Jungheinrich investe em B2B para crescer no país
Empresa alemã Jungheinrich passa a reforçar investimento no país, aproveitando a alta do mercado de máquinas
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 11h07.
Rio de Janeiro - A aceleração da economia brasileira atinge mercados que não costumam ser tradicionais no país. É o caso dos equipamentos de movimentação, como empilhadeiras, que tiveram crescimento surpreendente, chamando a atenção de empresas internacionais, como da alemã Jungheinrich, que aumenta seu foco no marketing B2B no país. O Brasil, no entanto, ainda tem muito que avançar para acompanhar as tendências mundiais de sustentabilidade.
O mercado nacional de materiais de manuseio teve um crescimento de 172% de 2009 para 2010, chegando a mais de 20 mil produtos vendidos. Em relação às empilhadeiras, o Brasil está entre os 10 maiores da marca em volume. Apesar do boom, a importância em relação ao resto do mundo ainda é pequena. Em 2011 foram vendidas 20.797 máquinas, o que significa 2% do total mundial. O país líder, China, vendeu 224.018 no ano.
“O mercado do Brasil está tomando fôlego atualmente, vamos acelerar nossos negócios no país nos próximos anos. Não podemos esquecer que haverá as Olimpíadas, que também devem aquecer o mercado”, diz Helmut Limberg, vice-presidente e responsável por marketing e vendas da Jungheinrich, em coletiva de imprensa realizada esta semana na Suíça. Este ano a empresa celebra 10 anos de atuação no mercado nacional, onde ainda é pequena, mas com grandes ambições.
Mercado protecionista
A Jungheinrich, que reúne no Brasil clientes como Sadia, Hypermarcas, Vale e Dia, ainda tem menos de 10% em participação de mercado no país, mas pretende aumentar o índice em médio prazo. Um dos maiores motivos para a lenta expansão é que o Brasil tem a tradição de proteger ativamente os produtores locais e tem diversas restrições em relação a importações de materiais, incluindo uma alta carga tributária. Máquinas usadas, por exemplo, que compõem uma área importante de negócios para a empresa, não podem ser importadas.
Para contornar estes fatores e reforçar sua competitividade, já existe um estudo em andamento na multinacional para realizar uma produção local, com um time escalado para entender o funcionamento do setor brasileiro. Hoje em dia, a empresa atua apenas com mediadores e vendas diretas no Sudeste e Sul. Entre as particularidades do Brasil que o time estudará, uma é expressiva. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos se usa mais máquinas elétricas, menos poluentes, no Brasil, os caminhões à combustão ainda representam cerca de 70% do mercado. No ano passado, foram vendidos cerca de 15 mil destes veículos mais poluentes, contra apenas 7 mil dos elétricos.
“No Brasil, os clientes ainda priorizam equipamentos mais econômicos em relação à aquisição e manutenção. É preciso tempo e maturidade do mercado para as empresas começarem a investir em equipamentos mais sofisticados”, diz Markus Grallert, Diretor da Jungheinrich no Brasil. Um fator que agrava esta realidade são as regulamentações brasileiras, ou a falta delas. Não existe uma lei nacional que regulamente o uso de máquinas à combustão em ambientes fechados. Na Europa isto é restrito e em alguns países, como na Alemanha, é proibido, o que fomenta o mercado elétrico, de energias mais limpas.
Falta sustentabilidade no Brasil
Um exemplo desta diferença de realidades é o novo produto da empresa alemã, lançado no fim do ano passado na Europa: uma bateria de lítio para máquinas de movimentação que economiza de 30% a 50% em relação à convencional e tem a vida mais longa. “Apesar da bateria EJE com energia de lítio-íon ser bem mais cara, cada vez mais os clientes a escolhem, principalmente os maiores”, diz Klaus-Dieter Rosenbach, membro do comitê de engenharia da Jungheinrich. Este produto, no entanto, não pode ser vendido no Brasil, porque o país não possui regulamentações para o despejo e a reciclagem da bateria. Devido às restrições europeias, a empresa pretende reduzir em 20% a emissão de gás carbônico até 2020.
A empresa inclusive utiliza a sustentabilidade como benchmarking nos países onde atua e como um dos principais ativos de marketing. “Nossa liderança é focada no benefício ao consumidor e os clientes cada vez mais prezam o critério de energias limpas e a proteção ao meio ambiente”, diz Limberg. Não se pode dizer o mesmo do Brasil, como de outros países emergentes - ainda. Nacionalmente, os atributos reforçados são a tecnologia e inovação, que também recebem a atenção mundial.
Em 2010, 40% do lucro líquido do grupo foi gasto em pesquisa e desenvolvimento. “Não queremos acabar como a Kodak, por exemplo. Para isso, investimos em tecnologia, e no futuro apresentaremos novidades, como o uso de realidade aumentada, por exemplo”, diz Jan Kaulfuhs-Berger, responsável por Comunicação da Jungheinrich.
