'Cruzeiro do Neymar' zarpa de Santos com patrocínio de plataforma de apostas
'Ney em alto mar' é uma realização da N&N Consultoria, que cuida da carreira do jogador, com patrocínio da Blaze, criadora do “jogo do aviãozinho”
Redação Exame
Publicado em 26 de dezembro de 2023 às 19h38.
Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 09h20.
O cruzeiro temático do atacante brasileiro Neymar zarpou nesta terça-feira, 26, do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, reunindo famosos e marcas em torno do evento. A embarcação irá até Búzios, no Rio de Janeiro, e volta para o litoral paulista em 29 de dezembro.
Com a promessa de 72 horas de festas, espaços de lazer e shows dos mais diversos cantores e comediantes, o ' Ney em alto mar ', como foi batizado, é fruto de uma parceria entre o jogador e a MSC Preziosa.
A post shared by Navio Ney em Alto Mar (@neyemaltomar)
Segundo o site oficial, trata-se de uma realização da N&N Consultoria, que cuida da carreira de Neymar, com patrocínio da Blaze, criadora do “ jogo do aviãozinho ”, que foi tema de denúncia recente no Fantástico, da TV Globo.
A plataforma de apostas também é responsável pelo cassino instalado no cruzeiro.As empresas Atriumeventos, Lucam Automação Inteligente e Personal Travel Vip, consultoria e turismo, também estão entre os organizadores.
Outra marca que se uniu ao evento foi a Stanley, como copo oficial do cruzeiro. A parceria acontece por meio da venda de copos e canecas personalizadas, que serão exclusivas para a embarcação.
Lesionado desde outubro, o jogador de 31 anos é presença garantida no evento, que tem ingressos com preços elevados. Incialmente, os quartos custavam entre 5 mil reais e 7 mil reais. Com o passar o tempo, subiram para 28 mil reais.
Nas redes sociais, convidados compartilharam brindes que receberam, como camisas personalizadas de Neymar, bonés da Puma, copos térmicos da Stanley, perfumes e produtos de maquiagem da marcaWePink, da influenciadoraVirgínia Fonseca.
Quem é a Blaze?
O nome da plataforma de apostas Blaze voltou ao centro das discussões após uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo. A matéria mostrou que a justiça brasileira já bloqueou R$ 101 milhões do site de apostas.
A decisão vem após denúncias de usuários de que a plataforma não paga o que promete aos jogadores. As acusações em relação ao não pagamento dos apostadores não são novas, a empresa já tinha sido convocada pela CPI das Pirâmides Financeiras em agosto passado.
Por trás das novas denúncias, está o “jogo do aviãozinho”, um jogo de azar difundido aqui por alguns dos maiores influenciadores digitais do país.
Assim como outros jogos oferecidos pela Blaze, o “aviãozinho” é ilegal. Desde 2018, um decreto do governo Michel Temer permitiu a realização de apostas esportivas, atividade para a qual o Senado Federal aprovou lei de regulamentação recentemente.
A lei não inclui, no entanto, jogos de azar, como é o caso do “jogo do aviãozinho”, nem cassinos online, outro mercado explorado pela Blaze.
A plataforma também oferece o cardápio tradicional das casas de apostas, como jogos de futebol, basquete, dentro da chamada “cota-fixa”, quando o apostador sabe o que pode receber caso acerte o palpite de cada jogo ou números de lance em uma partida.
Com sede em Curaçao, na região do Caribe, a Blaze procura se mover sem deixar muitas pistas e não tem representantes legais no país. Há muitas incógnitas sobre os reais donos da plataforma e, vez por outra, aparece um novo “exposed” de quem seria o proprietário do negócio.
Parte do nome da Blaze no Brasil foi feito a partir de uma bem estruturada campanha de marketing digital. A plataforma usa uma rede de influenciadores com milhões de seguidores, como é o caso de Neymar.