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Hoje é Black Friday. Mas também é Dia de Não Comprar Nada

Não vai comprar nada nesta sexta-feira negra? Você não está sozinho. Conheça o movimento global que é a antítese do maior evento do varejo

 (Jeff J Mitchell/Getty Images)

(Jeff J Mitchell/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 15h57.

Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 16h05.

São Paulo - Se a Black Friday não faz sua cabeça e se você está decidido a não comprar nada o dia inteiro, saiba que não está sozinho. Como forma de protesto contra os arroubos consumistas, milhares de pessoas no mundo participam de outro movimento nesta “sexta-feira negra”, o Buy Nothing Day, mais conhecido como Dia Mundial sem Compras.

O movimento defende que este 23 de novembro seja um momento para deixar o impulso consumista de lado e pensar sobre o impacto que estamos causando ao meio ambiente.

Não à toa, a data coincide com a realização da Black Friday, dia em que centenas de milhares de lojas e marcas fazem promoções tentadoras de olho nas festas de fim de ano.

O conceito foi inventado pelo artista canadense Ted Dave e desde então tem sido promovido pela ela organização canadense AdbustersMedia (adbusters.org), que estava por trás do protesto Occupy Wall Street de 2011.

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Popularizado na América do Norte antes de se espalhar pelo mundo, o Dia Sem Compras é um convite para a sociedade examinar a questão do consumo exagerado e os problemas associados a ele. A ação ganhou as redes sociais:

O ano nem terminou e já esgotamos uma Terra

No dia 1º de agosto, a humanidade superou o orçamento do meio ambiente para o ano, passando a operar no vermelho, segundo dados da Global Footprint Network (GFN), uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica do homem no Planeta. Pior, entramos no vermelho cada vez mais cedo.

Em oito meses, esgotamos todos os recursos que a Terra é capaz de oferecer de forma sustentável no período de um ano, desde a filtragem de gás carbônico (CO2) da atmosfera até a produção de matérias-primas para fabricação de bens de consumo.

À medida que aumenta nosso consumo, cresce a nossa dívida ecológica. Em termos planetários, os resultados dos juros que pagamos se tornam mais claros a cada dia. Eles se traduzem na perda de bens e serviços ambientais, desequilíbrio climático, na redução de florestas, perda de biodiversidade, colapso de recursos pesqueiros, escassez de alimentos, redução da produtividade do solo e acúmulo de gás carbônico na atmosfera.

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