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17 montanhistas morrem no Himalaia

Pelo menos 17 montanhistas, entre eles vários turistas, morreram enquanto faziam trekking no Himalaia do Nepal

Montanhas do Himalaia: acidentes mortais no Himalaia são relativamente comuns (Feng Wei Photography)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 14h34.

Katmandu -Ao menos 17 montanhistas - entre eles quatro canadenses, dois poloneses, um israelense, um indiano e um nepalês - morreram enquanto faziam trekking na região do monte Annapurna e outros cinco estão desaparecidos depois que foram atingidos por um desmoronamento no monte Dhaulagiri, ambos situados na Cordilheira do Himalaia no Nepal , informaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes oficiais.

Do total de vítimas, 12 morreram ontem pela tarde quando foram atingidos por uma tempestade de neve na passagem Throung A que, com uma altitude a 5.419 metros, é o ponto mais alto do circuito de trekking do Annapurna (8.091m), a décima montanha mais alta do mundo, disse o porta-voz do Exército nepalês, Niranjan Shrestha.

Até o momento, apenas foram recuperados os corpos de dois poloneses, um israelense e um nepalês, e se desconhece a nacionalidade dos outros que possivelmente estão presos sob a neve.

Outros 38 montanhistas que permaneciam ilhados no mesmo local foram resgatados por dois helicópteros militares, segundo Shrestha.

Além disso, quatro canadenses e um indiano morreram ontem enquanto caminhavam por uma trilha em uma área remota do distrito de Manang, disse o subinspetor de polícia Narayan Datta Chapagain, que relatou que seus corpos foram descobertos hoje.

Outros três canadenses e um nepalês do mesmo grupo foram resgatados em um helicóptero pelo Exército do Nepal.

Além disso, cinco escaladores - dois eslovacos e seus três sherpas nepaleses - estão desaparecidos desde ontem à noite quando um desmoronamento atingiu o acampamento base do monte Dhaulagiri (8.167m), o sétimo mais alto do mundo.

'As possibilidades de encontrá-los vivos são muito baixas', disse à Efe Sonam Sherpa, da agência de montanhismo que organizou a escalada.

Após a passagem do ciclone Hudhud pela Índia - onde deixou 24 mortos - aconteceram chuvas e nevascas incomuns nos dois últimos dias no Nepal, onde estão situadas oito das 14 montanhas do mundo com mais de 8 mil metros de altitude e que está em plena alta temporada de montanhismo.

Os acidentes mortais no Himalaia são relativamente comuns. Dois montanhistas, um alemão e outro italiano, morreram em setembro quando foram atingidos por uma avalanche enquanto participavam de uma expedição que escalava o monte Shishapangma (8.013 metros), a 14ª montanha mais alta do mundo, na Cordilheira do Himalaia.

Em abril, 12 sherpas nepaleses morreram e outros três ficaram gravemente feridos depois que foram arrastados por um desmoronamento quando se dirigiam a um dos acampamentos base do monte Everest.

*Atualizada às 14h33 do dia 15/10/2014

Nem a mais alta estação de esqui do mundo resiste às mudanças no clima. A mais de cinco mil metros de altura, as pistas de Chacaltaya, ao norte de La Paz, na Bolívia, sucumbiram ao derretimento do gelo e, durante o verão de 2009, o glaciar onde estava a instalada a estação praticamente desapareceu. Hoje, restam apenas 5% da geleira, com algumas incidências de neve, mas raras. Os cientistas haviam previsto seu desaparecimento para 2015, mas o aquecimento global acelerou o processo. De acordo com o levantamento da Co+Life, além de frustrar aventureiros, o sumiço da geleira comprometeu o abastecimento de água em algumas regiões da capital naquele ano.
  • 2. Monte Tian Shan, Casaquistão

    2 /7(Wikimedia Commons)

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    Aos pés do monte Tian Shan, encontra-se Almaty, a maior cidade da República do Casaquistão, com uma população de 1,3 milhões de pessoas. A região é uma locomotiva econômica, respondendo por 20% da produção industrial e 30% da agricultura do país. Todo o fornecimento de água para consumo, irrigação e uso industrial é garantido pelos glaciares a dois mil quilômetros ao norte, nas montanhas de Tian Shan. Nos últimos 50 anos, no entanto, os glaciares perderam cerca de 35% de sua cobertura devido a elevação das temperaturas – processo que deverá se intensificar nos próximos anos.
  • 3. Parque Nacional de Sagarmatha

    3 /7(Wikimedia Commons)

  • Localizado no Nepal, o Parque Nacional de Sagarmatha é parte das montanhas do Himalaia e tem o monte Everest, o maior pico do mundo, como sua atração principal. Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1979 devido às suas características naturais e culturais únicas, o parque concentra a maior quantidade de gelo terrestre do mundo, um volume superado apenas pelas massa dos Pólos Sul e Norte. As geleiras da região são importante fonte de água para a população asiática, sendo vital para economia e subsistência das pessoas. O perigo do aquecimento global é constante e pode levar à extinção enormes pedaços das geleiras dos Himalaias, ameaçando o padrão de chuvas, o fluxo dos rios e a agricultura em toda a Ásia.
  • 4. Alpes de Kitzbühel, Áustria

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    Um estudo sobre mudança climática nos Alpes europeus realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) aponta que as famosas pistas de esqui podem estar com os dias contados por lá. A estimativa é de que 9% das estações já sofram com o aquecimento global. Uma da mais vulneráveis é a de Kitzbühel, na Áustria, cerca de 800 metros acima do nível do mar. Por falta de gelo, na última temporada de Natal, apenas 1/5 dos elevadores operaram e ainda foi necessário usar neve artificial para liberar o uso de algumas pistas.
  • 5. Calota de Gelo de Quelccaya

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    Como a maioria dos glaciares da Terra, a maior calota tropical do mundo, a Quelccaya, nos Andes peruanos, já perdeu desde 1978 cerca de aproximadamente 20% da sua área. A estimativa dos cientistas é de que ela recua ao menos 4 metros todos os anos, dez vezes mais depressa do que a cinco décadas atrás, segundo estudo do Instituto de Politicas para a Terra.
  • 6. Glaciar Franz Josef, Nova Zelândia

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    Ele desce de 3,5 mil metros até 240 metros acima do nível do mar no meio de uma floresta tropical. Seu nome popular, The Tears of Hinehukatere (As Lágrimas de Hinehukatere, no português) vem de uma antiga lenda local sobre uma menina que perde seu amado numa avalanche. Suas lágrimas correm então montanha abaixo e congelam, formando o glaciar. Como os demais monte gelados da Nova Zelândia, o Granz Josef sofre com o fenômeno do aquecimento global, que já reduziu 25% da área total dos alpes.
  • 7. Monte Chomolhari, Butão

    7 /7(Wikimedia Commons)

    Encravado entre a China e a Índia, o reino do Butão possui muitas montanhas e picos nevados, entre eles o Monte Chomolhari ou Jomolhari, com aproximadamente 7,3 mil metros de altura. O rápido derretimento do gelo que corre para os lagos nos vales é uma ameaça para as comunidades da região. Há o perigo das represas nos lagos romperem e causarem deslizamentos de terra e enchentes, destruindo assim vilarejos locais, mosteiros e plantações.
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