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Fifa perde patrocínio da Emirates após corrupção

Emirates se transformou na primeira apoiadora a abandonar o órgão depois das acusações de corrupção ligadas à Copa do Mundo de 2022

Copa do Mundo no Catar: país ganhou em 2010 o direito de receber a Copa do Mundo de 2022 (Marwan Naamani/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2014 às 15h19.

A Emirates está retirando seu patrocínio à Fifa e se transformou na primeira apoiadora a abandonar o órgão que comanda o futebol depois que foram reveladas as acusações de corrupção ligadas à eleição dos organizadores da Copa do Mundo e à presidência do grupo.

A Emirates, maior companhia aérea do mundo, disse que não estenderá o contrato iniciado em 2006 e que termina neste ano.

“A decisão foi tomada após uma avaliação da proposta de contrato da Fifa que não cumpriu as expectativas da Emirates”, disse a companhia aérea, ontem, em um comunicado enviado por e-mail.

Os principais parceiros da Fifa -- Adidas, Coca-Cola, Hyundai Motor, Sony e Visa - ajudaram a entidade que comanda o esporte a gerar US$ 350 milhões em patrocínio anual.

No mês passado, Michael Hershman, que já assessorou a Fifa em uma reforma corporativa, criticou as empresas por tolerarem o desdobramento dos escândalos.

“Elas basicamente não fizeram nada, até o momento, em relação às questões de valores, ética, compliance e governança”, disse Hershman, cofundador da Transparência Internacional, em uma entrevista. “É hora de elas saírem com mais força, com mais vigor”.

As empresas ainda não fizeram isso, disse Hershman, porque há “muito em jogo, por causa do dinheiro”. A Copa do Mundo, evento esportivo mais assistido do mundo, gera US$ 5 bilhões em contratos de televisão e marketing.

Quatro dos principais patrocinadores renovaram contrato pelo menos até a próxima Copa do Mundo, na Rússia, e a Sony está negociando uma extensão.

Patrocinadores

“Devido às negociações em andamento, nós não podemos fornecer nenhuma informação adicional a respeito de futuros parceiros nesta categoria a esta altura”, disse a porta-voz da Fifa, Delia Fischer, ontem, por e-mail.

A Adidas, que patrocinou nove seleções na Copa deste ano, incluindo a campeã Alemanha e a segunda colocada Argentina, disse, quando questionada a respeito das críticas de Hershman, que cabia à Fifa comentar o assunto.

A Visa disse esperar que todos os seus parceiros “mantenham fortes padrões éticos e operem com transparência”.

A Coca-Cola e a Hyundai não responderam a pedidos de comentário enviados por e-mail, enquanto a Sony preferiu não comentar.

O jornal Spiegel, da Alemanha, informou neste fim de semana que a Fifa está negociando com a Qatar Airways para substituir a Emirates.

Em 2010, o Catar ganhou o direito de receber a Copa do Mundo de 2022, na mesma época em que a Rússia foi escolhida como organizadora da edição de 2018.

O ex-procurador dos EUA, Michael Garcia, investigou o processo de eleição. A Fifa anunciará os resultados do inquérito neste mês, embora seu diretor de ética tenha dito que o relatório não pode ser publicado na íntegra.

Cerca de um terço dos votantes que participaram da escolha de Catar como organizador da Copa do Mundo deixou a organização ou foi suspenso.

Pronunciamentos

Alguns patrocinadores se pronunciaram antes de Sepp Blatter conquistar um quarto mandato na presidência da Fifa, em 2011.

Seu único adversário, Mohamed Bin Hammam, foi suspenso após acusações de que ofereceu aos votantes do Caribe envelopes com US$ 40.000 em dinheiro.

O porta-voz da Emirates, Boutros Boutros, disse após a eleição para a presidência que a companhia aérea estava avaliando a possibilidade de terminar seu acordo por causa das acusações de corrupção na Fifa.

A Adidas, comprometida com o órgão que controla o futebol até 2030, divulgou um comunicado em resposta a uma reportagem de junho do Sunday Times, de Londres, de que o Catar ofereceu subornos para sediar a Copa do Mundo.

O comentário da empresa foi quase exatamente o mesmo que o emitido em 2011.

O “teor negativo do debate público a respeito da Fifa no momento não é bom nem para o futebol, nem para a Fifa e seus parceiros”, disse a empresa.

Não é responsabilidade de um patrocinador mudar o comportamento de uma organização que ele apoia, disse Jonathan Hemus, consultor que assessorou o Conselho Internacional de Críquete depois que a entidade enfrentou acusações de arranjo de resultados e corrupção, há dez anos.

