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Nova bebida na Bolívia pretende tirar estigma da folha de coca

La Paz - A Coca-Colla, a nova bebida produzida na Bolívia com folha de coca, quer ganhar o mercado dos energéticos no país, mas também ajudar a apagar o estigma que vincula a matéria prima à droga produzida com ela. "Extrato de coca, água carbonatada, açúcar, cafeína, aromatizantes naturais, corantes autorizados e conservantes" são os […]

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

La Paz - A Coca-Colla, a nova bebida produzida na Bolívia com folha de coca, quer ganhar o mercado dos energéticos no país, mas também ajudar a apagar o estigma que vincula a matéria prima à droga produzida com ela.

"Extrato de coca, água carbonatada, açúcar, cafeína, aromatizantes naturais, corantes autorizados e conservantes" são os ingredientes da bebida. Seu rótulo vermelho e branco faz alusão à já conhecida Coca-Cola americana.

A bebida tem uma cor similar à dos refrigerantes de guaraná e seu sabor parece uma mistura da fruta com maçã e coca.

A Coca-Colla é produzida pela Organização Social para a Industrialização da Coca (Ospicoca), uma entidade formada por 9 mil pessoas e cujo presidente, Víctor Ledezma, esclareceu que não pretende competir com o refrigerante americano.

"Não quero brigar com ninguém. Minha bebida é energética, eles (da Coca-Cola) vendem refrigerantes, então não têm por que querem brigar comigo", disse Ledezma à Agência Efe.

Esta semana, o empresário colocou à venda 30 mil garrafas de um litro e meio de Coca-Colla, a um valor de 10 bolivianos (US$ 1,40), nas regiões de La Paz (oeste), Cochabamba (centro) e Santa Cruz (leste).

Os compradores mais interessados, segundo Ledezma, são motoristas de estradas, que comprovaram o efeito do energético, que os permite dirigir por várias horas sem descansar.


O nome da bebida tem origem na fusão do nome da folha de coca, considerada sagrada pelos indígenas aimaras e quíchuas da Bolívia, com a palavra "colla", como popularmente são chamados os moradores do oeste da Bolívia.

A iniciativa privada de produzir o energético começou em 2006, em coincidência com a chegada de Evo Morales à Presidência, que atualmente continua sendo líder dos produtores da planta no Chapare, centro da Bolívia.

O líder boliviano é um forte defensor do consumo tradicional da folha de coca, que na Bolívia tem diversos usos medicinais, industriais e culturais, mas também é desviada pelo narcotráfico para a produção de cocaína.

Em 1961, as Nações Unidas classificaram a folha de coca como um "entorpecente" e pediu o fim do costume de mascar coca em 25 anos, muito popular entre aimaras e quíchuas, que, de fato, a utilizam como energético.

Desde que chegou ao poder, Morales promove uma política em defesa do cultivo da folha de coca, mas é enfático na luta contra o narcotráfico e as plantações ilegais.

No entanto, sua política foi questionada pelos Estados Unidos, que consideram que a Bolívia não está fazendo o suficiente na luta antidrogas, especialmente por estimular o cultivo da folha no país.

Para Ledezma, a folha de coca foi "muito 'satanizada'", mas ele acredita que a produção em massa da Coca-Colla pode tirar esta fama ruim.

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