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Visa ameaça romper com Fifa; Adidas tenta ser diplomática

Algumas marcas já se pronunciaram sobre o escândalo, tentando se desvencilhar dos problemas e do grande impacto negativo


	Logo da FIFA, em Zurique: marcas parceiras temem o escândalo da Fifa
 (FABRICE COFFRINI/AFP)

Logo da FIFA, em Zurique: marcas parceiras temem o escândalo da Fifa (FABRICE COFFRINI/AFP)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 28 de maio de 2015 às 13h25.

São Paulo - As marcas parceiras da Fifa e patrocinadoras da Copa do Mundo reagiram após a prisão de seis dirigentes da entidade, acusados de corrupção.

As prisões, feitas pela polícia suíça, aconteceram como parte de uma investigação americana. Eles são acusados de, desde os anos 1990, receber propina. Os crimes envolvem lavagem de dinheiro, fraude e compra de votos.

Algumas marcas já se pronunciaram sobre o escândalo, tentando se desvencilhar dos problemas e do grande impacto negativo.

A Adidas, uma das principais parceiras da Fifa, reagiu de modo mais discreto e diplomático. Em um comunicado oficial, diz que defende a transparência e a ética, mas que espera o melhor da Fifa.

"O grupo Adidas está totalmente comprometido em criar uma cultura que promova os mais altos padrões de ética e observância, e nós esperamos o mesmo de nossos parceiros. Dadas as notícias de hoje, nós podemos, portanto, somente encorajar a Fifa a continuar os esforços para estabelecer e seguir padrões de transparência em tudo o que fazem. A Adidas é a maior marca de futebol do mundo e vamos continuar a apoiar o futebol em todos os níveis", disse o comunicado.

Em outras palavras, a Adidas manteve seu apoio à Fifa e elogiou os esforços de transparência da entidade. Com o detalhe que tais "esforços" não foram da entidade, sim dos investigadores americanos e suíços.

Já a Visa foi mais incisiva e publicou em seu site uma dura carta sobre o caso. A marca é patrocinadora da Copa de 2022 no Catar com um contrato de 185 milhões de dólares.

Eis o comunicado da marca:

"Nosso desapontamento e preocupação com a Fifa à luz das notícias de hoje é profundo. Como patrocinadora, nós esperamos que a Fifa tome medidas imediatas para resolver esses problemas dentro de sua organização. Isso começa pela reconstrução de uma cultura com fortes práticas éticas, para a restauração da reputação dos jogos para os fãs do mundo todo.

A Visa se tornou uma patrocinadora da Fifa porque a Copa do Mundo é um dos poucos eventos esportivos que são, de fato, globais, com o poder de unir as pessoas ao redor do mundo através do sentimento comum de amor pelo futebol. Nosso patrocínio se manteve focado no apoio aos times, promovendo uma grande experiência para os fãs e inspirando as pessoas a se unirem e celebrarem o espírito de competição e das conquistas pessoais - e é importante que a Fifa faça essa mudança agora, para que esse foco continue no futuro. Caso a Fifa falhe nesse sentido, nós devemos informar a eles que iremos reavaliar a nossa parceria".

Ou seja: duríssima, a Visa ameaçou cortar a parceria caso a Fifa não resolva imediatamente seus problemas com a Justiça.

Veja outras reações, noticiadas nos EUA:

Coca-Cola

"Essa longa controvérsia manchou a missão e os ideais da Copa do Mundo Fifa e nós temos expressado repetidamente nossa preocupação sobre essas sérias alegações. Nós esperamos que a Fifa continue a enfrentar esses problemas".

McDonald's

"O McDonald's leva a sério problemas envolvendo ética e corrupção; e as notícias do Departamento de Justiça dos EUA são extremamente preocupantes. Estamos em contato com a Fifa e continuaremos a acompanhar a situação de perto".

Budweiser

"Esperamos que todos os nossos parceiros mantenham altos padrões éticos e operem com transparência".

Hyundai

"Como uma empresa que prioriza altos padrões de ética e transparência, a Hyundai Motor está extremamente preocupada com as medidas legais tomadas contra os executivos da Fifa. Continuaremos a monitorar a situação de perto".

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