Marketing

Sete em cada dez brasileiros se informam pelas redes, mas só 17% confiam no conteúdo

Pesquisa da Pyxys com a Opinion Box mostra que, mesmo com o alto consumo de notícias nas redes sociais, a confiança do público segue concentrada nos veículos jornalísticos tradicionais

Jovens concentram o consumo de notícias nas redes sociais, segundo pesquisa da Pyxys em parceria com a Opinion Box (Freepik/Divulgação)

Jovens concentram o consumo de notícias nas redes sociais, segundo pesquisa da Pyxys em parceria com a Opinion Box (Freepik/Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 17h00.

Sete em cada dez brasileiros usam as redes sociais como principal fonte de informação, mas apenas 17% dizem confiar no conteúdo consumido nesses ambientes. Os dados são de uma pesquisa realizada pela mediatech Pyxys em parceria com a Opinion Box, com mil entrevistados em todo o país.

O levantamento, obtido com exclusividade pela EXAME, mostra que o consumo de notícias no Brasil é elevado: nove em cada dez pessoas afirmam se informar diariamente. Ainda assim, a confiança segue concentrada nos veículos tradicionais. Quase 90% dos entrevistados dizem confiar em portais de notícias, jornais e emissoras de rádio e TV.

Segundo Andrés Bruzzone, CEO da Pyxys, o resultado indica uma contradição entre alcance e credibilidade. “As redes sociais concentram o acesso, mas a confiança ainda está nos veículos tradicionais. Quando o portal é confiável, o leitor retorna. Um conteúdo claro e bem apurado cria recorrência”, afirma.

A pesquisa também analisou o impacto da credibilidade editorial sobre decisões de consumo. Para 85,6% dos entrevistados, conteúdos jornalísticos já influenciaram escolhas de compra. Outros 74% afirmam que a confiança no veículo é um fator relevante antes de clicar em um anúncio, e 64% dizem interagir mais com publicidade quando há coerência entre o conteúdo editorial e a mensagem comercial.

Segundo Bruzzone, ambientes confiáveis ampliam o potencial de conversão. “Quando conteúdo, dados e contexto trabalham juntos, a informação deixa de ser apenas informativa e passa a gerar resultado. É nesse ponto que a relação entre veículos e marcas se fortalece”, afirma.

A pesquisa também aponta diferenças geracionais. Entre jovens de 16 a 24 anos, 32,58% afirmam já ter sido influenciados por conteúdos jornalísticos na decisão de compra. Entre pessoas com mais de 50 anos, esse percentual cai para 16,67%.

Em relação ao formato, o levantamento indica preferência por conteúdos mais curtos: quatro em cada dez entrevistados dizem não ler matérias até o fim. Mais de 40% afirmam preferir textos resumidos.

O consumo audiovisual também ganha espaço. Quase 60% dos brasileiros dizem preferir vídeos ou podcasts, e quatro em cada dez afirmam que não se informam mais pela televisão.

Entre as plataformas, o Instagram aparece como a principal fonte de informação, utilizado por mais de 83% dos entrevistados. O YouTube vem na sequência, com 71%, e o TikTok já é citado por quase metade da população como meio de atualização diária.

Para Bruzzone, os dados reforçam a necessidade de adaptação das estratégias editoriais. “O conteúdo precisa ser bem produzido, contextualizado e distribuído nos canais certos. É isso que permite informar, engajar e sustentar modelos de negócio baseados em credibilidade”, afirma.


Novo videcast da Exame

O Marketing Trends é o novo videocast da EXAME dedicado a discutir os principais movimentos do marketing, da publicidade e da creator economy. O projeto editorial nasce alinhado ao posicionamento da marca como mediatech voltada à produção de informação e à formação de lideranças.

Apresentado por Juliana Pio, editora assistente de marketing da EXAME, o programa reúne CMOs, executivos dos setores e personalidades para conversas sobre estratégia, negócios, comunicação e consumo. Os episódios são publicados semanalmente, às terças-feiras, no YouTube (@exame).

A estreia teve como convidada a influenciadora, atriz e empresária Jade Picon, que falou sobre construção de marca, decisões de longo prazo e o papel das comunidades na geração de valor para sua empresa de beleza, que faturou R$ 20 milhões em um ano.

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