Marketing

Acordo encerra processo de propaganda ilegal na Copa

Promotoria decidiu fechar o caso por falta de interesse da Fifa de prosseguir com o processo

Torcedoras holandesas usam vestidos que lembram uma propaganda de cerveja (.)

Torcedoras holandesas usam vestidos que lembram uma propaganda de cerveja (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Joanesburgo - Um acordo entre a cervejaria holandesa Bavaria e a Federação Internacional de Futebol (Fifa) encerrou hoje (22) a polêmica causada pela prisão de duas modelos acusadas de fazer propaganda ilegal da companhia na Copa do Mundo. Com o consenso, a Promotoria Nacional da África do Sul encerrou o processo criminal movido contra as duas mulheres.

"A Fifa nos informou que não tem mais interesse em prosseguir com o processo", disse o porta-voz da promotoria, Mthunzi Mahga, logo após a sessão que encerrou o caso. "Nós [a promotoria] levamos em conta a posição da Fifa e retiramos as acusações."

As duas modelos haviam sido detidas durante o jogo de estréia da Holanda no Mundial, contra a Dinamarca, no último dia 14. Elas estavam com mais 34 mulheres que foram ao estádio usando vestidos laranja, parecidos com os exibidos em campanhas publicitárias da cervejaria.

O caso causou polêmica pois as acusações contra as modelos baseiam-se justamente em uma legislação em vigor exclusivamente durante o período da Copa do Mundo. Os decretos e regulamentações especiais tratam da proteção de marcas e patentes durante o torneio, e foram uma das exigências da Fifa para que o Mundial fosse sediado na África do Sul.

Segundo o advogado sul-africano Deon Bouwa, especialista em casos sobre marcas de empresas, a Fifa exige, por exemplo, a proibição de qualquer forma de publicidade em áreas a menos de um quilômetro de distância de estádios da Copa. Só patrocinadores oficiais podem fazer anúncios nestas áreas, e pagam caro por isso.

"Foi baseada nesta regra que as garotas foram detidas e processadas", explicou Bouwa, em entrevista à equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). "Neste caso, a cervejaria holandesa conhecia os riscos e, por isso, a Fifa pediu punições severas. Porém, a Fifa também acaba sendo dura demais mesmo com pequenos negócios em todos os países em que realiza a Copa."

Bouwa mesmo defendeu um fabricante de pirulitos que foi processada pela Fifa pois, segundo a entidade, usava imagens alusivas à Copa nas embalagens de seus produtos. A empresa acabou sendo condenada.

O advogado lembra também do caso de um dono de um bar que foi processado por exibir bandeiras na fachada de seu estabelecimento que remetiam à Copa da África do Sul. Ele também perdeu o caso e teve que tirar as bandeiras de seu bar.

"Acho que a Fifa pode proteger a sua marca, mas proibir que todos façam uma menção remota à Copa do Mundo é demais", disse Bouwa. "A Copa é um evento universal. Todos querem fazer parte dele."

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulCopa do MundoEsportesFutebolProcessos judiciais

Mais de Marketing

O som do desejo: como a música nas lojas de luxo influencia o comportamento do consumidor

Brics 2025: identidade visual destaca Samaúma como símbolo de cooperação global

'Bruninho esteve aqui': bar em Belo Horizonte ganha fama após visita de Bruno Mars

Fernanda Torres e Montenegro respondem à IA em campanha de Natal do Itaú