Anúncio de PETA é vetado no Super Bowl (PETA/Reprodução)
Marina Filippe
Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 12h30.
Em 2016, o jogador de futebol americano Colin Kaepernick se ajoelhou durante a execução do hino nacional americano nos jogos da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) em protesto contra a violência racial nos Estados Unidos.
O ato gerou críticas imediatas do presidente Donald Trump e polêmicas que quatro anos depois continuam impactando o Super Bowl.
A mais recente delas é o veto do anúncio produzido pela PETA (sigla em inglês para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais). O vídeo, inspirado no ato do atleta, mostra animais selvagens se ajoelhando em protesto contra todos os tipos de preconceito.
"Nosso local patriótico do Super Bowl prevê uma América na qual nenhum ser senciente é oprimido por causa de sua aparência, de onde nasceu, de quem ama ou de que espécie é", afirmou a organização em nota.
A NFL rebateu. " O Super Bowl nunca foi um lugar para publicidade que pudesse ser considerada, por alguns, como uma declaração política", disse Brian McCarthy, vice-presidente da liga esportiva.
THIS is the PETA #SuperBowl ad the @NFL apparently didn’t want you to see and pressured @FOXSports to snub.
It envisions a world where respect is the right of every being and pays homage to Kaepernick and movements rejecting injustice. https://t.co/kD1osnKhuX #EndSpeciesism pic.twitter.com/clXzU79aZV
— PETA (@peta) January 31, 2020
Essa não é a primeira vez que a PETA gera polêmica com seus anúncios. A campanha de 2003, "Holocausto no seu prato", comparou o sofrimento do povo judeu no holocausto ao do gado, inspirando os legisladores alemães a proibir essas comparações em futuros comerciais.
Alguns internautas lembraram que em outros momentos a PETA também se apropriou da luta dos negros. "A PETA tem uma longa história de apropriação indevida de imagens do sofrimento e da luta dos negros para promover sua marca", escreveu no Twitter Kristen Clarke, presidente e diretora executiva do Comitê de Advogados por Direitos Civis da Lei.
Segundo a PETA, apesar de possível retaliação, a peça foi aprovada por Kaepernick.
Colin Kaepernick
Desde o ato em 2016, o atleta não fez parte de nenhum time da NFL. Por outro lado, ele passou a ser o rosto de campanhas ativistas, como da Nike em 2018.
Em novembro do ano passado, Kaepernick pode se apresentar para diversos times em um evento organizado pela NFL, mas ele promoveu seu próprio treinamento em outro local, alegando que haveria uma cobertura da imprensa.
Na época, a NFL disse estar “desapontada por Colin não ter aparecido para o seu treinamento” e que ficou sabendo apenas horas antes da decisão dele de fazer o treino em outro lugar.