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Quer ser influencer da Hope? Marca quer ter 1 mil criadores até o fim de 2024

Grupo de moda íntima investe em plataforma própria para captação e desenvolvimento de influenciadores; veja como participar

Grupo Hope aposta em marketing de influência para aumentar vendas online (Divulgação/Grupo Hope)

Grupo Hope aposta em marketing de influência para aumentar vendas online (Divulgação/Grupo Hope)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 19h43.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2024 às 12h04.

De olho em um mercado que movimenta mais de 30 bilhões de reais no país desde 2011, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, o Grupo Hope tem apostado cada vez mais em ações para fomentar a aproximação com influenciadores. A novidade, agora, é o lançamento de uma plataforma própria para a captação e o desenvolvimento de criadores de conteúdo para a marca de moda íntima, beachwear e fitness.

“Cerca de 30% do nosso budget anual de marketing são investidos no trabalho com influenciadores. Esse é um movimento que já está enraizado em nossa cultura e tem ficado ainda mais forte. Estamos apostando na descoberta de novos talentos”, afirma Sandra Chayo, sócia-diretora do Grupo Hope, que pretende contratar 1 mil criadores de conteúdo até o fim deste ano.

A empresa obteve um salto de desempenho de mais de 100% em seu e-commerce em 2023, em relação ao ano anterior. Parte desse resultado, segundo a executiva, é fruto do trabalho de desenvolvimento de influenciadores, que vinha sendo testado há mais tempo e agora será oficialmente implementado.

“É um projeto bem complexo, de marketing voltado para a performance. Temos uma equipe de seis pessoas para fazer a seleção, acompanhamento e avaliação das métricas”, destaca. Além de divulgar os produtos e gerar proximidade junto aos clientes, a iniciativa mira na diversidade. Atualmente, a Hope está presente em todos os estados do Brasil, em quase 300 lojas, sendo a maioria em formato de franquia.

A plataforma funciona de maneira aberta, sendo que qualquer pessoa interessada pode fazer a inscrição, basta ter uma conta no Instagram ou no TikTok. A seleção leva em consideração aspectos, como diversidade, engajamento, alinhamento com os princípios da marca, participação em demais projetos, entre outros atributos.

De acordo com Chayo, o número de seguidores não figura como critério de eliminação, pelo contrário. Embora conte com grandes nomes como embaixadores, a exemplo de Bianca Andrade (conhecida como Boca Rosa), Felipe Titto e Julia Norremose, a empresa também quer dar oportunidade aos creators de menor porte, seguindo uma tendência de mercado.

Estudo realizado pela HypeAuditor aponta que os chamados 'nano influenciadores', com 1 mil a 10 mil seguidores, lideram em taxas de engajamento no Instagram no Brasil. Eles também representam quase 80% de todos os criadores na rede social. “Uma das participantes do projeto, inclusive, é um fenômeno de vendas, mesmo sem ter milhões de seguidores”, salienta a sócia-diretora do Grupo Hope, referindo-se à Lohana Garcia.

Como funciona a plataforma de influenciadores da Hope?

Cerca de 10 mil perfis se cadastram mensalmente na plataforma e, aproximadamente, 40 são escolhidos para integrar o programa. Passada a seleção, os influencers começam a produzir conteúdos em suas páginas utilizando peças de vestuário da Hope.

Para garantir materiais mais autênticos, e que se alinhem com as respectivas audiências, a marca permite que eles escolham os produtos que mais se identificam para receber em casa. A parceria inicial tem duração de um mês, com possibilidade de renovação mensal, dependendo do desempenho e resultado alcançados por cada influenciadora.

O contrato prevê um valor fixo mensal, que varia para cada pessoa. Antes de fechar o acordo, a Hope faz um profundo processo de avaliação e acompanhamento dos conteúdos produzidos, e ainda pode rescindir a parceria a qualquer momento.

Há pouco mais de um ano, a empresa ainda não contava com influenciadores com contratos ativos trabalhando dentro das marcas. Atualmente, são 220 meninas atuando em parceria com o grupo na produção de conteúdo.

“O projeto virou uma comunidade. Temos até um grupo de WhatsApp com as participantes, onde elas trocam boas práticas”, conta Chayo. “Nossa maior dificuldade foi justamente ajudar na profissionalização, por exemplo, durante a emissão de nota fiscal ou abertura de empresa. É uma área relativamente nova, estamos contribuindo para formá-la”, complementa.

Em 2019, a Hope lançou um projeto intitulado ‘Cada Hope com a sua influência’, no qual contratou criators regionais, de vários locais do Brasil, entre elas Mariana Menotti, que divulgava a franquia de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Após a ação, a jovem se tornou influenciadora oficial da marca.

“Ela se mudou para a capital paulista e trabalha diariamente produzindo conteúdo para a Hope. Foi uma estratégia muito legal, especialmente num momento em que muitas empresas e personalidades começaram a trabalhar com avatar. Ajudou na conexão da marca com os clientes”, conta a sócia-diretora do Grupo Hope.

Plano ambicioso de crescimento

A Hope tem metas robustas de crescimento para os próximos anos. O grupo contratou, no final de 2023, uma consultoria externa para revisitar o planejamento e traçar novas estratégias. “Muitas, vamos testar em 2024. Para os próximos cinco anos, acho que temos um projeto coerente e bem ambicioso”, salienta a executiva, que não revela valores de investimentos.

Entre as novidades, está previsto um novo modelo de loja voltado para cidades maiores e capitais (além de Hope, Resort e Duo). A empresa também pretende dar mais ênfase ao projeto de influenciadores e aumentar investimentos no programa de CRM, tanto em software quanto em colaboradores, na integração de canais e no atendimento de multimarcas especializadas.

“Estamos incrementando em 50% nossa linha de produtos para atender a um público maior, e aproveitando oportunidades que o varejo tem deixado de lado com as lojas de departamento perdendo força. No fim, são várias estratégias em produto, comunicação, marketing, pontos de venda e influenciadores”, finaliza Chayo.

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