Washington Olivetto, criador do 'Garoto Bombril' e da 'Democracia Corinthiana', morre aos 73 anos
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 13 de outubro de 2024 às 20h09.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 00h05.
O falecimento de Washington Olivetto, ocorrido neste domingo, 13, marca o fim de uma era na publicidade brasileira. Aos 73 anos, Olivetto estava internado no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, devido a complicações pulmonares. O publicitário, que desde 2018 residia em Londres, foi responsável por transformar a forma de fazer propaganda no Brasil e no mundo.
Reconhecido por sua criatividade sem igual, Olivetto deixou um legado de campanhas icônicas. Entre suas criações mais famosas, estão o "Garoto Bombril", "Primeiro Sutiã" e "Cachorrinho Cofap", que transcenderam o universo da publicidade e se tornaram parte da cultura popular.
Considerado um dos 100 maiores publicitários de todos os tempos pela revista ‘Advertising Age’ e vencedor de mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, Olivetto foi o único publicitário não anglo-saxão a ser incluído no Creative Hall of Fame, do The One Club, e a receber o prêmio Lifetime Achievement, do Clio Awards, duas das mais prestigiadas honrarias no universo da publicidade mundial.
Ao longo de sua trajetória, acumulou outros inúmeros prêmios e homenagens, consolidando-se como um dos profissionais mais respeitados da publicidade. Para muitos colegas da área, Olivetto foi uma fonte inesgotável de inspiração. Sua morte representa uma perda irreparável, mas seu legado seguirá inspirando gerações de publicitários e criativos ao redor do mundo.
Uma perda irreparável, e impossível de descrever. Que ele seja recebido por Deus, com luz e paz. E que a família tenha força e serenidade para seguir adiante. Obrigado, Washington, por tudo que você significou, significa, e continuará significando para todo nosso mercado e nosso cultura popular. Nós, da WMcCann, seremos solidários em tudo que pudermos, com a reverência que você merece. Amém!
Perdemos Washington Olivetto, o maior publicitário de todos os tempos. Um talento raro, uma pessoa culta, divertida, sofisticada e popular; um amigo elegante e gentil, um corinthiano fanático, um cidadão do mundo. Ele foi muito além da publicidade, tornando-se um artista pop e formador de opinião, sem nunca perder a leveza e o humor. Fez a publicidade brasileira ganhar asas e se tornar uma das mais premiadas do mundo. Ganhou seu primeiro prêmio em Cannes com apenas 19 anos e brilhou na DPZ, onde revolucionou o cinema publicitário.
Fundou a W/Brasil e criou sempre campanhas memoráveis que entraram na cultura popular, como "O Garoto Bombril", "O Homem de 40 Anos", "O Casal Rodolfo e Anita do Itaú", "Unibanco 30 Horas", "O Primeiro Sutiã" da Valisere, o Cachorrinho da Cofap, os Meninos do DDD e o Bradesco. Muitas campanhas fantásticas que ficarão para sempre em nossa memória afetiva.
Criador da democracia corinthiana, sempre com um pulso no povo e frequentador de bares e restaurantes do mundo inteiro. Um craque! Foi sócio da Prax, holding que foi sócia da Lew'Lara. Washington Olivetto e Jaques Lewkowicz sempre foram próximos. Sinto muito pela Patrícia, pelos filhos e por toda a família.
Washington Olivetto não é apenas um publicitário; ele é um dos maiores gênios da criatividade mundial. Sua obra será sempre lembrada, assim como seu amor por duas marcas ícones: Corinthians e Bombril. Sua criatividade era tanta que, durante a Democracia Corinthiana, foi um dos arquitetos do que viria a ser o primeiro patrocínio de camisa do futebol brasileiro: Bombril na camisa do Corinthians, na final do Campeonato Paulista de 82. Uma genialidade que não poderia dar melhor resultado do que ver o Corinthians campeão.
Trabalhar na Bombril era ver de perto a genialidade de suas ideias; aquela campanha despretensiosamente criada para o lançamento de um único produto virou a campanha mais longeva da publicidade mundial, reconhecida pelo Guinness. A pergunta que mais respondi durante minhas duas passagens pela empresa era: “Quando o garoto Bombril vai voltar?” É extremamente simbólico que sua passagem ocorra num dia 13 de outubro, mesmo dia do fim do tabu dos 23 anos da fila do Corinthians. Vá em paz, Olivetto! Obrigado por tudo.
Em 2018, estava saindo da agência que havia criado, a Blinks, quando li uma entrevista de Washington Olivetto. Nela, ele falava que estávamos matando o modelo de publicidade no Brasil, sem ter outro para substituí-lo. Dizia ainda que quem estava chegando agora estava atrasado para a festa. Entendi naquele momento que eu teria a missão de pensar em novos caminhos e que trabalharia para criar uma nova animação para essa festa, onde havia aprendido a me divertir tanto. Foi assim que me tornei um agente de transformação na WPP. A entrevista de Washington Olivetto me inspira até hoje a buscar um modelo sustentável para a indústria da comunicação no país.
Assim como muitos criativos, eu só entrei na propaganda por causa de Washington Olivetto. Ele era um ídolo e personificava a criatividade. Os filmes dele e da W/Brasil eram diferentes de todos os outros; eram parte da cultura popular. Numa época em que a internet nem existia, já eram virais: as pessoas falavam sobre eles e os espalhavam sem nem ter WhatsApp.
