Mundo

NYT, Clarín, Guardian: a repercussão internacional da anulação das acusações contra Lula

Veículos como The New York Times, The Guardian, BBC, Clarín e La Nación deram destaque ao fato de que Lula passa a ser elegível em 2022

Lula: condenações contra o ex-presidente foram anuladas hoje por decisão do ministro Edson Fachin (Adriano Machado/Reuters)

Lula: condenações contra o ex-presidente foram anuladas hoje por decisão do ministro Edson Fachin (Adriano Machado/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 8 de março de 2021 às 21h45.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 14h14.

Para além do Brasil, jornais em todo o mundo repercutiram a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular as acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em boa parte das publicações, os veículos internacionais ressaltaram o fato de que o ex-presidente brasileiro, que liderou o país entre 2003 e 2010, voltou a ser elegível nas eleições presidenciais de 2022.

Deram destaque ao caso veículos como The New York Times, The Guardian, BBC, Al Jazeera e veículos sul-americanos, como os argentinos Clarín La Nación, boa parte por meio de seus jornalistas correspondentes no Brasil.

O jornal americano The New York Times foi o único entre os grandes veículos nos EUA a destacar o caso Lula em sua página principal na internet.

A reportagem, escrita pelos correspondentes no Rio de Janeiro, relembra que o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela condenação, se tornou ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro, com quem terminaria se desentendendo em abril do ano passado.

O texto do NYT também aponta que "durante a tumultuada presidência do senhor Bolsonaro, os partidos de oposição falharam em convergir em torno de um político que pudesse desafiá-lo no ano que vem".

Reportagem do The New York Times sobre Lula: jornal americano reforçou o fato de que Lula pode concorrer em 2022 (NYT)

O britânico The Guardian citou cientistas políticos brasileiros para afirmar que a decisão de Fachin foi vista como "uma bomba" no cenário político brasileiro. "A decisão [...] significa que é quase certa que Lula desafie o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro", diz o jornal. Citando o analista político brasileiro Thomas Traumann, o Guardian aponta que "a eleição começa hoje".

Já o também britânico Financial Times, uma das principais publicações de economia e negócios do mundo, aponta que tanto Lula quanto Bolsonaro "mantêm um bloco forte de apoiadores" e que os demais eleitores serão decisivos na eleição.

A publicação também citou a mais recente pesquisa do Ipec, em que Lula aparece liderando em intenções de voto para a próxima eleição. Pelos números do Ipec, 50% dos entrevistados escolheriam com certeza ou poderiam escolher Lula em 2022, ante 38% que disseram o mesmo sobre Bolsonaro.

Financial Times: "Juiz brasileiro anula condenações por corrupção de Lula da Silva" (FT/Reprodução)

O site da rede de televisão Al Jazeera, do Catar, traz os comentários de Monica Yanakiew, jornalista brasileira e americana correspondente do veículo no Brasil, lembrando que a decisão de Fachin não significa que Lula foi considerado inocente das acusações.

A reportagem explica que Fachin considerou que a vara de Justiça de Curitiba, onde tramitaram os processos contra o ex-presidente, não tem competência para julgar o caso. 

MAIS SOBRE O CASO LULA

A página principal do veículo também relembrou outras reportagens recentes sobre Lula, como a liberação do ex-presidente da prisão, em novembro de 2019.

Reportagem sobre Lula na Al Jazeera: "Juiz abre portas para Lula da Silva concorrer no Brasil em 2022" (Al Jazeera)

Os dois principais jornais da Argentina, o Clarín e o La Nación, deram amplo destaque às notícias sobre Lula. A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.

Clarín destacou a notícia de que o presidente Alberto Fernández ligou para Lula na noite desta segunda-feira e falou sobre o conteúdo da conversa entre os dois políticos. O jornal destacou em sua página principal uma foto de Fernández há dois anos fazendo um "L" com as mãos para pedir a libertação de Lula da prisão.

"Enquanto isso, uma visita do presidente Jair Bolsonaro é aguardada em Buenos Aires em 26 de março", escreveu o Clarín, lembrando a visita de Bolsonaro à Argentina para reunião do Mercosul.

Clarín: "A relação com o Brasil: Alberto Fernández falou com Lula da Silva após a anulação da acusação judicial: o que foi dito" (Clarín/Reprodução)

Já o La Nación, outro tradicional jornal argentino, também ressaltou a reação do mercado financeiro. O jornal aponta que o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou a segunda-feira em queda de quase 4%, e que o real brasileiro caiu mais de 1% frente ao dólar.


EXAME.Política - Mandetta revela plano para enfrentar “trevas” em 2022

O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro participou do podcast semanal EXAME Política e falou sobre o futuro político do país e da pandemia de covid-19.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoSergio Moro

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil