Talvez a revitalização de Barcelona seja o caso mais famoso de legado positivo deixado por uma Olimpíada. A cidade, que era considerada decadente antes dos jogos, conseguiu mudar sua imagem após a competição. Nos jogos, a cidade investiu nas parcerias entre iniciativa pública e privada e concentrou esforços na revitalização da zona portuária e do centro antigo. O resultado disso foi a revitalização da cidade velha – e o ganho de uma área valorizada à beira-mar, onde havia sido feita a Vila Olímpica. Os apartamentos da Vila foram vendidos ainda antes dos jogos.
Sydney não teve o mesmo aproveitamento de Barcelona. Muitas instalações acabaram mostrando-se grandes demais após o evento e seguem sem muita ocupação. Mesmo assim, houve um legado positivo importante. A cidade despoluiu a baía de Sydney, que foi utilizada nas provas de Vela, e também implantou forma de reaproveitamento de água, energia e lixo. Além disso, também foi feita a transformação de uma região degradada em área residencial.
Os jogos de Atlanta foram bastante conturbados – com direito a um atentado a bomba – mas o pós-jogo foi positivo. O Parque Olímpico foi construído em uma região degradada da cidade, desenvolvendo o bairro. A Universidade Georgia Tech utiliza a vila olímpica para acomodar seus estudantes e também o centro de esportes aquáticos.
Em Seul os jogos auxiliaram a desenvolver a cidade e também o esporte no país. Além de ter dado lucro, essa edição dos jogos olímpicos também atraiu novos negócios. Governada por um regime autoritário, a Coréia do Sul também via nos jogos uma possibilidade de mostrar uma imagem positiva ao mundo. Mas o regime acabou caindo antes do início da competição.
A cidade precisou ser transformada para receber os jogos em 1964 e mostrar que havia superado a destruição da guerra. O governo investiu em avenidas, em uma rede de serviços e também no trem-bala, inaugurado poucos dias antes do início dos jogos. Estima-se que o governo investiu 3 bilhões de dólares para construir estádios e reformar a capital. Nessa edição dos jogos, os japoneses introduziram a cronometragem eletrônica e, assim, o centésimo de segundo nos tempos dos competidores.