Empresa supera a crise e vende R$100 a cada R$1 investido em marketing
O fechamento dos hotéis e restaurantes fez a produtora de alimentos Chácara Strapasson promover a venda direta e investir em anúncios online
Marina Filippe
Publicado em 24 de junho de 2020 às 11h44.
Última atualização em 24 de junho de 2020 às 12h04.
A pandemia do novo coronavírus afetou os negócios de empresas em todos os setores. A distribuidora de verduras, legumes e frutas Chácara Strapasson, de Curitiba, no Paraná, viu os pedidos e o faturamento caírem junto com os fechamentos de restaurantes e hotéis.
Há 25 anos no mercado, a empresa teve antes desafios com a venda direta e acabou deixando esse plano de lado. "As redes de supermercados nos boicotaram porque exigiram exclusividade com o consumidor final", diz o sócio Maycon Strapsson.
A pandemia, porém, fez com que a empresa revisse sua tímida estratégia de marketing digital, que ocorria há cerca de quatro anos, e passasse a trabalhar na busca de consumidores finais. "Fazíamos conteúdos para o Facebook, e coletávamos dados de possíveis clientes, mas só em março esse trabalho ficou mais forte", diz.
Em poucos dias, a Chácara Strapasson lançou uma página online com a possibilidade de pedir e receber os produtos em casa em até 24 horas. A taxa de conversão de visitantes em venda foi de 27% nas duas primeiras semanas. Para se ter uma ideia, a taxa de venda média para e-commerce é de 2% a 4%. Em maio, a taxa foi de 12%, mas houve também a recompra de clientes já cadastrados.
O resultado faz parte do trabalho com a PontoDesign, agência responsável pela estratégia da Chácara Strapasson, e que está no programa Agências de Mudança, da Resultados Digitais.
Nas redes sociais, a empresa investe em média 80 a 100 reais em anúncios por dia, mas segundo Strapsson o investimento vale a pena. "Para cada 1 real aplicado a conversão é de 100 reais em vendas, sem contar o pagamento mensal da agência de publicidade", afirma.
A empresa conseguiu manter a demanda que tinha antes da pandemia, superar a crise, não ter prejuízo e até conquistar novos clientes. Quanto aos supermercados, dessa vez, não houve oposição. Isso ocorreu porque algumas pessoas mantiveram suas compras nas lojas físicas, enquanto outros optaram por receber em casa.
"Com os restaurantes e hotéis fechados, as pessoas se alimentam em casa e compram os produtos de diferentes formas. Para nós, o importante foi aprender a usar melhor o marketing e oferecer o produto em plataformas multicanais", diz Strapsson.