6 tendências na relação entre marcas e consumidores
Estudo da Tátil Design de Ideias mostra comportamentos e hábitos que as empresas não podem menosprezar se quiserem ser relevantes para seus públicos
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 11h25.
Rio de Janeiro - Forte nacionalidade e declínio de propriedade são algumas características presentes na dinâmica da população brasileira que devem receber a atenção do mercado. As empresas que desejam garantir sua sobrevivência no futuro precisam olhar as transformações sociais, entender o meio onde estão inseridas e reparar em como o relacionamento com seus consumidores está evoluindo.
Estes e outros pontos são abordados no estudo “6 Tendências para o Agora” desenvolvido pela Tátil Design de Ideias. A empresa especializada em design e branding agregou as informações e dados colhidos em pesquisas feitas para seus clientes e criou um documento que traz uma interpretação sobre comportamentos e hábitos percebidos ao longo do último ano.
O material faz uma análise sobre seis tendências que indicam mudanças na realidade e na vida das pessoas e que podem servir para as empresas encontrarem maneiras de suas propostas e ideias serem relevantes. Veja a seguir a lista com todos os tópicos apontados.
1Poder para Todos
Muitas indústrias trabalham com patentes e a sociedade está acostumada a lidar com restrições, bloqueios e rótulos. Mas as gerações mais jovens nasceram com uma perspectiva diferente sobre o assunto e se acostumaram a não pagar por informação, música, entre outros. Surge, assim, um movimento que se fortalece a cada dia baseado nos conceitos de informação livre, criação compartilhada e descentralização dos pólos produtores de conteúdo.
Especialistas não são mais as únicas figuras que disseminam dados, o que representa o fim de uma hierarquia. “O poder está mais fragmentado. Mais pessoas trabalham em rede compartilhando o que produzem e esta é uma nova forma de consumir informação”, avalia Tânia Savaget, sócia e diretora de estratégia da Tátil.
2Monitoramento
Colher dados sobre como as pessoas se comportam, consomem e vivem é uma iniciativa cada vez mais comum por parte das organizações. O mais importante, no entanto, é analisar os números e gráficos e entender o que está por trás desses indicativos para poder usá-los em planejamento estratégico e na criação de ferramentas realmente úteis e eficientes para seus públicos. “Há tanta informação disponível e até gratuita que as empresas que saem na frente da concorrência são aquelas que encontram tempo para interpretá-las e fazer uma reflexão”, analisa Tânia.
3Declínio da Propriedade
Os bens materiais têm atributos que agregam valores aos seus usuários e são considerados uma forma de identificar alguém como pertencente ou não a um determinado grupo ou clã. As marcas têm usado isso a seu favor, mas agora a noção de posse se apresenta de maneira diferente. As pessoas começam a questionar qual a real ligação dos produtos com a maneira e possibilidades de se desfrutar a vida.
A percepção de que os produtos não trazem necessariamente felicidade têm feito alguns itens como casa e carro próprios serem substituídos por serviços alternativos à compra. É o caso do aluguel de bicicleta e filmes virtuais. Tudo isso se soma ao fato de a sustentabilidade estar mais evidente e à maior procura por bens coletivos. Com isso, o verbo “ter” perde força para o “usufruir”. “Isso tem sido ainda mais forte entre os jovens”, destaca a sócia e diretora de estratégia da Tátil.
4Hackathon
O termo Hackathon une os conceitos de programação (Hack) e maratona (marathon) e tem sido usado pelas empresas para testar a eficiência de novas ideias de forma rápida. Por botar quase instantaneamente em prática o que antes só estava no papel, essa forma de buscar novos projetos tem ganhado vantagem em cima do brainstorm.
Hoje o que existe é uma visão de que a chamada “chuva de ideias” pode não funcionar sem um direcionamento e uma aplicação simulada. A possibilidade de testar o que dá ou não certo e apostar em desenvolvimento contínuo tem feito muitas incubadoras e aceleradoras a enxergarem as startups como as empresas do futuro.
