"As grandes narrativas entraram em crise. Ficamos mais céticos, exigentes, individualistas e tribais", diz Abel Reis (.)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2010 às 17h18.
São Paulo - O debate sobre como transformar o digital em resultados reais no mercado da publicidade foi o tema de abertura da primeira edição do Mídia Show, encontro promovido pelo Grupo RBS nesta quarta-feira (1), em Porto Alegre, e discute a questão da "Integração Digital".
Durante o primeiro painel do evento, Abel Reis, presidente e COO da Agência Click, avaliou a transição do mercado de massa e o atual em que os consumidores percebem-se como únicos e especiais, além de terem se tornado extremamente participativos.
"As grandes narrativas entraram em crise. Ficamos mais céticos, exigentes, individualistas e tribais. As redes sociais exemplificam esse conceito. Queremos compartilhar informações com aqueles que têm semelhança conosco", destacou Reis, acrescentando que vivemos a era do 'compartilhamento' digital.
Desta forma, diante dos avanços tecnológicos que, segundo o executivo, "pressionam" o modelo de negócio da publicidade, Reis disse acreditar que o mercado está se transformando em um ramo da indústria do software. "Essa mudança afeta a forma de relacionamento entre conteúdo e mídia e colocou em crise o modelo 'clássico' das agências. É um movimento completamente desafiador", enfatizou Reis.
Já Flávio Rezende, diretor nacional de mídia da DPZ, defendeu que o conteúdo é mais relevante do que a indústria do software. Conforme o executivo, sem a chamada 'big idea' de nada vale a tecnologia. "A ideia é o mais importante em qualquer meio. Não devemos nos angustiar com os avanços da tecnologia. Em relação à decadência do modelo clássico de agência é importante citar que as 20 maiores do setor são clássicas. Nem toda ferramenta tecnológica significa comunicação publicitária", afirmou Rezende.
Tido como o 'mentor' de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, Walter Longo participou do segundo painel do Mídia Show discutindo sobre as atuais mudanças do segmento de marketing. Segundo Longo, para que o mercado esteja inserido no universo web é necessário ter uma 'alma digital', isto é, pensar o impensável e compreender a internet como o retorno ao diálogo. "As pessoas que pensam o impensável, os chamados rebeldes, são aqueles que deverão ser essenciais nas corporações neste momento. Muitos anunciantes estão perdidos na realização de campanhas nesse universo. As agências devem mudar o método de relacionamento com o cliente, auxiliando no entendimento do digital. A área de planejamento, portanto, deve ser quase uma 'pré agência' nesse trabalho", enfatizou Longo.
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