Por muitos anos, a W/Brasil foi um dos lugares mais desejados por todos os profissionais de criação. Quando tive a chance de fazer um estágio lá, larguei o emprego que tinha como redator júnior e fui correndo trabalhar com ele de graça. Uma decisão que mudou o meu futuro. Era um estágio de três meses que acabou se tornando trinta anos; aprendi a fazer propaganda lá.
Anos mais tarde, depois de ter passado por outras agências e já como redator sênior, ele me chamou de volta para a W/Brasil. Aceitei o convite – dessa vez, não mais de graça – e fui fazer parte de seu time principal. Ele era absolutamente generoso como patrão e como diretor de criação: sabia dividir e dar espaço. Poucos souberam construir uma cultura criativa tão forte em sua própria agência como Washington.
Assim como a minha história com ele, existem muitas outras de muitos outros profissionais de criação. A verdade é que todos os criativos, tendo trabalhado diretamente com Washington ou não, só estão hoje nessa profissão por causa dele. Washington abriu as portas para fazermos o tipo de propaganda que é a razão de estarmos aqui: a propaganda criativa. Somos filhos dele.
Washington Olivetto transformou o jeito de fazer publicidade no Brasil, criando campanhas que marcaram gerações e ajudaram a moldar a cultura popular. Seu legado criativo pra sempre será lembrado.
Antes de eu chegar ao Brasil, em 2001, o Brasil já tinha chegado a mim. Foi por meio da obra de Washington Olivetto — que era celebrado como visionário em festivais e premiações internacionais nos anos 90 — que vislumbrei um pouco do melhor lado deste país. Hoje, com a notícia de sua morte, o mundo da publicidade perde um de seus maiores mestres, e eu perco uma referência absoluta.
Quando estava começando minha carreira internacional, já falavam dele como alguém que transformou a publicidade em arte, capturando a essência do brasileiro em cada campanha. Sua genialidade transcendeu fronteiras, e cada peça que criou trouxe um toque único de conexão com o público. Olivetto não apenas fez campanhas inesquecíveis, mas marcou gerações com seu talento singular. E, mesmo após sua partida, sua obra continuará a ser lembrada com respeito e admiração, inspirando futuras gerações.
Se queres ser universal, conta-me de tua aldeia. A aldeia de Olivetto foi o Brasil e foi a publicidade. Daí, transcendeu de forma simples, singular e irresistível para o mundo, de onde sua marca jamais sairá. Obrigado, W.
Sou da geração que escolheu a publicidade como profissão por causa dele. Junto de outros grandes profissionais, fez o mundo reconhecer e aplaudir a criatividade brasileira. Abriu uma agência que tinha como referência o seu nome e o Brasil. Ainda semana passada, discutíamos num grupo suas ideias e afirmações, pois continua sendo uma referência importante para o mercado. Deixou como legado campanhas memoráveis e toda uma geração de profissionais que agora faz sucesso na publicidade dentro e fora do Brasil.
A publicidade brasileira tem uma era antes e depois de Washington Olivetto. Ele foi o primeiro publicitário a romper a bolha do setor e influenciou a cultura popular brasileira, transformando a propaganda em entretenimento. Tornou-se uma celebridade, atribuiu a alcunha de 'gênio' aos publicitários e colocou, antes de qualquer outro, o Brasil no mapa global da propaganda. Talvez tenha lhe faltado um pouco de sensibilidade em certas declarações mais recentes, mas foi, é e sempre será uma enorme referência para qualquer brasileiro que se aventure na área de comunicação.
Perdemos o mais genial dos geniais, alguém que nunca foi (e nem será) substituído ou igualado por algum talento das novas gerações. Nunca vi mente mais brilhante que a de Washington. Ele entendia, em pé (como gostava de resolver as maiores questões), os problemas dos clientes e transformava marcas em arte pop. Com seus ouvidos apuradíssimos, me ensinou a diferenciar a trilha perfeita da apenas razoável e a lutar por uma grande ideia. Que sorte a minha! Um homem formidável, como tudo o que fez pela propaganda brasileira. Washington é único e o maior. E sempre será. Obrigada, W.
A quantidade de pessoas que Washington Olivetto inspirou e levou para uma indústria, a publicidade, é para poucos. O que ele deixa é o que tanto se aspira: um legado.
Washington Olivetto transformou a publicidade. Sua criatividade transcendeu a propaganda e impactou a cultura popular, influenciando publicitários do mundo todo. Seu legado moldou a publicidade brasileira e seguirá ressoando.
Quanto ao fenômeno criativo, não vou falar nada que já não tenha sido dito. Eu queria falar sobre a pessoa. Não tinha um contato próximo com ele, mas uma vez, quando contratei um diretor de criação da W, ele me ligou. Achei que ele iria reclamar da contratação, que era uma pessoa importante para ele, mas, pelo contrário, a mensagem foi: 'Cuide bem dele. Essa pessoa é muito legal.' Então, naquele dia, entendi a pessoa que existia atrás do fenômeno criativo.
Ele é conhecido pela genialidade e pelo legado que deixa à publicidade no mundo. Mas Washington foi uma das pessoas mais humanas e generosas nas relações que conheci. Adorava uma comemoração e, não raro, chegavam de surpresa à agência coxinhas do Frangó ou picolés para saudar o fechamento da semana. Obrigada por tudo, WO.