Rio de Janeiro - A aceleração da economia brasileira atinge mercados que não costumam ser tradicionais no país. É o caso dos equipamentos de movimentação, como empilhadeiras, que tiveram crescimento surpreendente, chamando a atenção de empresas internacionais, como da alemã Jungheinrich, que aumenta seu foco no marketing B2B no país. O Brasil, no entanto, ainda tem muito que avançar para acompanhar as tendências mundiais de sustentabilidade.
O mercado nacional de materiais de manuseio teve um crescimento de 172% de 2009 para 2010, chegando a mais de 20 mil produtos vendidos. Em relação às empilhadeiras, o Brasil está entre os 10 maiores da marca em volume. Apesar do boom, a importância em relação ao resto do mundo ainda é pequena. Em 2011 foram vendidas 20.797 máquinas, o que significa 2% do total mundial. O país líder, China, vendeu 224.018 no ano.
“O mercado do Brasil está tomando fôlego atualmente, vamos acelerar nossos negócios no país nos próximos anos. Não podemos esquecer que haverá as Olimpíadas, que também devem aquecer o mercado”, diz Helmut Limberg, vice-presidente e responsável por marketing e vendas da Jungheinrich, em coletiva de imprensa realizada esta semana na Suíça. Este ano a empresa celebra 10 anos de atuação no mercado nacional, onde ainda é pequena, mas com grandes ambições.
Mercado protecionista
A Jungheinrich, que reúne no Brasil clientes como Sadia, Hypermarcas, Vale e Dia, ainda tem menos de 10% em participação de mercado no país, mas pretende aumentar o índice em médio prazo. Um dos maiores motivos para a lenta expansão é que o Brasil tem a tradição de proteger ativamente os produtores locais e tem diversas restrições em relação a importações de materiais, incluindo uma alta carga tributária. Máquinas usadas, por exemplo, que compõem uma área importante de negócios para a empresa, não podem ser importadas.
Para contornar estes fatores e reforçar sua competitividade, já existe um estudo em andamento na multinacional para realizar uma produção local, com um time escalado para entender o funcionamento do setor brasileiro. Hoje em dia, a empresa atua apenas com mediadores e vendas diretas no Sudeste e Sul. Entre as particularidades do Brasil que o time estudará, uma é expressiva. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos se usa mais máquinas elétricas, menos poluentes, no Brasil, os caminhões à combustão ainda representam cerca de 70% do mercado. No ano passado, foram vendidos cerca de 15 mil destes veículos mais poluentes, contra apenas 7 mil dos elétricos.
“No Brasil, os clientes ainda priorizam equipamentos mais econômicos em relação à aquisição e manutenção. É preciso tempo e maturidade do mercado para as empresas começarem a investir em equipamentos mais sofisticados”, diz Markus Grallert, Diretor da Jungheinrich no Brasil. Um fator que agrava esta realidade são as regulamentações brasileiras, ou a falta delas. Não existe uma lei nacional que regulamente o uso de máquinas à combustão em ambientes fechados. Na Europa isto é restrito e em alguns países, como na Alemanha, é proibido, o que fomenta o mercado elétrico, de energias mais limpas.
Falta sustentabilidade no Brasil
Um exemplo desta diferença de realidades é o novo produto da empresa alemã, lançado no fim do ano passado na Europa: uma bateria de lítio para máquinas de movimentação que economiza de 30% a 50% em relação à convencional e tem a vida mais longa. “Apesar da bateria EJE com energia de lítio-íon ser bem mais cara, cada vez mais os clientes a escolhem, principalmente os maiores”, diz Klaus-Dieter Rosenbach, membro do comitê de engenharia da Jungheinrich. Este produto, no entanto, não pode ser vendido no Brasil, porque o país não possui regulamentações para o despejo e a reciclagem da bateria. Devido às restrições europeias, a empresa pretende reduzir em 20% a emissão de gás carbônico até 2020.
A empresa inclusive utiliza a sustentabilidade como benchmarking nos países onde atua e como um dos principais ativos de marketing. “Nossa liderança é focada no benefício ao consumidor e os clientes cada vez mais prezam o critério de energias limpas e a proteção ao meio ambiente”, diz Limberg. Não se pode dizer o mesmo do Brasil, como de outros países emergentes - ainda. Nacionalmente, os atributos reforçados são a tecnologia e inovação, que também recebem a atenção mundial.
Em 2010, 40% do lucro líquido do grupo foi gasto em pesquisa e desenvolvimento. “Não queremos acabar como a Kodak, por exemplo. Para isso, investimos em tecnologia, e no futuro apresentaremos novidades, como o uso de realidade aumentada, por exemplo”, diz Jan Kaulfuhs-Berger, responsável por Comunicação da Jungheinrich.