ADIDAS: empresa alemã anuncia hoje os resultados de 2016 aos acionistas. O objetivo dos próximos anos é liderar o mercado dos Estados Unidos / Grigory Dukor/Reuters (Grigory Dukor/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2016 às 20h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h46.
Depois de 20 anos, a Adidas volta pra casa. A fabricante de roupas e tênis esportivos anunciou que vai voltar a produzir tênis na Alemanha depois de duas décadas atuando principalmente em países asiáticos com mão de obra mais barata, como China, Vietnã e Indonésia. As primeiras peças devem chegar ao mercado já no terceiro trimestre de 2016, com 500 pares de tênis como teste.
A mudança é uma resposta ao crescente aumentos dos salários na Ásia, e não envolve trocar a mão-de-obra barata pela especializada. Na Alemanha, os produtos serão feitos por robôs em “fábricas rápidas”, totalmente automatizadas. A primeira fábrica do modelo vai ter 4.600m² e será aberta no sul da Alemanha, em Ansbach. A previsão é de inaugurar outro complexo nos mesmos moldes nos Estados Unidos no próximo ano.
A companhia é a segunda maior fabricante de material esportivo no mundo e a maior da Europa. Avaliada em 24 bilhões de dólares, a Adidas é dona da Rebook e de 10% do time de futebol Bayern de Munique. Só no ano passado, a Adidas vendeu cerca de 301 milhões de pares de tênis e pretende aumentar esse número em 30 milhões por ano até 2020. Em 2015, o faturamento da Adidas foi de 16,9 bilhões de euros, 14% a mais do que em 2014.
Trocar o modelo de produção envolve interesses muito em voga no mercado da moda. Fabricar rapidamente em países próximos aos locais de consumo permite que as marcas atendam às tendências da moda, mudem coleções com mais frequência e façam o consumidor voltar mais vezes para conferir as novidades nas lojas — e consequentemente consumir mais. A companhia espera que a nova fábrica produza 1 milhão de pares de tênis por ano, os outros 300 milhões continuarão a ser feitos bem longe das florestas verdes da Baviera.