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Saído das fraldas

Detergente líquido, massa de tomate, fralda descartável e flocos de milho. Produtos tão diferentes só poderiam estar juntos em dois lugares: numa lista de compras para a família ou no portfólio de produtos de alguma corporação multinacional, certo? Tente de novo. Na verdade, eles são todos artigos da pernambucana Asa. Com 450 funcionários, a empresa […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h55.

Detergente líquido, massa de tomate, fralda descartável e flocos de milho. Produtos tão diferentes só poderiam estar juntos em dois lugares: numa lista de compras para a família ou no portfólio de produtos de alguma corporação multinacional, certo? Tente de novo. Na verdade, eles são todos artigos da pernambucana Asa. Com 450 funcionários, a empresa é a maior fabricante de produtos de higiene e limpeza do Nordeste -- e a feliz compradora de duas empresas do grupo anglo-holandês Unilever, mesmo no ano de crises que foi 2001.

Eduardo Henrique de Oliveira e Silva, 33 anos, fundou a Asa e é o responsável pela postura agressiva da companhia. Antes mesmo de contar com as novas aquisições, já tinha conquistado o Nordeste. As donas-de-casa que têm orçamento mais apertado conhecem bem os três carros-chefes que levaram a Asa ao faturamento atual, em torno de 100 milhões de reais: o sabão Invicto em pó e em barra e o sabão em barra Bem-te-vi.

Oliveira e Silva não hesitou em ingressar no setor de alimentação ao saber que a Unilever estava interessada em passar adiante as marcas Palmeiron e Vitamilho. Nos últimos dois meses negociou a compra das duas fábricas, e em dezembro aguardava ansioso o dia 2 de janeiro, quando assumiria o comando. O valor e as condições de pagamento estão protegidos por cláusula de sigilo no contrato.

"Se observarmos o mercado consumidor, veremos que os compradores dos produtos Vitamilho e Palmeiron são os mesmos das mercadorias da Asa", diz Oliveira e Silva. As três empresas disputam consumidores amparadas em preços baixos. A Vitamilho é líder no mercado nordestino de flocos de milho, com 22% do total, e faturou 60 milhões de reais em 2000. Já a Palmeiron, que pertenceu ao grupo de supermercados Bompreço, produz artigos diversos, como ketchup, ervilha em lata e doces, e obteve faturamento de 28 milhões de reais no mesmo período.

A compra das duas fábricas não foi o primeiro ato de audácia de Oliveira e Silva . Em 1996, ao trocar um moinho de trigo em Ilhéus, na Bahia, pela pequena fábrica de produtos de limpeza localizada no Recife, ele encontrou um cenário pobre. A linha de produtos exibia apenas três sabões. "Percebi logo que a gente não iria muito longe com uma linha tão pequena", diz Oliveira e Silva, em sua sala mobiliada com estofados de couro branco, cadeiras de design e mesas de aço e vidro. "Nossa primeira providência foi modernizar os sabões em barra e desenvolver novos artigos." Em pouco tempo, colocou na praça detergentes, amaciantes de roupa, desinfetantes e água sanitária.

No ano seguinte, importou da Itália uma máquina capaz de produzir 400 fraldas descartáveis por minuto e lançou a Baby & Baby, a primeira destinada às famílias de baixa renda. "Ela não é tão elaborada quanto as fraldas dos Estados Unidos e da Ásia, mas supre bem as necessidades dos brasileiros", diz. Logo foi preciso importar uma segunda máquina para responder à demanda. Hoje, saem da fábrica 1,2 milhão de pacotes de fraldas descartáveis por mês. Por enquanto, a Asa opera nos estados do Nordeste, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. O ano de 2002 será de avanço nos demais estados do Sudeste -- indispensável para atingir a meta de crescimento anual de 20% a 25% a partir de 2003.

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