5Eu Amo Minha Cidade
A sensação de pertencimento faz parte da composição da identidade de qualquer pessoa. Todos têm necessidade de fazer parte de um grupo e demarcar presença. Com a globalização, o sentimento de pátria às vezes é afetado ou se torna confuso. O que se vê, no entanto, é um resgate à valorização dos traços individuais e da disseminação de conversas e debates por parte das pessoas sobre a cidade, a cultura e o país onde vivem.
Os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas em 2016, colocam as cidades sede em uma posição de evidência diante do mundo e influenciam o povo de cada uma a perceber seus territórios de forma mais atenta. Com isso, é possível olhar para dentro, reparar mais nos problemas e fazer algo para mudá-los. “Quando eventos como esses são realizados uma série de mudanças ocorrem, seja uma maior procura pelo estudo da língua inglesa ou um investimento em uma área que não recebia melhorias”, analisa Tânia.
Para aproveitar a euforia nacional, é cada vez mais comum que as empresas desenvolvam ações que dialogam com a paixão de ser brasileiro ou pertencer a determinado Estado. O amor pelo país e metrópoles está estampado em campanhas e em produtos. A rede de supermercados Zona Sul, por exemplo, já usou o coração de sua logo para explorar a temática em relação ao Rio de Janeiro.
6Valor Compartilhado
O lucro é a principal preocupação de qualquer companhia, mas o retorno financeiro não é o único parâmetro que deve ser levado em consideração e avaliado em um negócio. Outros capitais como o humano, o cultural e o social ganham importância e influenciam a relação entre marcas e consumidores. As empresas entendem, cada vez mais, que precisam ser relevantes para as pessoas em situações e contextos mais amplos e não apenas na hora do consumo.
Com isso, cresce o número daquelas preocupadas em agir na vizinhança dos locais onde estão instaladas suas fábricas e sedes e atingir positivamente todo o público envolvido em suas cadeias de processos. “As marcas podem se relacionar de uma forma que vai além do transacional e serem importantes para a comunidade trazendo assunto, informação ou outros serviços”, opina a sócia e diretora de estratégia da Tátil.
Rio de Janeiro - Forte nacionalidade e declínio de propriedade são algumas características presentes na dinâmica da população brasileira que devem receber a atenção do mercado. As empresas que desejam garantir sua sobrevivência no futuro precisam olhar as transformações sociais, entender o meio onde estão inseridas e reparar em como o relacionamento com seus consumidores está evoluindo.
Estes e outros pontos são abordados no estudo “6 Tendências para o Agora” desenvolvido pela Tátil Design de Ideias. A empresa especializada em design e branding agregou as informações e dados colhidos em pesquisas feitas para seus clientes e criou um documento que traz uma interpretação sobre comportamentos e hábitos percebidos ao longo do último ano.
O material faz uma análise sobre seis tendências que indicam mudanças na realidade e na vida das pessoas e que podem servir para as empresas encontrarem maneiras de suas propostas e ideias serem relevantes. Veja a seguir a lista com todos os tópicos apontados.
1Poder para Todos
Muitas indústrias trabalham com patentes e a sociedade está acostumada a lidar com restrições, bloqueios e rótulos. Mas as gerações mais jovens nasceram com uma perspectiva diferente sobre o assunto e se acostumaram a não pagar por informação, música, entre outros. Surge, assim, um movimento que se fortalece a cada dia baseado nos conceitos de informação livre, criação compartilhada e descentralização dos pólos produtores de conteúdo.
Especialistas não são mais as únicas figuras que disseminam dados, o que representa o fim de uma hierarquia. “O poder está mais fragmentado. Mais pessoas trabalham em rede compartilhando o que produzem e esta é uma nova forma de consumir informação”, avalia Tânia Savaget, sócia e diretora de estratégia da Tátil.
