Marketing

Marketing de busca entra na estratégia das empresas

Estar bem posicionado em sites de busca virou necessidade em empresas devido ao crescente número de compras feitas pela internet

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Rio de Janeiro - Que o Google é uma ferramenta considerada essencial nos dias de hoje todo mundo sabe. O que muitos não conhecem é que cresce cada vez mais a importância e os investimentos para que as empresas estejam bem posicionadas no ranking deste e dos demais sites de busca. É como uma loja dentro de um shopping. Cada marca quer o seu ponto-de-venda na melhor localização. Na internet, o melhor ponto é a primeira página do Google. O site é o mais visitado no Brasil, segundo o Alexa.

Para quem acha que os resultados aparecem de forma aleatória no Google, não é bem assim. O site tem um sistema complexo para rankear as páginas das marcas que aparecerão em determinadas posições e a grande luta das empresas é, não apenas aparecer na primeira página, mas em primeiro lugar. Um bom posicionamento na busca orgânica, ou natural – aquela que é feita espontaneamente pelo internauta – é o mais trabalhado pelas empresas e tem a ver com a "encontrabilidade" do site. Para alcançar esse objetivo, as marcas fazem um trabalho de otimização de seus portais para atender a exigências do Google.

"O Google é um robô que depende de regras para funcionar. Essas regras são bem claras e para aparecer bem posicionado é necessário apenas seguí-las. Ele vai dando uma pontuação de acordo com isso, quanto mais pontos, melhor posicionado o site estará", afirma Conrado Adolpho, diretor da agência Publiweb e autor do livro Google Marketing.
 
Qualidade dos sites também importa para o Google

A primeira dessas regras é analisar a quantidade de sites que têm links para o endereço de determinada empresa. Mas não é apenas quantidade que importa. O Google também analisa a qualidade dos sites em que estão esses links e se eles têm relação com o tema abordado. Dentro das páginas, o Google também analisa o tempo do domínio, mas o essencial é trabalhar com as palavras-chaves, as digitadas no momento da busca.


As empresas devem organizar seus sites de maneira que sua palavra-chave apareça uma certa quantidade de vezes. "Saber isso é essencial para as empresas porque o comportamento de busca tem tudo a ver com a intenção de compra", afirma Conrado. Apesar de o Google ser um robô, ele tem um sistema inteligente que detecta quando esse processo é feito de forma desonesta. "A BMW já contratou um profissional que utilizou métodos ilícitos para reposicionar o site da marca", lembra Conrado. "O Google detectou isso e chegou a banir o portal de seus rankings", conta o especialista.

Os links patrocinados são outra opção para aparecer bem na página de busca. Eles são trabalhados de forma criativa e sedutora em um espaço reduzido. "Apesar de serem uma propaganda, os links patrocinados são discretos e se tornam naturais na página, por isso o público os aceita bem", afirma Diego Ivo, consultor de marketing de busca da agência Primeiro Lugar.net.

Fnac e Tecnisa investem em links patrocinados

O trabalho com link patrocinado é um dos focos da Fnac no mundo virtual para aumentar as vendas. "Quando temos uma determinada meta para um produto, trabalhamos eles nos links patrocinados e temos os resultados esperados", explica Thiago Cruz Santos, designer de interfaces do site da Fnac.

Investir em links patrocinados é um trabalho conhecido pela Tecnisa, que se preocupa não só em comprar determinadas palavras ou expressões, mas também em pagar quando elas aparecem escritas de forma errada. "Muitas pessoas escrevem errado na hora da busca e ficamos de olho nisso também", afirma Paulo Schiavon, gerente de mídia on-line da construtora, em entrevista ao site. Assim, em 2008, um apartamento foi vendido após uma pessoa ter escrito gravidez com S. "Investimos na palavra gravidez porque ela representa um desejo de mudança de vida e também mudar de casa", completa Schiavon.


Francisco Lourenço Junior, diretor de internet da Real Imobiliária, começou a trabalhar com o marketing de busca de forma independente e  foi até certificado pelo Google com o GAP (Google advertising Professional). Hoje, o  trabalho é dividido com a Publiweb e rende frutos. No último mês de março, a imobiliária registrou 60% de suas vendas pela internet. "Fizemos um novo site porque o antigo não era persuasivo", explica Junior, durante a entrevista ao Portal. Hoje, a Real aparece na primeira página no Google em expressões como "Imóveis à venda", "casas à venda", "comprar apartamento" e "apartamentos Tatuapé".

Já a Primeiro Lugar.net desenvolveu para seus clientes uma ferramenta que monitora todas as visitas no sites, informando detalhes como a duração e qual a palavra-chave utilizada. "Notamos que o site de um cliente tinha mais cliques em um produto que não era o principal, analisamos as visitas e percebemos que ele tinha uma linguagem muito técnica e mudamos isso", conta Diego Ivo.

Embora as empresas procurem cada vez mais pelos serviços de marketing de busca, ainda faltam profissionais especializados e cursos de especialização na área. A maioria dos executivos aprendeu por conta própria ou a partir de livros. "As empresas buscam, mas as vezes temos que recusar clientes porque a demanda é muito maior do que a mão de obra especializada" completa Ivo. Agora, o marketing de busca procura evoluir.

Acompanhe tudo sobre:estrategias-de-marketingMarketing de busca

Mais de Marketing

Prêmio Caboré anuncia vencedores de 2024; confira os nomes

TikTok lança formato de campanha fora da plataforma na América Latina: o Out-Of-Phone

Boomer, X ou millennial? Por que as marcas erram ao tentar separar consumidores por gerações

Após campanha polêmica de rebranding, Jaguar revela carro de ar futurista