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Cannes pode "trazer" Festival para o Brasil em 2014

Entre os assuntos abordados, o executivo Philip Thomas revelou detalhes sobre a nova categoria do Festival, Innovation Lions, e suas preocupações com 2014


	Philip Thomas: sobre a Innovation Lions, a nova categoria cujo júri é presidido por David Droga, da Droga5, o CEO explica que ela irá tratar da tecnologia por trás das grandes ideias
 (Leonardo Araujo)

Philip Thomas: sobre a Innovation Lions, a nova categoria cujo júri é presidido por David Droga, da Droga5, o CEO explica que ela irá tratar da tecnologia por trás das grandes ideias (Leonardo Araujo)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 15h17.

São Paulo - Philip Thomas, CEO do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade, esteve no Brasil nesta terça-feira, 26, para um encontro com a imprensa ocorrido num hotel localizado na Vila Olímpia, em São Paulo.

Entre os assuntos abordados, o executivo revelou detalhes sobre a nova categoria do Festival, Innovation Lions, e suas preocupações com 2014, quando Cannes corre sério risco de ter menos brasileiros na cidade por conta da Copa do Mundo no Brasil.

O Adnews conversou com Philip e traz um apanhado do bate-papo com o CEO.

Cannes ou Copa do Mundo?
Segundo o executivo, a organização sabe que os brasileiros deverão ficar por aqui no ano que vem. "Nós fizemos alguma pesquisas e sabemos que menos pessoas virão. Elas podem ter clientes para cuidar [no período da Copa do Mundo]", analisa. Apesar da preocupação, o CEO não acredita que as inscrições serão afetadas, "mas o número delegados sim".

Para resolver o problema dos criativos que ficarem no Brasil, a organização do Festival já planeja uma solução. "Nós temos uma ideia de, talvez, trazer Cannes a São Paulo. Ter um lugar na cidade em que você possa assistir aos seminários, a entrega dos prêmios, os anúncios de shortlists. Se você não puder vir a Cannes, poderá fazê-lo de São Paulo", revela.

60 anos com inovação

Os 60 anos de Festival resultaram na montagem de júris fortes, com membros lendários, caso de Lee Clow, David Droga, Marcelo Serpa, apenas para citar alguns exemplos. "Estamos tentando fazer com que os júris sejam os mais fortes possíveis", diz Thomas. Quando indagado sobre a ausência de um brasileiro na categoria mais cobiçada de Cannes, a Titanium, Philip é enfático. "É difícil ter alguém no júri de Titanium que não tenha vencido um prêmio na categoria".

O sexagésimo aniversário também será motivo de uma exibição sobre os últimos 60 anos da publicidade. Ela será instalada no local em que se localizava o centro de imprensa do Palais. Segundo Philip, será uma grande mostra com alguns trabalhos do passado, premiados ou não.


Já sobre a Innovation Lions, a nova categoria cujo júri é presidido por David Droga, da Droga5, o CEO explica que ela irá tratar da tecnologia por trás das grandes ideias. "Não é sobre a ideia, é sobre a tecnologia que lhe permite ter grandes ideias. Pode ser um app, um programa, um hardware, uma peça tecnológica que dê a uma pessoa criativa a oportunidade de fazer algo novo", elucida.

Sobre a escolha de David Droga, o CEO diz que ela foi feita porque o publicitário também possui, além da Droga5, a De-De, empresa especializada em mixar Marketing e Engenharia.

Para esta categoria, que deve ter 4 ou 5 mil inscrições, aproximadamente, existe uma diferença, pois se você ficar entre os escolhidos para o shortlist, você vem a Cannes e apresenta seu case ao júri e delegados. "Os candidatos terão 10 minutos. Será divertido", prevê Thomas.

As inscrições de Cannes Lions, que no ano passado alcançaram o número de 34 mil, devem atingir 35 ou 36 mil este ano, segundo o CEO do evento. O número de delegados também deve aumentar um pouco. "Provavelmente teremos 12 ou 13 mil", revela.

A televisão atrapalha o Brasil?

Sobre a TV - que abocanha 64% do bolo publicitário do país - e sua influência na propaganda brasileira, Philip diz que, muitas vezes, a agência precisa de uma espécie de despertar. "Se você falar com alguns clientes do Brasil, eles vão dizer: 'Quero que minha agência pare de dizer que tem de ser TV, quero que ela comece a dizer o que mais pode ser'. É isso que eles me dizem", conta o CEO.

Para ele, talvez haja uma necessidade de um novo olhar para este assunto. Ele cita Washington Olivetto, que faz a parte digital de seu negócio tão grande quanto a parte de TV, um bom exemplo de uma mentalidade madura.

Falando em Olivetto e outros grandes nomes com Nizan Guanaes, Philip diz que não chamou nenhum deles e que ninguém diz não a um convite de júri em Cannes, a não ser que a data do Festival coincida com a de um casamento ou o nascimento de um filho, por exemplo.

Segundo Thomas, ele não acreditou quando o lendário Joe Pytka, diretor de cena mais premiado da história do festival, aceitou o convite para presidir o júri de Film Craft. Bem como Lee Clow, Chairman da TBWAWorldwide, que não anda de avião há anos, ter aceitado palestrar em Cannes. "Será algo especial", finaliza.

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