Contudo, “devemos estar chegando perto de um ponto de inflexão” em que alguns podem resolver sair do jogo, disse Hemus.

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A Emirates está retirando seu patrocínio à Fifa e se transformou na primeira apoiadora a abandonar o órgão que comanda o futebol depois que foram reveladas as acusações de corrupção ligadas à eleição dos organizadores da Copa do Mundo e à presidência do grupo.

A Emirates, maior companhia aérea do mundo, disse que não estenderá o contrato iniciado em 2006 e que termina neste ano.

“A decisão foi tomada após uma avaliação da proposta de contrato da Fifa que não cumpriu as expectativas da Emirates”, disse a companhia aérea, ontem, em um comunicado enviado por e-mail.

Os principais parceiros da Fifa -- Adidas, Coca-Cola, Hyundai Motor, Sony e Visa - ajudaram a entidade que comanda o esporte a gerar US$ 350 milhões em patrocínio anual.

No mês passado, Michael Hershman, que já assessorou a Fifa em uma reforma corporativa, criticou as empresas por tolerarem o desdobramento dos escândalos.

“Elas basicamente não fizeram nada, até o momento, em relação às questões de valores, ética, compliance e governança”, disse Hershman, cofundador da Transparência Internacional, em uma entrevista. “É hora de elas saírem com mais força, com mais vigor”.

As empresas ainda não fizeram isso, disse Hershman, porque há “muito em jogo, por causa do dinheiro”. A Copa do Mundo, evento esportivo mais assistido do mundo, gera US$ 5 bilhões em contratos de televisão e marketing.

Quatro dos principais patrocinadores renovaram contrato pelo menos até a próxima Copa do Mundo, na Rússia, e a Sony está negociando uma extensão.

Patrocinadores

“Devido às negociações em andamento, nós não podemos fornecer nenhuma informação adicional a respeito de futuros parceiros nesta categoria a esta altura”, disse a porta-voz da Fifa, Delia Fischer, ontem, por e-mail.

A Adidas, que patrocinou nove seleções na Copa deste ano, incluindo a campeã Alemanha e a segunda colocada Argentina, disse, quando questionada a respeito das críticas de Hershman, que cabia à Fifa comentar o assunto.

A Visa disse esperar que todos os seus parceiros “mantenham fortes padrões éticos e operem com transparência”.

A Coca-Cola e a Hyundai não responderam a pedidos de comentário enviados por e-mail, enquanto a Sony preferiu não comentar.

O jornal Spiegel, da Alemanha, informou neste fim de semana que a Fifa está negociando com a Qatar Airways para substituir a Emirates.

Em 2010, o Catar ganhou o direito de receber a Copa do Mundo de 2022, na mesma época em que a Rússia foi escolhida como organizadora da edição de 2018.

O ex-procurador dos EUA, Michael Garcia, investigou o processo de eleição. A Fifa anunciará os resultados do inquérito neste mês, embora seu diretor de ética tenha dito que o relatório não pode ser publicado na íntegra.

Cerca de um terço dos votantes que participaram da escolha de Catar como organizador da Copa do Mundo deixou a organização ou foi suspenso.

Pronunciamentos

Alguns patrocinadores se pronunciaram antes de Sepp Blatter conquistar um quarto mandato na presidência da Fifa, em 2011.

Seu único adversário, Mohamed Bin Hammam, foi suspenso após acusações de que ofereceu aos votantes do Caribe envelopes com US$ 40.000 em dinheiro.

O porta-voz da Emirates, Boutros Boutros, disse após a eleição para a presidência que a companhia aérea estava avaliando a possibilidade de terminar seu acordo por causa das acusações de corrupção na Fifa.

A Adidas, comprometida com o órgão que controla o futebol até 2030, divulgou um comunicado em resposta a uma reportagem de junho do Sunday Times, de Londres, de que o Catar ofereceu subornos para sediar a Copa do Mundo.

O comentário da empresa foi quase exatamente o mesmo que o emitido em 2011.

O “teor negativo do debate público a respeito da Fifa no momento não é bom nem para o futebol, nem para a Fifa e seus parceiros”, disse a empresa.

Não é responsabilidade de um patrocinador mudar o comportamento de uma organização que ele apoia, disse Jonathan Hemus, consultor que assessorou o Conselho Internacional de Críquete depois que a entidade enfrentou acusações de arranjo de resultados e corrupção, há dez anos.

Contudo, “devemos estar chegando perto de um ponto de inflexão” em que alguns podem resolver sair do jogo, disse Hemus.

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