das músicas e vídeos do ABBA no evento não foi autorizada, e o grupo rapidamente solicitou a remoção e exclusão desse conteúdo. A declaração também afirma que a campanha de Trump não solicitou permissão para usar as músicas da banda, e que, portanto, nenhuma licença ou autorização foi concedida.

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O ABBA se junta a uma série de artistas que têm se manifestado contra o uso de suas músicas em eventos ligados a Trump. Desde 2016, nomes como Adele, Rihanna, Celine Dion, Pharrell Williams e os Rolling Stones expressaram publicamente seu descontentamento com a utilização de suas canções por parte da campanha do ex-presidente.

Em resposta, um porta-voz da campanha de Trump afirmou que a equipe possui uma licença para tocar músicas do ABBA através de um acordo com as organizações de direitos autorais Broadcast Music Inc. (BMI) e American Society of Composers, Authors and Publishers (ASCAP). No entanto, o representante do ABBA não especificou quantas músicas ou quais delas foram utilizadas por Trump.

Questão complexa

A controvérsia sobre o uso de músicas em campanhas políticas é uma questão complexa do ponto de vista legal. Especialistas afirmam que a possibilidade de um artista contestar o uso de suas músicas por um político depende de como essas canções são utilizadas. Geralmente, as músicas podem ser usadas se o grupo político ou o local do evento tiverem uma licença adequada da BMI ou ASCAP, conforme alegado pela campanha de Trump.

A ASCAP oferece uma licença que cobre todas as composições de seu repertório para campanhas políticas, mas inclui uma cláusula que permite aos artistas excluir músicas específicas da licença de uma determinada campanha. Mesmo com a licença correta, os artistas ainda podem tomar medidas legais se considerarem que suas músicas estão sendo associadas indevidamente a uma campanha política.

Ao longo das últimas décadas, é comum que candidatos políticos usem músicas populares em seus comícios e campanhas. No entanto, muitos artistas têm se oposto publicamente ao uso de suas músicas por Trump.Em 2016, após Trump utilizar "We Are the Champions", do Queen, durante a Convenção Nacional Republicana, a banda declarou em uma postagem na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, que o uso da música não foi autorizado e que era contra os desejos do grupo.

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