2Monitoramento
Colher dados sobre como as pessoas se comportam, consomem e vivem é uma iniciativa cada vez mais comum por parte das organizações. O mais importante, no entanto, é analisar os números e gráficos e entender o que está por trás desses indicativos para poder usá-los em planejamento estratégico e na criação de ferramentas realmente úteis e eficientes para seus públicos. “Há tanta informação disponível e até gratuita que as empresas que saem na frente da concorrência são aquelas que encontram tempo para interpretá-las e fazer uma reflexão”, analisa Tânia.
3Declínio da Propriedade
Os bens materiais têm atributos que agregam valores aos seus usuários e são considerados uma forma de identificar alguém como pertencente ou não a um determinado grupo ou clã. As marcas têm usado isso a seu favor, mas agora a noção de posse se apresenta de maneira diferente. As pessoas começam a questionar qual a real ligação dos produtos com a maneira e possibilidades de se desfrutar a vida.
A percepção de que os produtos não trazem necessariamente felicidade têm feito alguns itens como casa e carro próprios serem substituídos por serviços alternativos à compra. É o caso do aluguel de bicicleta e filmes virtuais. Tudo isso se soma ao fato de a sustentabilidade estar mais evidente e à maior procura por bens coletivos. Com isso, o verbo “ter” perde força para o “usufruir”. “Isso tem sido ainda mais forte entre os jovens”, destaca a sócia e diretora de estratégia da Tátil.
4Hackathon
O termo Hackathon une os conceitos de programação (Hack) e maratona (marathon) e tem sido usado pelas empresas para testar a eficiência de novas ideias de forma rápida. Por botar quase instantaneamente em prática o que antes só estava no papel, essa forma de buscar novos projetos tem ganhado vantagem em cima do brainstorm.
Hoje o que existe é uma visão de que a chamada “chuva de ideias” pode não funcionar sem um direcionamento e uma aplicação simulada. A possibilidade de testar o que dá ou não certo e apostar em desenvolvimento contínuo tem feito muitas incubadoras e aceleradoras a enxergarem as startups como as empresas do futuro.
5Eu Amo Minha Cidade
A sensação de pertencimento faz parte da composição da identidade de qualquer pessoa. Todos têm necessidade de fazer parte de um grupo e demarcar presença. Com a globalização, o sentimento de pátria às vezes é afetado ou se torna confuso. O que se vê, no entanto, é um resgate à valorização dos traços individuais e da disseminação de conversas e debates por parte das pessoas sobre a cidade, a cultura e o país onde vivem.
Os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas em 2016, colocam as cidades sede em uma posição de evidência diante do mundo e influenciam o povo de cada uma a perceber seus territórios de forma mais atenta. Com isso, é possível olhar para dentro, reparar mais nos problemas e fazer algo para mudá-los. “Quando eventos como esses são realizados uma série de mudanças ocorrem, seja uma maior procura pelo estudo da língua inglesa ou um investimento em uma área que não recebia melhorias”, analisa Tânia.
Para aproveitar a euforia nacional, é cada vez mais comum que as empresas desenvolvam ações que dialogam com a paixão de ser brasileiro ou pertencer a determinado Estado. O amor pelo país e metrópoles está estampado em campanhas e em produtos. A rede de supermercados Zona Sul, por exemplo, já usou o coração de sua logo para explorar a temática em relação ao Rio de Janeiro.
6Valor Compartilhado
O lucro é a principal preocupação de qualquer companhia, mas o retorno financeiro não é o único parâmetro que deve ser levado em consideração e avaliado em um negócio. Outros capitais como o humano, o cultural e o social ganham importância e influenciam a relação entre marcas e consumidores. As empresas entendem, cada vez mais, que precisam ser relevantes para as pessoas em situações e contextos mais amplos e não apenas na hora do consumo.
Com isso, cresce o número daquelas preocupadas em agir na vizinhança dos locais onde estão instaladas suas fábricas e sedes e atingir positivamente todo o público envolvido em suas cadeias de processos. “As marcas podem se relacionar de uma forma que vai além do transacional e serem importantes para a comunidade trazendo assunto, informação ou outros serviços”, opina a sócia e diretora de estratégia da Tátil.