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A vida depois de Star Wars

Término da saga lançada em 1977 levará a uma mudança na estrutura das empresas de George Lucas, para que o diretor volte a se concentrar em projetos mais pessoais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h54.

Após concluir o último filme da saga de Guerra nas Estrelas (Episódio III: A vingança dos Sith), George Lucas quer escapar ao destino de Anakin Skywalker, o cavalheiro jedi que sucumbiu ao lado negro da força e se transformou em Darth Vader, um dos vilões mais conhecidos do cinema. Assim como Anakin se transformou naquilo que mais abominava, Lucas teme ser absorvido pelo mundo dos negócios e se tornar apenas um grande executivo à frente de um império que se estende do cinema aos videogames e efeitos especiais, entre outros.

"Estou me transformando naquilo que realmente tentei evitar, como Darth Vader", afirmou Lucas à revista americana Wired. Uma constelação de negócios gravita em torno de Star Wars. Somente os seis episódios da série, lançada em 1977, faturaram cerca de 6,5 bilhões de dólares, em valores atualizados. O licenciamento de produtos inspirados na saga já rendeu outros 9 bilhões. E 130 milhões de DVDs dos filmes foram vendidos até agora.

Para quem se lançou na carreira de cineasta, nos anos 60, com a pretensão de fazer filmes alternativos inspirados em diretores como o canadense Arthur Lipsett, autor do curta-metragem 21-87, Lucas tem motivos de sobra para imaginar que se afastou do lado certo da Força. Quando Lipsett, reconhecido por ele como uma de suas mais fortes influências, se suicidou em 1986, afetado por anos de pobreza e transtornos mentais, Lucas já havia emplacado quatro grandes sucessos: American Graffiti (1973), Guerra nas Estrelas (1977), O Império Contra-Ataca (1980) e o Retorno de Jedi (1983).

O cineasta tem declarado que deseja dar uma guinada em sua carreira, voltando-se novamente para os filmes alternativos. A decisão terá implicações concretas para o destino do grupo que construiu nos últimos 30 anos, que inclui a LucasFilm (produtora), LucasArts (videogames), Skywalker Sound (efeitos sonoros) e a Lucas Licensing (licenciamento). "Estou tentando chegar a uma situação em que a companhia funcione sem mim e sem Star Wars", afirmou Lucas ao jornal americano The New York Times.

"Pequenas coisinhas"

Isso significa, na visão de seu criador, que a LucasFilm e demais empresas começarão a se concentrar em "pequenas coisinhas", como livros, videogames e shows de televisão. Fundada em 1971, em Marin County, no norte de São Francisco, a LucasFilm conta atualmente com 1 500 empregados. Alguns deles tornaram-se grandes colaboradores do cineasta. Para se afastar do dia-a-dia da empresa, como pretende, Lucas terá que delegar responsabilidades e esta é uma das grandes dúvidas: ninguém sabe quanto de autonomia ele concederá à sua equipe.

Na prática, Lucas parece longe de parar de participar da rotina dos negócios. Atualmente, ele responde pela produção de Red Tails, filme sobre pilotos afro-americanos que atuaram na Segunda Guerra Mundial; discute um quarto episódio da série Indiana Jones com Steven Spielberg e Harrison Ford e prepara dois seriados de TV, entre outras atividades.

É verdade que uma nova leva de diretores está sendo preparada para assumir a direção dos vários projetos, assim que conquistarem a confiança de Lucas. Mas o cineasta adverte que não espera uma safra de megasucessos. "Estou procurando construir uma companhia onde não façamos milagres, mas sim apenas um bom trabalho", diz.

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