Propaganda não influencia compra de sapatos por mulheres
Pesquisa também apontou ausência quase absoluta de fidelidade quanto às marcas
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 15h31.
São Paulo - A agência Giacometti saiu em busca de uma resposta complexa: a verdadeira relação entre as mulheres e os sapatos. A pesquisa ouviu 400 brasileiras das classes A, B e C, de 18 anos a 40 anos, que participaram de discussões em grupo e de análises etnográficas.
São considerados os hábitos de consumo e o emocional que permeiam o antes (aspiracional), o durante (drivers da decisão efetiva da compra) e o depois (uso diário); ou seja, todos os ritos que envolvem a escolha do sapato.
"Na busca do entendimento da relação das mulheres com os sapatos, mergulhamos em um estudo com discussão em grupo e visitas etnográficas", explica Dennis Giacometti, presidente da Giacometti Comunicação e coordenador do trabalho.
A pesquisa encontrou fatores que, apesar de momentaneamente negativos, podem servir de impulso para um mercado aquecido, mas que anda pouco explorado. Cada mulher chega a possuir 110 pares de sapato; ele é o segundo item na preferência delas (perde para as roupas) e é comprado, em geral, porque as consumidoras simplesmente "amam sapatos".
Só que apenas 2% das mulheres chegam à compra por causa da propaganda. O índice é maior entre as que estão na classe AB (4%) de 18 a 25 anos, mas, na faixa de 26 a 40, não chega sequer a existir um percentual – elas ignoram a publicidade do setor.
A televisão também não ajuda muito, pois apenas 12% adquirem sapatos por influência da telinha, que mesmo assim está à frente dos conselhos das amigas (8%), revistas (7%), propaganda e internet (4%). A grande maioria (68%) prefere escolher o que vai comprar quando olha o produto pela vitrine.
O levantamento também mostrou o quão frio anda este mercado na internet, já que pelo menos 75% das mulheres não compram pela rede por que não há como experimentar os modelos.
E quase não há fidelidade com as marcas - apesar de citarem algumas, poucas se demonstraram “fãs” e nenhuma delas tem mais de um par da mesma marca. Como sinônimo dessa infidelidade, a pesquisa mostra que as mulheres estão abertas a experimentar, desde que haja boa qualidade. As diferenças entre marcas aparecem na variedade (gostam de ter muita opção); preço (não é condicional, caçam oportunidades); e qualidade (condição mínima para comprar um sapato).